Rússia: caças T-50 em 2019, mísseis S-500 em 2020 e mais bombardeiros Tu-160 em 2021

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PAK FA T-50

As entregas de plataformas de aviação de linha de frente T-50 em 2019 e sistemas de mísseis de defesa aérea S-500 em 2020, aumentarão a eficiência no combate a meios modernos de ataque aeroespacial

MOSCOU, 24 de maio, TASS — Os aviões de combate russos PAK FA (Perspektivnyi Aviatsionnyi Kompleks Frontovoy Aviatsyi) começarão a entrar em serviço nas Forças Armadas do país em 2019, enquanto as entregas dos mais avançados sistemas de mísseis superfície-ar S-500 começarão em 2020, disse o Ministro da Defesa Sergei Shoigu na última quarta-feira (24.05.17).

“As entregas de plataformas de aviação da linha de frente T-50 em 2019 e sistemas de mísseis de defesa aérea S-500 em 2020 aumentarão a eficiência da luta contra os meios de ataque aeroespaciais modernos”, disse o ministro da Defesa na câmara alta do parlamento russo.

O sistema S-500 será uma versão melhorada do S-400 (foto)

A implementação dos planos que foram traçados criará uma barreira confiável contra “um ataque global instantâneo” de um inimigo e garantirá a contenção não-nuclear de qualquer agressor de alta tecnologia, disse o ministro da Defesa russo.

“Como um todo, o ritmo que foi ganhado permitirá realizar a tarefa definida pelo presidente da Federação Russa e alcançar o nível do armamento das Forças Armadas com armamento moderno em nada menos que 70%, até o final de 2020. Isso permitirá à Rússia manter suas posições como o estado mais desenvolvido em termos militares”, disse o ministro da Defesa.

Tu-160 Blackjack

Bombardeiros estratégicos lança-mísseis Tu-160M2 atualizados
O ministro prosseguiu dizendo que a produção em série dos bombardeiros lança-mísseis estratégicos Tupolev Tu-160M2 (Nome OTAN: Blackjack) deverá começar depois de 2021.

“Depois de 2021, planejamos iniciar a produção em série do bombardeiro lança-mísseis estratégico Tu-160M2 modernizado, capaz de atingir objetivos hostis em áreas estratégicas remotas sem entrar nas zonas de operação de mísseis anti-balísticos e sistemas de defesa aérea”, disse Shoigu.

Uma fonte no setor de defesa e industrial disse anteriormente à agência TASS que a produção em série do bomberdeiro Tu-160M2 modernizado começaria em 2020 e que duas a três aeronaves desse tipo estavam planejadas para serem produzidas a cada ano.

A ideia de reiniciar a produção de bombardeiros Tu-160 em sua versão atualizada foi apresentada pelo ministro da Defesa russo, General de Exército Shoigu em abril de 2015, durante sua visita à empresa de aviões Kazan, parte da empresa aeroespacial Tupolev.

Em maio daquele ano, o presidente russo Vladimir Putin deu instruções para retomar a produção desses aviões. O vice-ministro da Defesa, Yuri Borisov, disse em outubro de 2016 que 50 aviões desse tipo estavam planejados para serem produzidos.

FONTE: Agência TASS

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Bosco

O S-500 promete ser um sistema capaz de interceptar alvos atmosféricos e exoatmosféricos (veículos de reentrada de mísseis balísticos). É óbvio que mais de um tipo de míssil será utilizado tendo em vista que é impossível um míssil único ser eficaz nas duas funções. Não que não possa ser feito, mas com certeza não é a melhor solução, inclusive em relação aos sistemas de radar. O que fica a pergunta: pra que utilizar uma única denominação para sistemas tão diferentes?

