O vídeo de 2006, mostra o HUD de um A-29 Super Tucano A-29 da Força Aérea Brasileira e o diálogo dos pilotos durante treinamento de recuperação de parafuso invertido.

Durante a rotação, o trim do avião ficou fora de posição. O piloto em treinamento pede ao instrutor para ajudá-lo na recuperação, mesmo assim eles passam todos os limites, de velocidade e força g. Vejam o quão perto eles ficaram do chão!

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Augusto

Uma curiosidade… Nesse caso o (não sei se o A-29 tem!) o fly-by-wire não atua automáticamente? Gostaria de saber mesmo se não for o caso do A-29 ser equipado com isto, qual seria a reação do dispositivo Fly-by-Wire após a manobra indevida.
Grato.
P.S: Estou querendo equipar meu Cessninha 140 com isto e estou em dúvidas!

Clésio Luiz

Augusto, ele não tem FBW. Aliás, desconheço qualquer treinador turboélice que tenha.
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400 nós (742 km/h) e 8,3G. Um voo para não ser esquecido num Super Tucano.

Franco Ferreira

Dá um gosto de m**** na boca!

Renato B.
Matheus

Alguem teve que lavar BEM o traje depois. hahahahahahha

Brincadeira a parte, parabens ao piloto e ao controle de voo.

Delfim Sobreira

Perguntas :
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1 – Foi um parafuso induzido, mas já li que o A-29 é mais instável que o AT-27. As asas do A-29 são as mesmas do AT-27 ? Em caso afirmativo, dão pro gasto ou poderiam melhorar ? Ou foram mantidas pra aproveitar ferramental e manter custos ?
.
2 – Quanto um A-29 pode dar em um mergulho ? Me-109, P-51 e Spitfires mergulhavam a 500 nós, talvez mais.
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3 – Aos 2:04, o aluno chama o instrutor de “véio”. Chamar o superior de véio no EB vale uma cadeia.

Rinaldo Nery

Delfim, o perfil das asas é o mesmo, somente com reforço nas longarinas. A VNE do A-29 não sei, mas o Ben Hur e o Caçador Cometa, que postam aqui, são operacionais no A-29. Quanto ao “veio”, você tem razão. Na minha época de estagiário do 2°/5° GAV não falaria isso. Mas, na maior parte das vezes, instrutor e estagiários são contemporâneos da AFA. Na minha época, meu quarto ano da AFA ministrava instrução pra minha turma. Essa ocorrência, em 2006 em Natal, foi no comando de um companheiro de turma. Quando o A-29 foi introduzido na Fumaça, conversei com… Read more »

ANTONIO ASSUMPÇAO

Delfim Na hora da “meerda” pooode! Vc me fez lembrar AS DIFERENCAS entre as FORÇAS MARINHA Eles pintam tudo, limpam tudo e fazem com que o ar-condicionado funcione a mil eles levam a casa deles para a batalha a quarenta km por hora superiores nao “falam” com subordinados e para passarem meses no mar só assim mesmo as turmas se comunicam quando raramente eles aportam em uma base EXERCITO Faça chuva, faça sol eles tem que manter a posição a bandeira tem que permanecer no topo da montanha se o tenente nao tiver “comando” nao rola o cabo realmente manda,… Read more »

Jeff

Parece que as duas cuecas sofreram perda total nesse episódio.

Reinaldo Deprera

O prognóstico do Jeff explica o último parágrafo do relato citado pelo Rinaldo.
Nunca um parafuso invertido foi tão chato 😀

Save Ferris!

Clésio Luiz

Delfin, um caça da SGM que chegasse a 500 nós, se não perdesse alguns pedaços antes, não sairia do mergulho. Mesmo projetos posteriores como o Me-262 e o Meteor não eram muito adequados à essas velocidades. . Alguns pilotos gostavam de se gabar de ter ultrapassado em muito os limites das aeronaves, alguns até dizendo ter ultrapassado a barreira do som, mas hoje em dia se sabe que essas eram lorotas das boas. . Só com a chegada do F-86 em 1947 que apareceu um caça que podia mergulhar com alguma confiança, e mesmo assim ainda teve quem morresse nesses… Read more »

Fábio CDC

“Véi”, “Carai”… Oficiais da FAB falam isso em um treinamento? Se se descontrolam dessa maneira no treino, nem quero imaginar o que fariam numa situação real de combate.

Alexandre Galante

Fábio DC, não sejamos hipócritas. Qualquer um de nós passando o que eles passaram, falaríamos alguns palavrões. Por pouco poderiam ter morrido. Criticar sentado em frente ao teclado é uma coisa, estar dentro de um avião puxando Gs é outra bem diferente. Por isso essa profissão não é para qualquer um e muitos são reprovados durante o curso.

