Presidente da Embraer: Cenário negativo “atingiu o fundo do poço”

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O cenário negativo para os negócios da Embraer, com demanda em queda e cancelamento de pedidos, pode já ter atingido o “fundo do poço”, porém a situação deve se manter neste nível até 2011. A avaliação é do presidente da companhia, Frederico Curado, segundo o qual a estrutura da Embraer já está adequada para um mercado “ruim” esperado para os próximos dois anos.

“Talvez a coisa tenha parado de piorar. A situação se estabilizou um pouco. Pararam os cancelamentos em massa. Mas as vendas seguem muito fracas”, disse o executivo, após almoço promovido pela Câmara de Comércio França-Brasil (CCFB).

A expectativa de mercado fraco nos próximos anos afasta a possibilidade de recontratação de parte dos cerca de 4.050 funcionários demitidos em abril, sendo 4 mil no Brasil. Segundo Curado, falar em recontratação seria “criar falsas expectativas”. “Ainda não há expectativa de retomada. Seria ótimo se houvesse”, afirmou ele.

O presidente da Embraer salientou que as céticas expectativas para 2010 já contemplam uma definição favorável em relação à venda de jatos para a Argentina e para China, hoje pendentes de aprovação das autoridades daqueles países.

O caso da China é mais complicado, já que o governo do país asiático decidiu cancelar, em novembro do ano passado, a compra de 45 modelos Embraer 190. Em sua última visita à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou, sem sucesso, desencalhar o negócio.

“Acredito que a atitude do governo chinês pode ter o objetivo de regular a frota em meio à demanda enfraquecida. É uma possibilidade. A China tem uma relação crescente com o Brasil e nossa expectativa é que essa restrição desapareça”, afirmou Curado.

Ele elogiou ainda, apesar da certa desconfiança, a intenção do governo de criar um banco voltado exclusivamente ao financiamento do comércio exterior brasileiro, nos moldes do Eximbank americano.

“A ideia é ótima. Fundamental. Não estou certo se vai acontecer, pois já foi dito outras vezes, mas o ministro (do Desenvolvimento) Miguel Jorge foi muito assertivo”, completou o presidente da Embraer, que tem a grande maioria de suas vendas direcionadas ao mercado externo.

FONTE: Valor Online

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