August

Pelo que já procurei ele poderar usar os mísseis do s-400 além do seu próprio. Só não sei a qual sistemas o s-500 se iguala ao Thaad ou o sm-3 mas sou muito cético sobre esse sistema porque há muita informação contraditória na internet e não há sequer uma foto e não se trata de um projeto secreto assim em termos tecnológicos nada que seus rivais não tenham

Aéreo

O S 500 em teoria será um grande sistema. Quando se diz “em teoria” não se esta duvidando da capacidade técnica dos russos. Sistemas antiaéreos são uma área onde a Rússia se coloca ao mesmo nível da OTAN, se não em alguns casos a ultrapassa. A questão porem é econômica. Interceptar um míssil balístico, um AWACS, um avião de caça, um UAV e um míssil de cruzeiro são perfis de missões totalmente diferentes. Então é de se supor que não haverá um míssil S 500 para todas estas missões e sim uma família de misseis razoavelmente parecidos em algumas coisas,… Read more »

Bosco

Aéreo, Apesar de também respeitar a tecnologia russa no que diz respeito aos sistemas sup-ar (antiaéreos) não deixa de ser um certo exagero dos entusiastas essa tal “superioridade” no segmento. O Ocidente saiu na frente em todos os sistemas de orientação ora em uso pelos russos, tais como: RSA/TVM (Patriot-MIM-104A), radar ativo (Patriot-PAC 3), utilização de radar de varredura eletrônica para orientação por comando COLOS (Patriot), IIR, laser beam rider (RBS-70). Nem mesmo a propagada superioridade cinética russa se sustenta. Hoje, o míssil de maior alcance russo é o 48N6 com 1800 kg e o 9M83ME com 6 toneladas, ambos… Read more »

Bosco

Outro país que merece créditos em relação à tecnologia de mísseis sup-ar é a França. Igual aos EUA e à Rússia a França desenvolve e produz todos os seus mísseis sup-ar, tanto de uso terrestre quanto naval.

carcara_br

Já li que na realidade o S-500 seria uma simplificação do sistema S-400 acrescida de um míssil com ogiva cinética destinado a interceptações de alvos em velocidades hipersônicas e grandes altitudes. Uma curiosidade, com velocidades relativas que beiram os 12km/s, na realidade os explosivos são praticamente inúteis já que superam até mesmo a velocidade de detonação destes. Então ogivas cinéticas não são “uma maneira” de se lidar com o problema dos ICMBs/hipersônicos, são “a maneira”…

Adriano R.A.

Além das ogivas cinéticas eu pensaria nos sistemas a laser, de alta energia.

Wellington Góes

Vai ser interessante observar, a partir de 2020, o encontro sobre o Alasca de F-22 e T-50 (afinal qual será a nomenclatura?!)

Até mais!!! 😉

Nonato

Wellington, é isso aí.
Mas esse negócio de fabricarem a conta gotas…
Enquanto não tiverem pelo menos uns 50 t50 não são pareo para os EUA.
Que bom. RS.

Bosco

A interceptação de veículos de reentrada (ogiva de mísseis balísticos) é problemática. Como o alvo está em uma trajetória balística mesmo atingido ele irá cair próximo ao alvo. Se o alvo for interceptado fora da atmosfera os destroços podem ser pulverizados devido ao atrito quando da reentrada. Se for num nível mais baixo com certeza os destroços irão cair e com potencial de causar danos. Pra que então fazer a interceptação endoatmosférica? Bem, no mínimo irá fazer o míssil errar o alvo, o que do ponto de vista militar já traz alguma vantagem. Se for uma ogiva nuclear, sem dúvida… Read more »

Bosco

Adriano, Pelo menos nos próximos 50 anos é pouco provável que a defesa contra mísseis balísticos seja confiada a armas de energia direta. O que se imagina é que possa haver estações de combate laser em órbita que possam utilizar raios lasers para destruir mísseis na fase inicial logo após serem lançados e acima das camadas mais espessas da atmosfera. Essa tecnologia só tem um problema: a proibição de armas no espaço. Outro problema é que deve haver dezenas de estações para que sempre tenha uma acima dos potenciais sítios de lançamento de mísseis. Tem também a questão da fragilidade… Read more »

