Theresa May diz que Boeing prejudica relações com o Reino Unido por causa da Bombardier

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Bombardier C Series

Por Thomas Penny

LONDRES — A primeira-ministra Theresa May disse que a Boeing Co. arrisca futuros contratos com o Reino Unido se continuar a pressionar o caso contra a Bombardier Inc., que emprega mais de 4.000 pessoas na Irlanda do Norte.

Falando depois de uma decisão preliminar do Departamento de Comércio dos EUA, que colocou impostos de importação punitivos nas aeronaves da Bombardier após uma disputa sobre os subsídios estatais, May disse que ela está trabalhando com o governo canadense e líderes de toda a divisão política na Irlanda do Norte por uma solução.

“Temos uma parceria de longo prazo com a Boeing, em vários aspectos do governo, e este não é o tipo de comportamento que esperamos de um parceiro de longo prazo e isso mina a parceria”, disse May depois de um discurso no Bank of England em Londres na quinta-feira. Seu foco é “como podemos trabalhar juntos para pressionar o governo americano sobre a importância da Bombardier para a Irlanda do Norte”.

FONTEBloomberg

A Boeing foi contratada para fornecer aviões P-8 Poseidon ao Reino Unido

Secretário de Defesa do Reino Unido endurece discurso sobre disputa comercial entre a Boeing e a Bombardier

O secretário de Defesa do Reino Unido, Sir Michael Fallon, advertiu que a disputa comercial da Boeing com a Bombardier poderia ameaçar sua relação comercial com o Reino Unido, juntamente com milhares de empregos em Belfast.

Uma reclamação feita pela Boeing fez o Departamento de Comércio dos EUA propor uma tarifa de 220% sobre a venda dos novos jatos da série C da Bombardier.

As asas dos jatos são fabricadas em Belfast, dando origem ao alerta de Fallon.

Consequentemente, Fallon entregou uma mensagem clara à Boeing de que isso poderia comprometer contratos de defesa lucrativos no Reino Unido.

Ele disse: “A Boeing é um importante parceiro de defesa e um dos grandes vencedores da última revisão de defesa, então esse não é o tipo de comportamento que esperamos de um parceiro de longo prazo.

“Este não é o comportamento que esperamos da Boeing e pode comprometer nossa relação futura com a Boeing”. Ele acrescentou: “A Boeing pode ganhar muitos contratos de defesa na Inglaterra.

“Temos contratos em vigor com a Boeing para novos aviões de patrulha marítima e para helicópteros de ataque Apache e eles também estarão oferecendo outros trabalhos de defesa e esse tipo de comportamento claramente poderia comprometer nosso relacionamento futuro com a Boeing”.

Mais de 4.000 pessoas são empregadas em Belfast pela Bombardier.

O futuro dos jatos C Series pareceu seguro depois que a Bombardier assinou um acordo de 5,6 bilhões de dólares (£ 4,16 bilhões) em 2016 para fornecer a aeronave à Delta.

FONTE: British Forces News, publicado em 27 de setembro de 2017

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JT8D

Agora aguenta a choradeira …

Wellington Góes

Começa-se abrir uma janela de oportunidade aos caças europeus, para substituição dos Honets canadenses. Airbus, Dassault e SAAB agradecem.
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É o que eu penso.
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Até mais!!! 😉

Eder Albino

Wellington Góes 28 de setembro de 2017 at 20:25
Caro Wellington, e penso que dos três eurocanards, o Typhoon teria maior chance.

Bavaria Lion

Economia em bloco ou protecionista? Qual irá vencer? Aposto no bloco, justamente porque os protecionistas terminam criando uma bolha de isolamento, o que, de certa forma, fomenta o desenvolvimento nacional pela produção interna. Pode dar mais certo para os EUA (um continente) do que para o Reino Unido (um pequeno arquipélago). Agora, existe um porém: haverá nos EUA um produto válvula de escape muito superior a tudo no mercado para balancear a atuação no mercado externo? Mas tem que ser algo muito superior mesmo, como a Zeiss da Alemanha Oriental. No Reino Unido tem. Isso tudo somado ao fato que… Read more »

oganza

kkkkk rapidinho as cabeças que estão no bolso da Bombardier se manifestam.
– Boa sorte ao British DoD para encontrar substitutos aos gadgets by Boeing no “mercado” europeu ou pior, fora dele.

