De acordo com a empresa, os cortes ocorrerão em unidades localizadas no Canadá, Estados Unidos, México e Irlanda do Norte até o final do ano. Em fevereiro, outras 1.360 pessoas já haviam sido dispensadas para ajustar a produção dos jatos Learjet e Challenger.

A demanda por essas aeronaves caiu repentinamente, segundo a companhia. “As pessoas desistem de comprá-las na última hora. É o mercado em que operamos”, disse Guy Hachey, presidente e diretor de operações da Bombardier Aerospace. Segundo ele, a companhia poderá fazer novos cortes se os mercados encolherem ainda mais. “Essa recessão é global. Todos os nossos clientes foram atingidos.”

Os cortes ocorrem meses depois de os legisladores americanos criticarem executivos do setor automotivo por usarem jatos particulares em suas viagens para Washington, onde foram pedir ajuda financeira.

Duas das maiores fabricantes de aviões particulares e comerciais – a Cessna e a Hawker Beechcraft – lançaram campanhas publicitárias para dizer aos executivos das empresas que ignorem as críticas e continuem comprando aviões.

O enxugamento anunciado ontem ocorreu em um momento em que a Bombardier registra um aumento dos lucros e do faturamento, tanto no quarto trimestre quanto em todo o exercício fiscal. Em 2008, a companhia registrou lucros anuais de US$ 1 bilhão pela primeira vez em sua história.

A fábrica de Montreal será a mais afetada, com a demissão prevista de 1.030 funcionários. Serão outros 475 cortes em Toronto, 975 em Belfast, 470 nos Estados Unidos e 50 no México.

“Foi muito difícil tomar essas decisões, mas elas se tornaram necessárias para manter a companhia em uma posição viável na atual conjuntura e para adequar a produção à redução da demanda do mercado”, afirmou Hachey.

Na Irlanda do Norte, os cortes anunciados pela Bombardier foram definidos como “um enorme golpe”. A Bombardier é a maior indústria da Irlanda do Norte, onde emprega cerca de 5,3 mil funcionários, além de 700 subcontratados.

Os funcionários subcontratados foram os primeiros demitidos, enquanto as lideranças sindicais negociarão os pacotes de indenização para os que foram contratados há mais tempo. “Trata-se de um golpe enorme, não só para a economia de Belfast Leste, mas também para toda a Irlanda do Norte”, afirmou o primeiro-ministro do país, Peter Robinson.

FONTE: Último Segundo

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Nunão

“Os cortes ocorrem meses depois de os legisladores americanos criticarem executivos do setor automotivo por usarem jatos particulares em suas viagens para Washington, onde foram pedir ajuda financeira.”

Típica argumentação de quem gospe no prato em que come…

Rodrigo Marques

Estatizem a Bombardier!!! 🙂

marujo

Muito revelador este post. As demissões da Bombardier só vem confirmar que sua concorrente direta, a Embraer, teve que demitir pelo mesmo motivo: o encolhimento do mercado mundial.

Tailhooker

Porém, a Bombardier continua contratando mão de obra especializada para o seu programa CSeries, inclusive engenheiros brasileiros ex-Embraer.

Fábio Max

É que no Canadá não há esquerdofrênicos defendendo a estatização da Bombardier, apenas e tão somente para conseguirem diretorias por indicação política de algum senador corrupto.

Hornet

Só 10%!!!??? Mixaria. Isso aí não dá pra nada. A Embraer cortou o dobro, 20%. Somos muito melhores! Sou mais a Embraer.

abraços a todos

Marcos

Caro Fábio Max,

A Bombardier mama nas tetas do Estado canadense há anos. O projeto C-Series somente “está” decolando porque o governo canadense está providenciando polpudos subsídios.
Sem entrar no mérito, mas querer falar de forma dogmática sobre estatização com o que está ocorrendo nos Estados Unidos e na Europa, sinceramente…
SDS

Tailhooker

Sim, pelo menos um terço do investimento vem do Governo, diga-se província de Quebec

