Rússia desenvolve laser para destruir satélites inimigos

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Desde 2016, depois de uma grande remodelação e atualização do banco de testes original Beriev A-50, a Rússia retomou os testes desta arma anti-satélite com possíveis aplicações anti-mísseis. (Foto Beriev)

Desde 2016, depois de uma grande remodelação e atualização da plataforma de testes original Beriev A-50, a Rússia retomou os testes desta arma anti-satélite com possíveis aplicações anti-mísseis. (Foto Beriev)

Uma fonte informada disse aos meios de comunicação russos que uma nova arma laser foi desenvolvida com a ajuda do know-how acumulado pelo laboratório de laser aéreo Beriev A-60.

“Uma evolução deste sistema ocorreu, e o trabalho concluído nos permitirá dar um passo adiante na criação de tais aeronaves”, disse a fonte, falando sob anonimato.

A fonte acrescentou que uma aeronave “fundamentalmente nova” seria criada para transportar a arma laser e que não seria baseada na aeronave Il-76MD usada para criar o A-60. Uma decisão sobre esta questão será feita pelo Ministério da Defesa.

“Na fase atual, o trabalho foi concluído”, disse a fonte.

Em 2016, a P&D da defesa russa da NPO Almaz anunciou que eles estavam trabalhando em um sistema de laser militar aéreo projetado para suprimir as plataformas de reconhecimento aéreo e espacial inimigas. O Bureau de Design de Química Automática da Voronezh e a Beriev Aircraft Company também estão envolvidas no programa ‘laser aéreo’.

O trabalho recente é uma progressão de experiências que começaram no final do período soviético com o laboratório a laser A-60, com base em um Il-76MD modificado. O trabalho sobre esse projeto foi temporariamente congelado em 2011, antes de retomar em 2012. Uma modernização profunda do sistema foi concluída em 2016, com o teste de voo continuado desde então.

Em janeiro, membros da diretoria de inteligência do Joint Chiefs of Staff disseram ao Washington Free Beacon que os EUA estavam desenvolvendo suas próprias armas anti-satélites baseadas em mísseis e que estas poderiam se tornar capazes de combater em 2020. No início deste mês, o Diretor de Inteligência Nacional dos EUA, Dan Coats, publicou sua “Avaliação Mundial de Ameaças” de 2018, na qual citou a busca russa e chinesa de armas anti-satélites “como um meio para reduzir a eficácia militar dos EUA e aliados”.

De acordo com Coats, em caso de conflito, os países usariam sistemas anti-satélites “para compensar qualquer vantagem militar percebida nos EUA derivada de sistemas espaciais militares, civis ou comerciais”.

FONTE: Sputnik

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Walter Moraes

O fato é que, com tantas notícias sobre as super armas russas, demonstram que aprenderam bem o jogo americano dos anos 70/80, plantando informações para induzir no inimigo geopolítico, gastos militares . Fato que levou à quebra da URSS, Glasnost e Perestroika, tentativa de golpe militar contra Gorbachev, e posteriormente à sua dissolução. Impossível opinar apenas por notícias de fontes abertas questionáveis, sem conhecer as informações de inteligência estratégica.

Jorge Augusto

Narigão de Mr Magoo. Aquele é o laser?

Bosco

Será que os russos estão mesmo desenvolvendo um laser antissatélite? Esse tipo de arma só seria utilizado numa situação de guerra convencional generalizada contra os EUA, a OTAN ou a China. Isso é tão difícil de acontecer que acho que se os russos estão gastando dinheiro e neurônios com isso estão perdendo tempo. Os EUA, apesar de ser o único que já colocou um sistema antissatélite dedicado em operação (míssil ASM-135 ASAT) por curto período e de ser o único país que interceptou um satélite utilizando mísseis táticos correntes (SM-3), ele não tem um programa antissatélite dedicado porque não vê… Read more »

ADRIANO M.

Eu acho que o título “Rússia desenvolve laser para destruir satélites inimigos” não está correto,o certo seria: Rússia desengaveta laser para destruir satélites inimigos…

Porque esse projeto é mais antigo que o dos eua.

João Augusto

Boscão,

Deixada de lado qualquer treta, uma ideia dessas é viável?
A ideia de usar num avião é superar a barreira das nuvens e poeira das camadas mais baixas da atmosfera, né?
E outra: o laser nem precisaria muito, né, já que um pouco de gás que fosse expelido pelas superfícies do satélite depois de muito aquecida já poderia prejudicar sua posição na órbita. Ou estou enganado?

Abraços!

Augusto L

Os americanos chegaram a colocar um laser desse num 747 mas pra tentar destruir misseis inimigos, depois o projeto foi cancelado.

Bosco

João,
Eu acho que é viável sim. E além de esquentar o bicho ainda pode “queimar” os componentes óticos dos satélites de reconhecimento fotográfico.
Quanto à ideia de esquentar o laser tem que ter uma potência bem grande tendo em vista que os satélites foram feitos para aquentar o calor do Sol direto, e nem passam protetor. rsrsss
Um abraço.

Ronaldo de souza gonçalves

Essa arma seria melhor usada ou em terra,ou num navio nuclear que tem muita sobra de energia,pois se a velocidade do laser é da luz,ganhar alguma dezenas de km de altitude não faz muita diferença se você pode ter mais energia no navio.Lembre-se que a guerra fria acabou com reagam com o projeto guerra nas estrelas que seria esse tipo de arma,estamos caminhando para outra guerra fria.

Cesar A. Ferreira

Antes de tudo é preciso dizer que os russos não estão desenvolvendo, mas retomando um projeto que foi concluído e testado com sucesso (relativo) pelos soviéticos, o A-60 “Falcon Echelon”, que em seus testes nos anos 80 com sucesso conseguiu cegar velhos satélites soviéticos em seus testes. A iniciativa não foi adiante pois verificou-se que o laser consumia as baterias com avidez, tornando-se pouco prático. Por isso um laser com base terrestre em Shari Sagan foi levantado, contando com abastecimento de energia provindo diretamente de uma central hidroeléctrica próxima. Comenta-se que este laser em Shari Sagan foi responsável por abortar… Read more »

Bosco

Ronaldo,
Esse laser do avião é “químico” e não utiliza energia elétrica. Daí o avião.

Bosco

O problema de um laser desses na superfície é que ele perde muito eficiência por ter que atravessar vários quilômetros de densa atmosfera, com nuvens e partículas. Num avião essa perda se reduz.

Ricardo Da Silva

Já na saudosa coleção “Guias de Armas de Guerra” da Nova Cultural, se falava de grandes complexos soviéticos criados para a geração de laser anti-satélite. Efeito “Reagan”, programa STAR WARS

Ivanmc

Ricardo Da Silva 1 de Março de 2018 at 9:11.
.
Bem lembrado, eu tive a coleção Máquinas de guerra da Nova Cultural.

sub-urbano

Isso me fez lembrar a estação que os russos fizeram no Brasil ano passado para monitorar lixo espacial kkkk sempre achei que o objetivo era catalogar satélites americanos e chineses em órbita.

Outra curiosidade interessante: a URSS tinha nos anos 70 um projeto chamado “Almaz” de estações espaciais militares, uma delas chegou a destruir um satélite com um canhão de 23mm. Houve testes com canhões remotamente operados em solo ou pelos proprios cosmonautas.

Augusto L

O uso de laser químicos não é proibido ?

Bosco

Augusto,
Né proibido não!

Bosco

URSS e EUA há muito desenvolvem armas laser. Antes do YAL-1 a USAF testava lasers no NKC-135, desde a década de 70.comment image