Alfredo Araujo

“– Boa sorte ao British DoD para encontrar substitutos aos gadgets by Boeing no “mercado” europeu ou pior, fora dele.”
.
Pensei exatamente isso Oganza… O que os britânicos vão fazer ? Duvido trocarem os Apaches por Tigers… ou os P8 por C-295…
Os britânicos, como poucos, estão até o pescoço dependentes de material bélico americano

Walfrido Strobel

Claro que não vão mexer nos contratos em vigor, mas podem contar com a má vontade do Reino Unido em futuras compras.
Parece que a Boeing deu um tiro no pé com esta reclamação.

Mauricio R.

A-129 e P-1.

Farroupilha

Ok, então geração de empregos passa por cima de tudo. Já quando se trata de mandar um monte de ONGs para o Brasil para travar nosso desenvolvimento e a geração local de milhares e milhares de empregos aí pode. Exemplo: Privar a Amazônia de geração abundante de energia para ela e o restante do país. UK como sempre dois pesos e duas medidas. Mas é só essa a única tecla a ser batida – a de geração de empregos para defender uma empresa canadense, que parece ser mais estatal que privada, a qual tem até o governo inglês intervindo agora… Read more »

Tiago Vicente

Vocês estão esquecendo de ver o ponto de vista da Boeing: 1- Hoje o mercado de jatos comerciais é dominado pela Boeing e Airbus, e nenhuma dela que um novo concorrente; 2 – A maior parte do faturamento da Boeing vem da divisão comercial, e não da bélica; 3 – Nem a Inglaterra e Canada são grandes compradores de armas, sendo assim o prejuízo com a perda de contratos bélicos para estes dois países não é significativo para a Boeing; 4 – Duvido que a Inglaterra compre briga com uma empresa Americana, já que eles adotam a politica de alinhamento… Read more »

Wellington Góes

Éder, também tenho o mesmo entendimento, o Typhoon sairia na frente neste momento. Entretanto, em se tratando de um caça multifunção, justamente para substituir os Honets, o Rafale está em vantagem (no quesito técnico e custos menores), mas como escolhas desse tipo tem muito fator político – ou geopolítico, no caso – o Typhoon está melhor posicionado. Correndo por fora (muito por fora) estaria o Gripen E/F.
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Até mais!!! 😉

Wellington Góes

Em relação ao citado por alguns colegas, especialmente em relação aos P-8 contratados pelo Reino Unido, se caso o governo local resolva suspender esta aquisição, vale lembrar que há uma solução caseira (europeia) em proposta aos países do bloco europeu da OTAN, ou seja, o A319/320MPA, com sinalização de adesão de França e Alemanha.
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http://www.naval-technology.com/projects/a319mpa/
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E, por mais que o Reino Unido saia da União Europeia, o país não abandonará os projetos comuns europeus. Eles podem não estar no mesmo bloco econômico, mas nós acordos militares nada muda (pelo menos até aqui).
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Até mais!!! 😉

Nonato

A Inglaterra está sendo tratada como vilã por sair da UE. Alemanha, França e outros querem que ela sofra como forma de intimidar outros países do bloco. Ou seja, dificultarao vistos, muitas sedes de empresas deixarão Londres.. Aí, o socorro ao Reino unido vem dos EUA. Obama ameaçou a Inglaterra se deixasse a UE Trump estendeu a mão. Seria complicado agora se indispor com os EUA. Trump também está numa situação difícil. Ele está certo na essência tentando recuperar a hegemonia americana Tentando fazer o que Bill Clinton fez por volta de 1993 com o Japão. Os japoneses estavam crescendo… Read more »

Karl Bonfim

E aquela pendência entre o Brasil (EMBRAER) e o Canadá (BOMBARDIER)?

Wilton Feitosa

muito mimimi aqui sobre esta questão …
que se dane os UK, que se dane a Boeing …
agora, o estado gerar empregos fora de suas fronteiras para um fornecedor que estava na eminencia de gerar desemprego dentro do seu quintal, seria passível de destituição em qualquer nação “crescida” que zele minimante pelo bem estar de seu povo..

Delfim Sobreira

Estrategicamente falando, o Canadá é o aliado mais importante dos EUA : – Sem o Canadá não tem NORAD, os bombardeiros russos tem passagem livre; – Sem o Canadá é mais difícil interceptar os ICBM russos e chineses, bem como os submarinos lançadores de mísseis; – Para ir ao Alasca por via terrestre tem que passar pelo Canadá. Ou seja, arrumar uma distensão com o Canadá não vale a pena. . Embora os EUA tenham estendido a mão no Brexit, Thereza May agora sabe que não pode depender exclusivamente dos EUA, como deve estar vendo no caso da Bombardier. Aliás,… Read more »

HMS TIRELESS

Wilton Feitosa 29 de setembro de 2017 at 11:10

É o samba do crioulo doido ou a tonga da mironga do cabuletê?