Bosco

Os EUA está com um amplo programa de renovação de seus meios de dissuasão nuclear que irá englobar todo o arsenal, incluindo os submarinos SSBNs (classe Columbia), os mísseis SLBM (Trident D5LE), os mísseis ICBM lançados de terra (GBSD), os bombardeiros (B-21) e aviões de ataque nuclear (F-35), as bombas (B-61-12) e os mísseis cruise (LRSO). Não se sabe ainda se o novo míssil cruise (LRSO) será para lançamento a partir do novo bombardeiro (B-21) ou se a partir dos velhos B-52. Parece haver uma contradição nesses programas. Ou se acredita na furtividade e na capacidade de penetração do B-21… Read more »

carcara_br

Não existe arma que o bom e velho B-52 não possa levar com um pouco de boa vontade…
Não vejo tanta contradição estão diversificando, é o msm caso do novo avião de abastecimento, vai ser stealth, porém com laser de autodefesa…

Rafael_PP

Bosco, acredito que este link possa trazer uma luz à esta questão.: http://www.popularmechanics.com/military/aviation/a26651/b-52-nuclear-weapons/

Acredito que o BUFF se retirará da função de deterrência nuclear com a aposentadoria do AGM-86.

bosco123

Rafal, Pois é! Seria a lógica. O curioso é que estão desenvolvendo um míssil cruise furtivo de longo alcance para substituir o AGM-86 e que pelo jeito será utilizado pelo B-21. Não deixa de ser uma redundância. Um bombardeiro altamente furtivo lança um míssil altamente furtivo. Mas muito provavelmente o futuro míssil LRSO deverá ter um alcance mais curto que o AGM-86 já que tudo o vetor terá capacidade de penetração profunda em território inimigo e tudo indica que o míssil será baseado no JASSM-ER. Diferente do AGM-86B com cerca de 3000 km de alcance o alcance do LRSO muito… Read more »

ScudB

Srs! Em boa parte por causa de “escola da DESinformação da Rússia” saber 100% dos detalhes sobre S-500 é praticamente impensável. Mas , com certeza , não se trata da “simplificação” nenhuma em momento algum! Ao contrario. Estamos vendo (mesmo com poucos pingos de informação) uma evolução ou “finalização” da linha S : 300PS ,300B4 , 400 , 350 e 500 (exatamente nesta ordem). Os misseis 77N6 do S-500 estão compativeis com PRS-1M da A-235 “Nudol” (que entrara no lugar de A-135) . Ja os 40N6M/9M96 – com S-400/350. Considerando aumento significativo dos canais – total de 20 (10 de… Read more »

carcara_br

Me parece, que o S-500 não pretende ser um substituto ao S-400, da mesma forma que o S-400 foi em relação ao S-300. Um sistema complementar com um objetivo muito específico, dai a simplificação…

carcara_br

“Apesar de o Ministério da Defesa russo preferir não revelar os dados ligados ao desenvolvimento do programa S-500, já se sabe que este será uma versão menor do sistema S-400, acrescenta.”
Fonte: Portal de notícias controlado pelo governo russo

ScudB

Exato.. So que o termo “menor” não significa menor lançador ou mais simples. Significa que numero das unidades que formam bateria S-500 PROVAVELMENTE vai ser menor em comparação com S-400 ou ate mesmo com S-300B4. Isso em parte vem da ideia que S-500 vai ser usada como ajudante das A-135/235 e , ao mesmo tempo , a “mão comprida” das S-400. Para estas finalidades S-500 usara os mísseis bem maiores que atualmente usam S-300/400 com dois tubos por lançador. E os S-350 ficam entre os grandes com 8 lançadores dos 9m96 (96 mísseis). Ate então não tem nada de estranho.Talvez… Read more »

August

Não seria muito melhor investir num bom sistema anti-pmg, eu sinceramente não vejo sentido investir num sistema de grande alcance se um F-22 pode lançar suas bombas de uma distância segura. Não seria muito mais fácil interceptar as bombas ?

