primeiro-iu-50

O Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV) recebeu – na sexta-feira, 23 de setembro – sua primeira aeronave Legacy 500, denominada IU-50, de fabricação nacional e completamente equipada para sua atividade-fim.

Novos desafios apresentam-se constantemente, como o aumento do volume de tráfego aéreo em todo o espaço aéreo nacional, o que levou o GEIV a buscar novas tecnologias e a desenvolver novos procedimentos e critérios operacionais, atendendo a crescente demanda dos usuários do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, o SISCEAB, e impulsionando a evolução da atividade de inspeção em voo.

Por isso, a Força Aérea Brasileira (FAB) criou um programa estratégico, o projeto I-X, que proporcionou ao GEIV seis novas aeronaves-laboratório que ampliam a capacidade embarcada e permite que o Brasil realize com plena autonomia a homologação de procedimento de aproximação nos aeroportos.

Em julho de 2015, a FAB iniciou o desenvolvimento das novas aeronaves de inspeção em voo, jatos executivos Embraer Legacy 500, que passaram a ser modificados para a nova configuração de aeronave-laboratório. Esse processo de reaparelhamento proporciona um salto na qualidade nas possibilidades da inspeção em voo no Brasil, motivado pela demanda na verificação e pela consolidação dos novos padrões de navegação associados aos conceitos adotados pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), em virtude da implantação do Programa Sirius no espaço aéreo nacional.

Os ganhos operacionais

O GEIV é responsável por medir, aferir e calibrar equipamentos auxiliares à navegação aérea instalados em aeroportos de todo o País. Com mais precisão e confiabilidade nas inspeções com as novas aeronaves, o maior ganho é da sociedade brasileira, que vai dispor de serviços de apoio à navegação aérea mais seguros.

As novas aeronaves-laboratório substituem os IC-95 Bandeirante e trazem ganhos operacionais e consciência situacional à tripulação do GEIV, em função dos modernos sistemas embarcados, mantendo o elevado nível de segurança de voo das operações e diminuição da carga de trabalho.

Construídas pela Embraer, as aeronaves possuem o que há de mais moderno em termos de tecnologia embarcada. É o único avião do mundo com tecnologia “fly by wire” (controle das superfícies móveis de comando da aeronave por intermédio de pulsos elétricos). O check list dos pilotos é eletrônico. A nova aeronave, um jato executivo bimotor de porte médio, com motorização turbofan e alcance intercontinental, com alcance de 5.600 km, atinge 800 km/h.

A aeronave projeta internacionalmente a indústria aeronáutica brasileira – Embraer – por ser a primeira no mundo a construir uma aeronave-laboratório, com um sistema de inspeção nesse tipo de aeronave no mundo. São equipamentos de última geração que, aliados às características do Legacy 500, trazem segurança e conforto à tripulação, além de confiabilidade e precisão aos dados coletados.

Na Aeronáutica, a aeronave tem matrícula FAB 3601 e possui 14 antenas na parte externa, além das existentes normalmente e, além disso, uma câmera a laser que permite maior autonomia e independência.

A chegada da segunda aeronave ao GEIV está prevista para dezembro deste ano e as outras quatro até o final de 2020.

O batismo

iu-50-image-3A aeronave chegou ao pátio do GEIV com uma tripulação totalmente capacitada para a operação, ao som de “2011, uma odisséia no espaço”, dando início à cerimônia de batismo, que contou com a presença do diretor-geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos Vuyk de Aquino. O oficial-general afirmou, em seu discurso, que o GEIV estava escrevendo um novo capítulo em sua história de inspeção em voo: “Voando com a tecnologia seria o título, pois hoje estamos recebendo a plataforma de inspeção em voo mais moderna do mundo”, justificou. Ele ressaltou que a ideia é “fazer o uso intensivo dessa tecnologia, garantindo a segurança da navegação aérea no Brasil, que é o elemento inegociável e o bem maior do SISCEAB, permitindo que, através de inspeções em voo seguras e rápidas, tenhamos uma aviação com a regularidade necessária para a condução da nossa sociedade, que tanto espera e confia no nosso trabalho. Temos correspondido a essa expectativa através de resultados dos últimos eventos recentes que engrandeceram o SISCEAB com números indicadores reconhecidos como padrão de excelência. Nossa missão agora é manter e até superar esses bons resultados. Portanto, vamos dar as boas-vindas ao GEIV 01 – FAB 3601 que, a partir de agora, segue para fazer inspeção com grandes demandas” – finalizou o DGCEA.

Em seguida, o comandante do GEIV, Marcelo Lima Pinheiro, disse que o momento do recebimento da aeronave ratificava e materializava, para cada integrante da inspeção em voo, a importância da contínua dedicação aos estudos com o objetivo permanente de realizar a implantação do projeto dentro dos mais rigorosos padrões de segurança necessários. “Nesta data, o GEIV ratifica ao DECEA o seu compromisso em manter a elevada qualidade no cumprimento de sua missão e garantir o fortalecimento da soberania, da integração nacional e do controle do espaço aéreo brasileiro”

Na presença de ex-comandantes e integrantes do GEIV, o batismo da aeronave foi conduzido pelo Tenente-Brigadeiro Rafael Rodrigues Filho (ex-diretor do DECEA e atual presidente da Escola Superior de Guerra – ESG), pelo Tenente-Brigadeiro Aquino e pelo Tenente-Coronel Pinheiro, que banharam o avião que dará um grande salto tecnológico, oferecendo melhores gerenciamento e monitoramento de voo.

Assista, a seguir, ao vídeo sobre a entrega da primeira aeronave.

FONTE: DECEA

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Matheus

Por que a FAB que faz este serviço? não seria melhor empresas privadas? SDS!

