Japão e Reino Unido vão colaborar em novo caça ‘stealth’

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Demonstrador X-2 do Japão

O demonstrador X-2 Shinshin. Foto: Akira Uekawa

Japão e Reino Unido concordaram em explorar opções para desenvolver em conjunto um novo avião de caça

A Agência de Aquisição, Tecnologia e Logística do Japão e o Ministério da Defesa do Reino Unido concluíram um acordo para explorar opções para o co-desenvolvimento de um caça avançado, de acordo com um comunicado de imprensa do Ministério de Defesa japonês de 16 de março.

O acordo estipula que ambos os países vão trocar informações sobre tecnologia avançada da aviação e também realizar um estudo conjunto sobre a viabilidade de co-desenvolvimento de um novo avião de caça nos próximos anos.

O comunicado de imprensa diz ainda que o Japão continuará a explorar opções de co-desenvolvimento de caças com outros países. “No que diz respeito à possibilidade de desenvolvimento internacional conjunta de aviões de caça no futuro, vamos continuar a trocar pontos de vista com outros países”, diz a declaração do Ministério da Defesa.

Embora o projeto de jato de combate da próxima geração seja a maior colaboração Japão-Reino Unido em tecnologia de defesa sensível até agora, ambos os países também estão trabalhando no desenvolvimento conjunto de um novo míssil ar-ar.

Durante uma visita de janeiro de 2016, o ministro da Defesa do Reino Unido e seu homólogo japonês concordaram em levar as discussões sobre o projeto para a próxima etapa. O objetivo do projeto é integrar as tecnologias de sensores japonesas no míssil ar-ar BVR (Beyond Visual Range) Meteor europeu.

Em outubro de 2016, a Força Aérea Real do Reino Unido (RAF) e a Força de Autodefesa do Japão (JASDF) também realizaram seu primeiro exercício de combate aérea conjunto, chamado Guardian North 16, no Japão. O exercício envolveu quatro caças Eurofighter Typhoon da RAF, e caças de superioridade aérea Boeing F-15J e Mitsubishi F-2 da JASDF.

O consórcio Eurofighter, que inclui o Reino Unido, tentou, sem êxito, vender o avião Eurofighter Typhoon para o Japão em 2011. A JASDF, no entanto, optou pelo avião de combate furtivo F-35A Lightning II fabricado nos EUA. O Japão fez uma encomenda para 42 jatos F-35 através do Programa de Vendas Militares Estrangeiras (Foreign Military Sales – FMS) dos EUA, em 2011. O primeiro avião foi entregue à JASDF em dezembro de 2016.

No entanto, a encomenda de F-35 é uma solução provisória e o Japão está planejando  adquirir até 100 novos caças da quinta geração de superioridade aérea até a década de 2030. Estima-se que um contrato estimado de US$ 40 bilhões seja concedido no verão de 2018.

O Japão tem três opções para aquisição de um novo avião: primeiro, desenvolver um caça de superioridade aérea autóctone. Em segundo lugar, parceria com um contratante de defesa estrangeiro e licença de produção uma nova aeronave. Terceiro, importar ou atualizar uma plataforma existente. O estudo conjunto do Reino Unido e do Japão se enquadra na segunda opção de parceria com uma fabricante de aeronaves estrangeiras.

No entanto, os fabricantes de aeronaves dos EUA continuarão a ser a principal escolha do Japão para futuros projetos de co-desenvolvimento de aviões de combate. No ano passado, o Japão lançou um simulador experimental de tecnologia de combate de quinta geração, chamado X-2 Shinshin (anteriormente ATD-X), que servirá de base para o chamado F-3 Future Fighter Program da JASDF.

A fabricante de defesa americana Lockheed-Martin já está supostamente envolvida no projeto do F-3.

FONTE: The Diplomat

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Edcarlos

Essa notícia casa certinho com essa outra notícia: http://www.aereo.jor.br/2017/03/27/alemanha-quer-desenvolver-seu-caca-stealth-de-sexta-geracao/

Talvez as especificações dos projetos sejam as mesmas.

Saudações!

Matheus Henrique

Queria tanto ver uma notícia dessa, mas nossa, Brasil e Suécia trabalhando num caça de 5a Geração, bom, sonhar não paga nada rs

Edcarlos

Matheus, é uma possibilidade! Veja que o Japão busca parcerias no desenvolvimento em conjunto. Claro, que tudo depende do interesse político, ou mesmo a inciativa privada. Não seria um devaneio pensar na EMBRAER ingressando como parceiro no projeto.

Saudações!

Ivan

Ed Carlos, . Vc escreveu: “Talvez as especificações dos projetos sejam as mesmas.” . Não são. Mesmo nas palavras iniciais de possíveis e futuros projetos, fica claro que os interesses são diferentes. Melhor escrevendo: as prioridades serão diferentes. . Ingleses e Japoneses precisarão de um caça de superioridade aérea para substituir seus Eurofighter Typhoons e Boeing (Mitsubishi Heavy Industries) F-15J Eagle, respectivamente. Os F-35A Lightning II que ambos estão adquirindo serão usados prioritariamente como caças-bombardeiros, substituindo Tornados e Phantoms II, respectivamente. Dentro do meu entendimento, o F-35 qualquerletra será o melhor caça-bombardeiro do mundo nos próximos anos (inclusive próxima década).… Read more »

Rommelqe

Um fato muito interessante relacionado ao prototipo japones, o Shinshim, é que trata-se de um modelo em escala reduzida. Como tal pode-se efetuar uma serie de avaliaçōes preliminares, principalmente no aspecto aerodinamico, incorrendo em dispêndio finaceiro tambem em escala reduzida…É um dos poucos modelos em escala reduzida da historia aeronautica que permite embarcar um piloto em escala 1:1.

Edcarlos

Acredito que não dá pra classificar o Shinshim com protótipo, claro que muito dos conceitos e tecnologias demonstradas e testadas serão empregadas em um futuro protótipo do que será a aeronave definitiva. O Shinshim tá mais para um demonstrador para testes de conceitos tecnológicos.

Saudações!

Rommelqe

Caro Edcarlos, se formos considerar a definição usual, prototipos seriam os exemplares precursores de uma serie mais longa, sujeitos apenas a alguns ajustes. Mas seriam aviões quase que de série de produção. Se considerarmos os que os prototipos do KC390, conforme pretende a FAB, também serão operacionais, então essa definição nao seria realmente apropriada ao Shinshin; Outro exemplo, interessante são os primeiros prototipos do A380. Nestes toda a fiação foi realizada de forma praticamente manual, definindo-se corte de cabos praticamente in locum complementado com imageamento vetorado por Cad. Quando a AIRBUS como meçou a produção seriada, os chicotes de fiação,… Read more »

Guilherme Poggio

Roberto Santana

Tenho certeza de que se o projeto e a linha de produção fosse de outra empresa ele seguiria vendendo. Mas assim como a Dassault “matou” o Mirage 2000 para salvar o Rafale, a LM “matará” o F-16. para salvar o F-35.