Hornet

E mama nas tetas do governo Canadense com todas as bocas…inclusive, isso já lhe valeu uma punição na OMC…Lembram? A Embraer reclamou, o governo brasileiro reclamou e a Bombardier perdeu a causa. Mas pelo o que pude acompanhar nos jornais canadenses e norte-americanos, a Bombardier planejou está demissão de uma forma um pouco mais sensata que a Embraer. Não serão demitidos funcionários que estejam perto da aposentadoria, nem tão pouco os mais antigos da empresa (isso é cuidar do investimento da empresa feito no funcionário), demite-se prioritariamente os tercerizados, negociaram com o sindicato uma forma de indenização aos demitidos, enfim…além… Read more »

Fábio Max

A EMBRAER também se utiliza dos cofres governamentais brasileiros, seja por meio de encomendas, seja por meio de financiamentos via BNDES.

Aliás, NENHUMA indústria privada de defesa em qualquer lugar do mundo sobrevive sem recursos governamentais, por ser empresa estratégica.

Mas no Canadá não se fala em estatizar ou re-estatizar a Bombardier, como aqui, onde o interesse não é salvaguardar empregos, mas apenas e tão somente, arranjar mais cargos para os políticos de m… !

Nunão

“Os cortes ocorrem meses depois de os legisladores americanos criticarem executivos do setor automotivo por usarem jatos particulares em suas viagens para Washington, onde foram pedir ajuda financeira.”

Típica argumentação de quem gospe no prato em que come…

Rodrigo Marques

Estatizem a Bombardier!!! 🙂

marujo

Muito revelador este post. As demissões da Bombardier só vem confirmar que sua concorrente direta, a Embraer, teve que demitir pelo mesmo motivo: o encolhimento do mercado mundial.

Tailhooker

Porém, a Bombardier continua contratando mão de obra especializada para o seu programa CSeries, inclusive engenheiros brasileiros ex-Embraer.

Fábio Max

É que no Canadá não há esquerdofrênicos defendendo a estatização da Bombardier, apenas e tão somente para conseguirem diretorias por indicação política de algum senador corrupto.

Hornet

Só 10%!!!??? Mixaria. Isso aí não dá pra nada. A Embraer cortou o dobro, 20%. Somos muito melhores! Sou mais a Embraer.

abraços a todos

Marcos

Caro Fábio Max,

A Bombardier mama nas tetas do Estado canadense há anos. O projeto C-Series somente “está” decolando porque o governo canadense está providenciando polpudos subsídios.
Sem entrar no mérito, mas querer falar de forma dogmática sobre estatização com o que está ocorrendo nos Estados Unidos e na Europa, sinceramente…
SDS

Tailhooker

Sim, pelo menos um terço do investimento vem do Governo, diga-se província de Quebec

Hornet

E mama nas tetas do governo Canadense com todas as bocas…inclusive, isso já lhe valeu uma punição na OMC…Lembram? A Embraer reclamou, o governo brasileiro reclamou e a Bombardier perdeu a causa. Mas pelo o que pude acompanhar nos jornais canadenses e norte-americanos, a Bombardier planejou está demissão de uma forma um pouco mais sensata que a Embraer. Não serão demitidos funcionários que estejam perto da aposentadoria, nem tão pouco os mais antigos da empresa (isso é cuidar do investimento da empresa feito no funcionário), demite-se prioritariamente os tercerizados, negociaram com o sindicato uma forma de indenização aos demitidos, enfim…além… Read more »

Fábio Max

A EMBRAER também se utiliza dos cofres governamentais brasileiros, seja por meio de encomendas, seja por meio de financiamentos via BNDES.

Aliás, NENHUMA indústria privada de defesa em qualquer lugar do mundo sobrevive sem recursos governamentais, por ser empresa estratégica.

Mas no Canadá não se fala em estatizar ou re-estatizar a Bombardier, como aqui, onde o interesse não é salvaguardar empregos, mas apenas e tão somente, arranjar mais cargos para os políticos de m… !