Bosco

August,
O Pantsir já é um “bom sistema anti-pgm”.
Os russos já têm bons sistemas de defesa contra alvos atmosféricos, o que lhes falta é um sistema antibalístico mais eficaz, capaz de interceptação exoatmosférica, no espaço. Daí o S-500!

carcara_br

Tá difícil achar um ponto de vista em que isto seja vantajoso: Numericamente é muito mais fácil interceptar um único avião do que as duas, três ou N bombas que eles potencialmente poderia carregar num cenário de impunidade absoluta. Economicamente uma bomba costuma sair muito mais barata que um míssil guiado, já um avião é essa relação se inverte. O tempo disponível para a interceptação também é muito maior, um caça passa horas no céu, mas a bombas vão cair por segundos. A resistência da bomba é muito maior e mesmo uma explosão próxima não é garantia de eliminação da… Read more »

August

Então Bosco mais os Pantsir estão lá só pra defender os S-300/400 e se os alvos forem estrutura vitais, centros de comando, etc. Fora o Pantsir nao conheço outro sistema anti-pmg russo o tor-m3 seria um mais n está operacional e as versões anteriores pelo que sei não cumprem bem esse papel e pra que um sistema anti-balistico ? A OTAN não tem mísseis balísticos de médio alcance tem é mísseis de cruzeiro stealth a não ser que a Rússia espere ter problemas com os Iranianos,chineses e norte coreanos um sistema desse não faz sentido não na minha visao. Gastar… Read more »

Bosco

Carcara, Mas fato é que os russos utilizam esse conceito em larga escala e tem no Pantsir o suprassumo da arma anti-PGM. O conceito não é novo mas tão velho quanto o míssil antinavio. Desde a introdução dele que a munição (no caso, o míssil) passou a ser um alvo prioritário. Os russos levaram esse conceito da guerra naval (defesa de ponto) para a defesa de uma IADS contra um ataque de aeronaves convencionais utilizando SEADS (contra medidas eletrônicas, ataque eletrônico, mísseis antirradar, etc.) mas o aperfeiçoaram quando da introdução das aeronaves stealths americanas. Mas como você disse esse conceito… Read more »

Bosco

August, Com certeza a intenção dos russos com seus sistemas antibalísticos não é prioritariamente a OTAN, que como você bem lembrou não adota mísseis balísticos convencionais e teria utilidade limitada contra mísseis SLBMs. Sem dúvida a maior ameaça são os chineses e dezenas de outros países que adotam mísseis balísticos convencionais (a maioria de origem soviética). Quanto à distribuição do Pantsir, parece mesmo que estão desdobrados inicialmente para a defesa dos sítios de S-300/400 mas não deixa de ser um caso de prioridades. O certo frente a ameaça stealth é que fossem também desdobrados próximos aos alvos primários, mas não… Read more »

Bosco

Também não podemos esquecer que os russos apostam em sistemas anti-stealths e um hipotético ataque da OTAN está longe de ser um passeio, mesmo que utilizando maciçamente aeronaves furtivas. Dentro desse contexto se justifica utilizar os Pantsir para a autodefesa da IADS já que se acredita que o inimigo, mesmo furtivo, poderá sofrer baixas importantes se peitarem as defesas AA russas.

Bosco

August,
Um cenário interessante que você citou é que a IADS pode não ser o alvo primário e claro, isso já aconteceu no passado e para isso se adota técnicas SEAD, com ataque eletrônico e mísseis antirradiação, mas hoje, com a tecnologia stealth isso será cada vez mais comum.
E de forma contraditória, a própria tecnologia stealth se torna uma excelente arma para atacar a IADS (DEAD) como alvo prioritário, abrindo espaço para a utilização de aeronaves convencionais no chamado “segundo dia de guerra”.