Sem caças novos, USMC aguarda revitalização de Hornet do deserto

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O Corpo de Fuzileiros dos Estados Unidos (USMC) colocará em atividade velhos caças F/A-18 Hornet que estão estocados no deserto do Arizona.

O USMC deveria substituir sua frota atual por novos caças F-35, mas questões relacionadas ao software da aeronave atrasaram a produção do caça para o final do ano que vem.

Ao contrário da solução adotada pela Marinha, que adquiriu vários lotes de caças Boeing F/A-18E/F Super Hornet, o USMC optou por recolocar em atividade 30 Hornet de primeira geração que se encontram estocados na Base Aérea de Davin-Monthan da USAF.

A companhia Boeing (empresa que absorveu a McDonnell Douglas – fabricante original do Hornet) está trabalhando na revitalização das células e deverá elevá-las ao padrão “C+” de acordo com um contrato firmado em 2014. O USMC  reclamou publicamente da insuficiência de aeronaves de combate no último mês de abril, culpando cortes no orçamento que não custearam o reparo de aeronaves antigas ou a compra de novos aviões.

Segundo informações do USMC da atual frota de 276 F-18 Hornet, apenas 30% tem condições de voo. Os gastos militares dos EUA caíram US$130 bilhões desde 2010 e as forças armadas estão enfrentando dificuldades em manter seus mecânicos e engenheiros, que buscam oportunidades no mercado civil.

O senador John McCain, ex-piloto de caça da Marinha, chamou o programa do F-35 de “um escândalo e uma tragédia em relação a custo, prazo e desempenho” durante um entrevista par a CNN em abril passado.

Dos cerca de mil caças F-35 que já deveriam ter sido produzidos, apenas pouco mais de 200 foram entregues.

FONTE: NewsMax (tradução e adaptação do Poder Aéreo a partir do original em inglês)

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Marcelo Bardo

Achei que só aqui fosse difícil manter boa disponibilidade.

Rinaldo Nery

Interessante… Somente 30% de disponibilidade, com todo os recursos que os EUA possuem. Qual será a causa? Não pode ser por orçamento, somente.
E aqui, conseguimos, em alguma oportunidades, 90% de disponibilidade nos velhos F-5EM.

Delfim Sobreira

O que seria o padrão C+ ?

Clésio Luiz

Ué, mas o F-35B atingiu IOC ano passado? E teve gente que acreditou… – Rinaldo, falta verba mesmo. Nos sites de notícia e blogs gringos, os próprios integrantes do USMC falam disso. E não é apenas os caças que sofrem não, helicópteros também estão com baixa disponibilidade e outros programas deles estão atrasando por falta de verbas. – Agora quem não tem falta de verbas é o programa do F-35 não é? Não é a toa que os grandes fabricantes de equipamento militar de lá torram um bom dinheiro em lobby do políticos, pra vaca não parar de dar leite.… Read more »

Delfim Sobreira

Poggio.
.
Sim, e qual a capacidade em termos de armamentos e aviônica da versão C+

Rinaldo Nery

Obrigado, Poggio e Clesio. Realmente, se você voa além do previsto, realiza mais inspeções periódicas e consome mais itens da prateleira. Se não tiver dinheiro pra repor, a disponibilidade cai.

Gustavo

Rapaz se conseguimos manter velhos F-5 ter até 90% de disponibilidade imagina se tivéssemos os Hornets então?

Tiago Silva

Hahahaha boa Gustavo!

Mas o para uma força como os Marines 30% é preocupante,e ai mais um sinal dos problemas causados pelo F-35.

Esta versão “C+” alguém sabe dizer quais são os principais incrementos?

gbento

30% dá 83 caças. Imaginem que sonho a FAB ter uma frota dessas.

fonseca

forças armadas em geral torram dinheiro.
aviões demais, gente demais…
voam para lá e para cá… depois não têm mais aviões…
informação estranha: os aviões estão indisponíveis porque voaram muito e estão em manutenção… e a solução é reformar aviões estocados.
Não dá no mesmo consertar os 70% “indisponíveis”?

Alfredo Araujo

“Não dá no mesmo consertar os 70% “indisponíveis”?”
.
Quando se “vai no deserto”, o que se tira de lá são as melhores células com os melhores componentes disponíveis. Rola um catado do que se tem em melhores condições…
Para eles terem escolhido essa opção, esses aviões encostados devem estar no bagaço…
Mas isso tudo são apenas exercícios de imaginação do que realmente acontece.
.
Vai q a intenção é “fazer um agrado” a Boeing… q ultimamente não tem tirado muito dinheiro do USMC, já q essa está tendo recursos drenados pelo programa JSF (F-35). Politicagem é froids..

kfir

Quantas horas ainda restam as células estocadas no deserto, e além destas quantas mais células ainda existem com turbinas e tudo com horas a serem usadas?

quanto custa um avião destes para países amigos?

