Evento sobre operação do Gripen aproxima Brasil e Suécia

10

Gripen JAS-39C MS20 matric 262 - foto Saab

Simpósio trouxe oficiais da Força Aérea Sueca para falar sobre temas operacionais e logísticos ligados à operação do futuro caça brasileiro

Ten Gabrielli Dala Vechia

Iniciou nesta segunda-feira, 21, e segue até a próxima quarta (23/11), um simpósio com a Força Aérea Sueca sobre aspectos operacionais e logísticos envolvidos na operação do futuro caça brasileiro, o Gripen NG. A ideia do encontro, que acontece em Brasília, é que os oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) possam conhecer a estrutura e a rotina envolvidas na operação do Gripen na Suécia e fazer as adaptações necessárias para o recebimento da aeronave.

Segundo o Chefe da Segunda Subchefia do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), Brigadeiro do Ar Ricardo Reis Tavares, o encontro deve estabelecer pontos de contato entre as Forças Aéreas e promover o nivelamento de conhecimentos nas áreas operacional, logística, defesa antiaérea, defesa de solo e medicina aeroespacial. “Esse simpósio vai iniciar uma troca de experiências. Tudo que será debatido aqui vai influenciar nosso dia a dia sobre como operar o Gripen no futuro”, afirma o Brigadeiro Reis.

O grupo de suecos que está ministrando as palestras é composto por cinco oficiais, dois pilotos de Gripen e três militares de nível gerencial. O adido militar junto à Embaixada da Suécia no Brasil também está acompanhando o evento. No primeiro dia de palestras, o foco foi a apresentação do contexto militar do país parceiro e a estrutura organizacional da Força Aérea Sueca.

O Tenente-Coronel Mattias Hansson, que é engenheiro aeronáutico e está no Brasil pela terceira vez devido ao projeto do Gripen, afirmou que, naquele país, as Forças Armadas são muito integradas à sociedade. “Todo sueco sabe o que fazer em caso de cenário de guerra. Em caso de mobilização, contamos com 850 mil soldados”, disse.

Uma das mudanças que o Gripen NG vai trazer para a Força Aérea Brasileira no quesito operacional é a possibilidade de atualização constante dos sistemas embarcados, em uma média de 4 ou 5 anos. Segundo o Chefe da Sexta Subchefia do Estado-Maior da Aeronáutica, Brigadeiro Paulo Eduardo Vasconcellos, isso vai trazer implicações aos futuros gestores, já que representa uma mudança de conceito em relação a como se procede hoje – a modernização completa das aeronaves após décadas de uso. “Isso mantém ativa por mais tempo a cadeia produtiva envolvida, além de, em tese, ser mais barato”, explica.

Após o simpósio, os oficiais suecos devem conhecer a Base Aérea de Canoas e a Base Aérea de Anápolis.

Assista, abaixo, à entrevista do Brigadeiro Reis sobre o simpósio operacional e logístico do Gripen.

FONTE: FAB

Subscribe
Notify of
guest

10 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Rinaldo Nery

Excelente iniciativa, onde a FAB vai cortar um caminho enorme aprendendo com a experiência dos suecos na operação do Gripen, há muito tempo.
Reis foi comandante do EDA e do Corpo de Cadetes, na AFA. Servimos juntos na Segunda ELO e na AFA.

Rinaldo Nery

O adido sueco nasceu em Porto Alegre, e fala português fluentemente.

Petardo

Curioso esse conceito de atualizações menores e menos espaçadas. Isso é muito bom para a cadeia produtiva, caso o Brasil siga esse modelo.

Rinaldo Nery

E é o que deveria ter sido feito em toda a frota da FAB. Como exemplo,, o T-27 está se acabando, e não há solução à vista. E a EMBRAER não toma nenhuma iniciativa (em nenhuma aeronave sua), sempre esperando a iniciativa da FAB e a grana do GF. Aliás, depois que o Anastácio Katsanos foi demitido acabou a inteligência de mercado militar na EMBRAER.

Petardo

Mas o T-27 tem problema de desgaste da célula, não? Teria alguma atualização que poderia ter sido feita para reduzir o desgaste? Ou só a troca das asas resolveriam, como fizeram os colombianos?

Jorge Mateus

Caro Rinaldo Estive em palestra o ano passado na AFA ministrada pelo atual comandante,Brigadeiro Valadares e o mesmo colocou em pauta as projeções para até 2030. E elas se aplicam em maneira semelhantes as que vêm sendo embutidas na FAB. Pelo que parece os T-25 e T-27 irão fazer o bico até no começo da década de 2020 e em algum momento nessa mesma década serão desativados ambos e postos em serviço o treinador Sovi ( da NOVAER) que foi escolhido a não muito tempo como o novo treinador de cadetes. Além disso,o uso de simuladores será massificado para ”manter”… Read more »

Carlos Alberto Soares-Israel

Rinaldo Nery 22 de novembro de 2016 at 21:33
Cel Essa é a solução ?
http://www.aereo.jor.br/2014/10/05/videos-sobre-a-modernizacao-dos-avioes-t-27-tucano-da-colombia/

Carlos Alberto Soares-Israel

“Todo sueco sabe o que fazer em caso de cenário de guerra. Em caso de mobilização, contamos com 850 mil soldados”
Show, com o Urso do lado …. é isso mesmo.
________________________________________

Rinaldo Nery 22 de novembro de 2016 at 21:33
Esse raciocínio se aplica ao AMX ?
________________________________________

Matéria/tópico, conteúdo, FAB e Flygvapnet estão de parabéns.

Rinaldo Nery

A solução colombiana deveria ter sido iniciativa da EMBRAER há décadas atrás. Quando à estrutura, basta reforço nas longarinas (isso já foi feito no passado). Jorge, o Valadares é da minha turma, e nos próximos dias 02 e 03 estaremos realizando a reunião dos 36 anos da turma lá na AFA. A AFA sugeriu, corretamente, ao EMAER a aquisição de um novo “sistema de treinamento” para os Cadetes, que inclui aeronaves e simuladores. Faz parte dum projeto para 30 anos. Embora me pareça uma solução adequada, o T-27, como falei, poderia ter passado por um processo de modernização há anos… Read more »

hartmam

“Na Suécia existe uma perfeita integração entre as FFAA e a sociedade” , infelizmente o que ocorre
no Brasil é justamente o oposto ” um abismo enorme” , a sociedade não se preocupa com defesa,
e com isso não existe interesse em temas militares, se houver conflito os suecos sabem o que
fazer enquanto nós, bem nós , vamos pular no Atlântico.