Mauricio R.

A asa do A-29 é a mesma asa do EMB-312F, o T-27 vendido a França, já li que suas longarinas seriam de titânio e que teria vida útil de 10000 horas de voo, ao contrário das 6000 horas de voo da asa padrão do EMB-312/T-27.
Mesmo assim não é exatamente adequada ao A-29, mais longo e pesado que o Tucano.
O custo de uma asa nova e mais adequada, ficaria em 24 milhões USD, dado este citado aqui no blog em outra ocasião.
Infelizmente desconheço os fatos reais, além do custo, que determinaram a sua não existência.

Rafael M. F.

ANTONIO ASSUMPÇAO 13 de setembro de 2016 at 11:49
.
Me lembrei de um diálogo do filme “Saving Private Ryan”, onde o private Uphan bate continência para o capitão John H. Miller e o mesmo dá uma “mijada” nele: “Muito bem, seu idiota! Bata continência para que todos os franco-atiradores alemães saibam que sou um oficial”

Rinaldo Nery

Antonio Assumpcao, muito bom. É por aí.
Fábio CDC “Iceman”, talvez a sua experiência de vôo lhe deu essa “tranquilidade”. E soberba também. Senta o rabo lá p saber como é.
Maurício R., essa informação é minha. Acho que são 12.000 horas, não tenho certeza. Os valores são de 1992. Como você lembra, a EMBRAER estava praticamente quebrada, e não tinha esse recurso para investir numa nova asa. A intenção era aproveitar ao máximo a estrutura do JPATS. Se a asa tivesse sido refeita seria uma aeronave muito superior. Me arrisco dizer que teria um desempenho próximo do Xavante.

Rafael M. F.

Clésio Luiz 13 de setembro de 2016 at 12:26 . Clésio, pelo que li em uma RFA antiga, o P-47 poderia atingir cerca de 500 kts em picada em apenas 5 segundos, mas conseguia sair. . Inclusive os mexicanos usaram essa característica do mesmo para fazer um ataque em picada contra um paiol japonês que ficava entre três montanhas – o que inviablizava um ataque “Boom and Zoom”. . Detalhe: atacaram com duas bombas de 454 kg sob as asas. Missão quase suicida. Tanto que perderam um dos caças nessa missão. O piloto tinha 20 anos e era aniversariante do… Read more »

Jacinto Fernandes

Perdoe-me a ignorância, mas se o piloto tivesse se ejetado nestas exatas circunstâncias ele sofreria algum tipo (oficial ou não) de prejuízo em sua carreira na FAB?

XO

Antonio, sem críticas, apenas esclarecendo a comparação… a Marinha não pinta, a gente trata e pinta para o sal não acabar com o metal… a gente limpa, porque o Navio é a nossa “casa” quando estamos no mar… o arcond não é para conforto, é para o funcionamento de sensores e sistema de armas… abraço…

Rinaldo Nery

Jacinto, não acontece nada. Só tem q refazer a inspeção de saúde.

Marcio José Vilas Boas

Tenso!! O sangue ter que correr gelado nas veias, para se manter em foco num momento desses.

Franco Ferreira

Sobre o linguajar a bordo: Aqui mesmo, no PA, e em maio de 2013, consta

“…avião do mergulho em que se encontrava. Eu soltei o manche e desmaiei por hiperventilação. Monteiro falou com Renato e aprendeu que devia desligar meu suprimento de oxigênio. Acordei vários minutos depois, já no circuito de pouso… “Pousa esta porra que eu não sei pousar!” Foi a reação do major…”

Não foi porra, não, foi m**** mesmo!

Reinaldo Deprera

Sobre o linguajar. Prefiro o estilo americano, yankee ou tupiniquim, do que o prussiano. Existem situações excepcionais que devem ser tocadas com o fígado. A soberba é característica de alguns dos melhores profissionais de diversas áreas que, invariavelmente, são também excelentes seres humanos. Ser soberbo não é para qualquer um. Todo bom caçador é soberbo e folgado. Arrogância, só que não. Apenas uma característica dos que vão na frente, dos que desbravam. O Cel. Rinaldo, que não conheço pessoalmente, deve ser um cara soberbo. Fabiano e caçador, tem essa sina com certeza. A humildade, todos se acham humilde. Todos a… Read more »

JT8D

Reinaldo Deprera 13 de setembro de 2016 at 15:09
Reinaldo, desconfio que ao invés de “paradigma” você queria dizer “paradoxo”. Pelo menos faria mais sentido.
Abs