MARCOV

A partir de uma certa quantidade de ciclos há a necessidade de grandes inspeções estruturais, desmontando a aeronave quase que completamente para inspeção visual detalhada e END. As aeronaves preservadas devem estar com um menor número de ciclos ou após uma grande inspeção. Por isso, é mais rápido e viável economicamente retirar da preservação uma aeronave. Há, logicamente, vários níveis de preservação, mas os EUA sempre têm uma boa quantidade de aeronaves na preservação mínima (é por níveis, mas não me lembro a ordem) para serem colocadas em operação com um número menor de horas-homem.

Silvio

uehhhhhhh achava que so os russos eram quebrados,que tecnologia la eh uma porcaria,nada funciona direito….kkkkk

Jorge Knoll

A situação dos EUA não é diferente da nossa: – Enquanto o PROSUB consume grandes verbas, que comprometem não só a renovação – queira navios novos ou usados, e comprometem até a manutenção dos próprios meios da MB, ou navios ainda em condições de navegabilidade e operacionalidade poderiam ainda prestar serviços por mais tempo, e são descomissionados; lá o programa do F-35 já consumiu U$ 1,45 Trilhão de dólares, sendo o preço da unidade U$ 97 milhões de dolares, quando o orçamento americano de Defesa, também tem limitações, tanto é que já reduziram homens em armas, fecharam bases pelo mundo… Read more »

DomSaf

Jorge Knoll 24 de junho de 2016 at 9:48
e
gbento 23 de junho de 2016 at 23:08

clap clap clap

Alexandre Samir Maziz

Mesmo assim o “ruim” do USMC que esta querendo recolocar em atividade 30 Hornet de primeira geração, ainda é “melhor” que nosso da FAB que ainda voa de F-5.

Leandro Costa

Não podemos comparar a FAB com o USMC pelo simples fato que de o USMC tem uma realidade operacional bem diferente. Voam constantemente em treinamento e desdobramentos para missões de combate, etc. Suas necessidades são bem diferentes. Eu ainda preciso confirmar, mas acho que ainda há um esquadrão “Aggressor” do USMC voando F-5’s.

Franklin Junior

E a gente querendo “torrar”, digo gastar uma grana alta com uns míseros A-4 e um PA da década de 60, que mesmo estando em pleno “estado de arte” representariam algum poder dissuasivo hoje. Acho que o que tem que mudar mesmo é a forma de pensamento do comando, diante dos sempre previsíveis recursos disponíveis.

Marcelo Andrade

Sabem qual o problema dos EUA? F-35!! Para mim a maior “jaca” que enfiaram pela goela do contribuinte americano. Além de feio pra burro, como pode um avião que já custa mais de 130 milhões a unidade , dar tantos problemas. Poderiam ter construído mais F-22, os quais seriam uma força de primeira linha, um coringa e dar uma arrumada nos milhares de F-15C e E , F-16 e F-18E. As FFAA americanas ainda tem ótimos aviões da quarta geração que atualizados ainda dariam uma força impressionante. Mas, o Tio Sam tem que manter os empregos e satisfazer os lobistas… Read more »

Rinaldo Nery

O esquadrão Agressor da Navy é o VFC-13 Saints, baseado na NAS Fallon, Nevada, equipado com F-5. Tem vídeo sobre a UAE no You Tube. Aliás, não sabia que a Top Gun tinha saído de Miramar.

Leandro

o que devem estar levando em consideração não é apenas os componentes internos.. mais sim a própria célula que deve ter já aguentado muitas cargas G (acredito que seja nesse sentido que eles forçam os caças), enquanto que as células estocadas estão em melhores condições dos que as em manutenção. 30% operacional… devemos lembrar que a hora voo do F-18 é maior que dos F-5, isso implica diretamente na manutenção da célula. Mesmo que a FAB tivesse essa maravilhosa maquina no inventário acredito que não estaria muito diferente que a USAF mesmo sendo em numero iguais aos F5. como estão… Read more »

augusto

Uhm! 270 hornets – 87 da 183 hornets parados, poderíamos ter adquirido uns hornets modernizados desses la pelos idos de 2005 a 2008, imagina 36 ou 24 hornets com uns 20-15 anos de uso ainda pela frente. Daria uma boa forca aérea 57-f5, 24 ou 36 hornets, 42-amx m, daria entre 123 a 135 aviões

augusto

Depois era só substituir tudo pelo Gripen nessa próxima década que vem agora.

Fernando "Nunão" De Martini

Leandro Costa e Rinaldo Nery, boa tarde.
.
Atualmente são dois os esquadrões “aggressor” da USN / USMC nos Estados Unidos, um no Oeste, outro no Leste.
.
São o VFC 13 “Saints” que opera em Nevada, e o VFC 111 “Sundowners” que opera na Flórida – pelo menos era assim até pouco tempo. Seguem duas matérias a respeito, com belas fotos, e ambas trazem links para outras matérias sobre o assunto:
.
http://www.aereo.jor.br/2015/03/27/entra-ano-sai-ano-e-o-f-5-nao-sai-da-usn/
http://www.aereo.jor.br/2015/03/27/entra-ano-sai-ano-e-o-f-5-nao-sai-da-usn/

Rinaldo Nery

Obrigado, Nunao.
Augusto, não existem 42 células de A-1.