Jeff

Aliás, tem também vários outros “serviços” que a FAB poderia ser dispensada de realizar…

Bruno

Ontem estava realizando voo de treinamento na TMA RIO como GEIV 01. Executou o ILS para a 10 do Galeão e fez uma arremetida impressionante.
Devia estar vazio, e o novo painel de inspeção é bem reduzido em tamanho e provavelmente em peso, mas foi bem legal.
Alguém sabe se é o pessoal da EMBRAER dando instrução??

Douglas Belarmino da Mota

IU-50 estava voando ainda pouco aqui em Santa Cruz RJ.

Andrè Luiz

No modelo atual adotado pelo Brasil, o COMAER é a Autoridade Aeronáutica e a ANAC é a Autoridade de Aviação Civil, com isso parte dos recursos financeiros das tarifas aéreas são destinados ao Comando da Aeronáutica- COMAER (aproximadamente 1.7 bilhões/ano) e repassados para o CENIPA, ASOCEA e o DECEA. O DECEA é responsável pela Prestação de Serviço de Navegação Aérea (PSNA) que contempla, entre outros serviços, a Inspeção em Voo. O recurso utilizado para a compra dessas aeronaves não saiu do cofre do COMAER, pois é um “dinheiro carimbado” para prover a segurança operacional no SISCEAB. Porém, o COMAER também… Read more »

André de Souza

Cometi um erro no post anterior. 1,7 bilhão/ ano é destinado somente para o DECEA.
Agora pergunto aos senhores:
Será que todo o recurso que hoje é destinado para prover a Segurança Operacional (DECEA, ASOCEA e CENIPA) se transferido para a iniciativa privada ou para uma Agência Pública será efetivamente empregado na sua atividade fim?

Jorge F

Não é função de Força Aérea, mas é função da instituição que atende aos padrões emanados pela ICAO. O sistema misto criado no Brasil é alvo de críticas positivas e negativas. Particularmente vejo mais prejuízos para a Força Aérea do que benefícios. O problema se torna crítico quando somados o DECEA (GEIV, ICA, CINDACTA civil), o GABAER (GTE, ETA6, EDA), o DCTA (GEEV, ITA, IPEV…) … Nessa fórmula o braço armado fica com F-5 da década de 70 para resolver os problemas de defesa aérea. Pior ainda, é o consenso de que mesmo se todas essas estruturas acessórias fossem repassadas… Read more »

romário

Quem não tem FORÇA aérea caça com inspeção em voo, taxi aéreo, transporte de órgãos, etc.

Matheus

Na minha opinião deviam privatizar isso aí, pouparia pessoal e grana. SDS!!

Marcelo Andrade

Jorge,

O problema dos caças já foi resolvido com a escolha do Gripen F-39. parabéns a FAB, apoio sempre o GEIV, fazem um excelente trabalho, inclusive no exterior!!!

Mas aqui, como sempre, vão reclamar!!!!

Andrè Luiz

Jorge, Romário e outros, Percebo neste fórum que alguns foristas, talvez por desconhecimento, acham que comprar avião de caça moderno é a solução para se ter uma Força Aérea forte. Puro engano! Para o caçador interceptar uma aeronave todo um sistema tem que atuar. Citarei apenas algumas fases e quem “banca”. Não tenho certeza se o protocolo ainda á esse, mas vamos lá: 1) Identificação do tráfego ilícito: realizado pelo controle de tráfego aéreo local ou CINDACTA (mantido com recurso do DECEA) 2) Acompanhamento desse tráfego: realizado pelo COPM do Regional (mantido com recursos do DECEA). Apesar de ser da… Read more »

Franklin Junior

Que o Grupo de Transporte Especial – GTE não saiba disso,pois por lá eles(a clientela q os usa) adoram um avião novinho.Apesar de já terem o Legacy 600.

Wellington Góes

Pois então André, não entendo esta do Brig. Rossato querer passar para uma empresa (mesmo que estatal), este controle. Se tiver que passar à iniciativa privada, que faça com o GEIV, está sim uma atividade secundária da força (pelo menos no meu entendimento). – Se eu estiver equivocado, por favor, fique à vontade para corrigir. – Quanto ao recebimento desta aeronave, já expressei minha opinião aqui e em outros espaços, achei esta aquisição desnecessária. Os Hawks 800 são relativamente novos e como há modernização dos Bandeirantes em curso, que tivessem feito o mesmo com os aparelhos do GEIV. É o… Read more »

Sergio Cintra

Andrè
Parabéns pela exposição!
Muito clara, com sentido e orientada. Poucos aqui entenderão que sem uma infraestrutura adequada por trás, nem S.Dumont levantava o 14 Bis. Infelizmente não aparece ao publico e que ao meu ver, qdo fazem um “portões abertos”, deveriam incluir algo nesse sentido. Mostrar a sociedade, através de, sei lá, visita de estudantes, congressistas, publico usuário, por exemplo, esse trabalho de “pilotar” os céus,sem sair do lugar. Quem acompanha, as vezes, o Flghtradar24 tem uma pequenina noção de parte da ação “visível”, porque ainda tem outras.

Space Jockey

3 garrafas que não foram bebidas só pra inaugurar… E defesa aérea ??

Mauricio R.

Se queriam um jato para a inspeção de voo, era só retirarem do inventário do GTE, lá tem de sobra.

Rinaldo Nery

André Luiz, muito bom. No site da FAB tem tudo isso, mas as pessoas tem preguiça pra procurar. Dilma queria tirar o DECEA do guarda chuvas do COMAER, até explodir a greve de controladores na Espanha. Já imaginou a CUT controlando o “sindicato” dos controladores? Todos esquecem que TODO o tráfego aéreo internacional oriundo da Europa, e parte dos EUA, com destino ao sul da América do Sul passa sobre o Brasil.