Delfim Sobreira

Eu coloquei a questão do “véio” pq como coloquei em outro tópico, já trabalhei em operações junto ao EB e à FAB, e a diferença no tratamento hierárquico é gritante. Qdo trabalhei junto à Operação Rio, no quartel da PE, o grupo de Peritos da Civil comia no rancho dos Oficiais, junto com os Oficiais. Estávamos comendo com um deles à mesa, e toda hora que entrava um praça, ou até graduado, batia sentido, palma na coxa, coturno com coturno, continência, “permissão pra entrar senhor !”, oficial largava o talher e respondia com um gesto que lembrava uma continência. Quando… Read more »

Delfim Sobreira

Alguém me contou uma estória, de um Oficial-aviador que antes do voo pediu um suco pro taifeiro com a maior grosseria, daí o taifeiro fez o suco com laxante. Daí vcs imaginam o que aconteceu…

Reinaldo Deprera

JT8D 13 de setembro de 2016 at 15:13 Eita. Agora já foi. Mas obrigado pela correção 😀 — O mais legal desse tipo de vídeo é que dá ao público, a oportunidade de refletir sobre a importância e o profissionalismo da instituição militar. Uma situação que ocorreu em 2006, mas que só agora temos acesso ao material gravado. Tem muita coisa acontecendo agora, nesse exato instante. A maioria delas só ficarão na nossa imaginação. Mas sabemos que foi, naqueles jovens brilhantes que um dia depositaram seus esforços para se tornarem pilotos de caça, destinado a tarefa de arriscarem suas vidas… Read more »

Rafael M. F.

Excelente, Reinaldo!
.
Eu costumo dizer o seguinte: quer ser soberbo, seja. Mas tenha condições de manter sua soberba, pois do contrário será mais um pagando papel de idiota.

Rafael M. F.

Ainda sobre a (boa) soberba:
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Um ligeiro off: O grande barato da Paralimpíada é que não se vê nenhum atleta com aquele ar de superioridade e arrogância que se percebe em diversos atletas olímpicos.
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Há um respeito imenso pelo adversário.
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Todos são vitoriosos apenas pelo fato de estarem ali, e sabem disso.
.
No more off!

Carlos Alberto Soares-Israel

Caro Cel R. Nery,
1) O instruído “perdeu” o controlo ou “deu” uma apagadinha ?
2) O que em minha opinião de leigo é absolutamente parte na execução de situações extremas e
3) No áudio não há alerta sonoro de aproximação do solo, correto ?

Jeff

Tanto a matéria quanto os comentários muito esclarecedores, pra quem não é da coisa… muito bom PA.

Bardini

Aos 1:43… Eram penas aquelas coisas voando ali?

Rinaldo Nery

Carlos, ninguém apagou. Quase houve perda de controle devido à compensação não comandada. Falha de projeto do avião, para o qual a EMBRAER implantou três Boletins de Serviço. Quanto à continência, vamos falar do RConti (Regulamento de Continências). A parada para a continência deve-se SOMENTE à Bandeira Nacional incorporada à tropa, ou a oficial general. Sempre que se adentrar algum recinto, pede-se licença ao mais antigo. Soberba é um defeito, não uma virtude. Está além da arrogância. Não se deve te-la, em nenhuma profissão. Imaginem um médico soberbo, que cometa um erro médico. Os soberbos estão mais próximo da falha… Read more »

Juarez

Cel, já lhe contaram aquela história da missão 200 milhas, o Brig Saito na época era operações do 14, e eles se perderam do Barão a umas 150 MN do litoral e com o combustível na baba…..foi um cagaç..e tanto

G abraço

Rinaldo Nery

Sim, Juarez. Ouvi falar. O TB Machado, que é da sua época, contou algumas histórias. Um dos melhores comandantes que já tive. E não é soberbo.

Rafael M. F.

Uma coisa que soube em uma entrevista de uma revista de aeronáutica (não lembro se era a Voar, a RFA, ou a Asas…) com um comandante de KC-137, é que quase foi perdido dois elementos de F-5 do 1° GpAvCa que exageraram no PC durante um ataque simulado ao NAeL Minas Gerais e chegaram ao ponto de rendez-vous só no vapor de QAv.
.
A coisa tava tão feia que o primeiro elemento encurtou o ReVo para poder permitir ao segundo elemento abastecer.
.
O Juarez e o Cel. Nery podem confirmar essa história?

Rinaldo Nery

Essa não conheço. Sei do Brig Mendes (Major ou Capitão, na época) que levando um F-5E de Canoas pra Cachimbo, pra qualificação de armamentos com pessoal do GEEV, teve uma pane seca, plugou com os motores apagados, desceram (o F-5 e o KC-137), e o F-5 só reacendeu ao cruzar 25000 ft. Parece lenda mas é verdade.

Carlos Alberto Soares-Israel

“Rinaldo Nery 13 de setembro de 2016 at 19:27”
Por isso perguntei e afirmei que sou leigo no assunto e sinceramente não tenho intenções de me aprofundar em pesquisas mas obter conhecimento de quem “é do ramo, de dentro”. Suas informações e de outros Fabianos são de grande valia.
Quanto a continência e a soberna faço coro ao ANTONIO ASSUMPÇAO, poderá haver explanação igual, superior …. muito difícil.
____________________________________________

No áudio não há alerta sonoro de aproximação do solo, correto ?

Rinaldo Nery

Não, o A-29 não possui EGPWS (Enhanced Ground Proximity Warning System). Se tivesse , teria que ser inibido em missões de ataque e navegação a baixa altura.

Juarez

Rafael, não foi um KC 137, foi um KC 130, Barão, elemento de três F 5 fazendo uma ataque surpresa a FT da MB na proa de Torres RS, a 200 MN com silêncio na fonia, lembrando que naquela época a navegação era proa tempo. O Pinóquio para variar cantou as coordenadas erradas, e a interceptação demorou, na volta eles perderam o ponto de encontro com o Barão e que se não fosse pela experiência do Major av “carroceiro” que resolveu ficar no circuito por mais algum tempo, teríamos perdido três anvs. A situação era tão critica que os pilotos… Read more »

Rinaldo Nery

O filho do Kersul é caçador também. Acho que está em Santa Maria. Quando Cadete pegou carona comigo no E-99.

Rafael M. F.

Juarez e Cel. Nery: Obrigado pelas respostas!

ANTONIO ASSUMPÇAO

Disparos de trim já levaram colegas para o outro nível
Cap Jacemir e seu colega de cabine voaram por uma hora e quinze minutos com trim “full down” picado
Estavam a mil pés sobre o oceano no “BANDEIRULHA”
Coisa de louco
Mas trouxeram a “garça” de volta
IMAGINO QUANTA POLIDEZ DURANTE ESSE PROCEDIMENTO
ABRAÇO JACE

Rinaldo Nery

Roberto, os comandos de pitch e ailerom trim ficam no manche. Na manete fica o comando do autorudder. Que foi objeto de falha de projeto, causador de acidentes, e que levou a EMBRAER a implementar 3 Boletins de Serviço para sanar o problema.
Ao girar no dorso o instrutor pode ter acionado no sentido de picar, inadvertidamente. Já teve acidente de T-27 na AFA por conta disso. Mergulho e speed brake são a mesma coisa. Cada um chama como quiser. Não há essa padronização.
Antônio, você ressuscitou um cara do baú: Jacemir. Onde ele anda? É vivo ainda?

Renato B.

Eu achei o vídeo bem legal e acho não vejo problema nenhum no comportamento deles. Eles voltaram vivos e o avião inteiro, não?

Inclusive, acho que não faz mal à FAB divulgar esse tipo de vídeo de forma mais didática para leigos. Um caso desses ilustra bem a importância do investimento em qualificação e equipamento.

Space Jockey

Mauricio R. O bom filho a casa retorna.

Guizmo

Pessoal, há poucos anos acompanho a Trilogia. Uso como calmante. Estou cheio de problema no trabalho e, graças a voces, consegui esquecer por 10min os problemas e fiquei imerso nos comentarios, analises, siglas e “inside info” do Nery…..muito bom! Obrigado pessoal
Abs

Mauricio R.

Space Jockey, obrigado!!!!

Rinaldo Nery

Roberto, esse caso especificamente não foi falha no autorudder. O vídeo não afirma isso. Quis dizer que o A-29 teve, no passado, uma ALA (Aviso de Limitação de Aeronavegabilidade) expedida pelo IFI, por conta das falhas no autorudder. Daí a expedição dos Boletins. Esse vídeo mostra problema de pitch trim. O A-29 tem autorudder, sim, pois já voei em A-29. Conheço um pouco o avião.
Quanto à língua inglesa, sim, é bom utilizar os termos na língua de Sheakspeare. A CRUZEX é toda realizada na língua inglesa. Participei de 4. Cada UAE adota o quer. O COMGAR não padronizou isso.

Gerson Carvalho

ANTONIO ASSUMPÇAO, Só para reforçar na MB os comandantes de navios ficam distante inclusive dos oficiais, para na ora de uma punição não vacilarem. Em um navio continência sempre para o Comandante nas raras vezes que alguém o ver. Para os demais oficiais somente na primeira vez que vc o ver no dia!