Fernando "Nunão" De Martini

Falando no assunto, achei um belo vídeo de apresentação da mini equipe de demonstração do VFC 111, fazendo acrobacias ao largo de Key West (Florida):
https://drive.google.com/file/d/0B7lef_b-zo87eEY4ZU9xT3ZYLXM/view

Wagner

Eu disse, eu disse…Eu sempre disse…

Rinaldo Nery

????

Delmo Almeida

Acho essa força superdimensionada. o USMC já colocaram o exército em uma situação de ficar sem muita missão (e olha que eles vivem arrumando problemas no mundo todo). F-18 pra operar de onde??? PA??? Então o poder da USN pode suplantar essa necessidade!!! De terra??? Então a USAF pode resolver com A-10, F-16 e F-15!!! O F-18 não opera nos navios da USMC! A rixa que existe entre as forças impede um melhor aproveitamento dos recursos. . Na França as forças conversam. Não existe uma força de fuzileiros navais nem dentro nem fora da estrutura da marinha. Os três navios… Read more »

Ocidental Sincero

F-35 Joint Strike Fighter pode não ser produzido em números suficientes para manter as atuais capacidades operacionais da Força Aérea os EUA devido a restrições orçamentais, foi o que relatou o Aerospace Daily & Defense Report. Como resultado, a USAF está considerando preencher a lacuna com cerca de 72 caças Boeing F-15 ou Lockheed-Martin F-16, ou até mesmo Boeing aeronaves F / A-18 E / F Super Hornet. Isto para manter os primeiros anos de produção em plena capacidade, revelou um oficial Sênior da Força Aérea sênior ao Aerospace Daily & Defense Report. A taxa de plena produção está prevista… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Rinaldo, só pra avisar, por algum problema de sistema (nada a ver com o conteúdo) um comentário seu sobre a quantidade de A-1 ficou retido, e diversas tentativas que fez depois também. Foi liberado agora.

Carlos Menk

O USMC, tem lá a sua parcela de culpa nos atrasos e nos altos custos do F 35, afinal foram eles que insistiram em ter uma versão de decolagem vertical do mesmo para substituir os harrier.

Leandro Costa

Obrigado pela info, Nunão.
.
Isso significa que o USMC debandou seus próprios esquadrões agressores. Nesse quesito voltaram ao início dos anos 1970, quando o treinamento dissimular do USMC era feito junto com a USN, a menos que o USMC contrate por fora. Interessante.

MARCOV

Delmo Almeida 24 de junho de 2016 at 14:33
Caro Delmo,
Desce 2001 existe, na Marine Nationale da França, a FORFUSCO – FORce maritime des FUSiliers marins et COmmandos (Força Marítima dos Fuzileiros Navais e Comandos) que inicialmente eram poucos mais de 3000 combatentes para operações marítimas, especiais, proteção e defesa das instalações mais críticas da marinha e reforço eventual da proteção dos interesses nacionais franceses. O efetivo tem crescido (não sei atualmente o número) e em 2016 foram abertos 2500 vagas. Bem diferente dos números do USMC e inclusive do nosso CFN, mas está em crescimento.

MARCOV

Perdão, as 2500 vagas abertas é para toda a Marinha francesa!

MARCOV

3500. Perdão novamente (péssimo digitador)

Tamandaré

Aproveitando a oportunidade, fica aqui uma pergunta aos que souberem: até onde fui informado, os aviadores do USMC usam os LHD/LPD para dar apoio ao fuzileiros em terra. Logo, a aeronave utilizada deveria ser o Harrier. Por quê raios eles operam tantos Hornets???? Se fossem apenas alguns, para treino, como os F-5 agressors, eu entenderia. Mas por quê tantos Hornets?
.
Dá pra lançá-los de navios de multiplo propósito? Ou eles têm outra razão de existir?
.
Boa noite a todos

Fernando "Nunão" De Martini

Tamandaré, boa noite. . Os Hornets do USMC operam a partir dos navios aeródromos da USN em apoio aos fuzileiros em terra, e não a partir dos LHD/LHA como os AV-8 e futuramente os F-35B. E também são desdobrados para operar a partir de bases terrestres. . O emprego de aeronaves STOVL a partir dos navios anfíbios ou a partir de clareiras abertas em terra são para certas fases de uma campanha, mas não exatamente para toda a duração de um conflito. . É por isso mesmo que se comenta, volta e meia, de um interesse do USMC pelo Super… Read more »

Rinaldo Nery

Até aonde sei, a aviação dos Marines (no caso do F/A-18) tem por missão o apoio de fogo aéreo às missões das suas tropas. No caso do F/A-18, tem que ser a partir dos NAE ou de aeródromos em terra. Nada impede que contribua com o esforço da Navy.
A partir da Lei Goldwater/Nichols, o esforço conjunto/combinado entre os “Services” (Forças), lá, melhorou bastante. Acredito que não existam mais as picuinhas entre Forças que havia antes da Desert Storm.

Tamandaré

Senhores Rinaldo Nery e Nunão, fico imensamente grato pelos esclarecimentos. Tenho felicidade em saber que as picuinhas internas entre as forças americanas já não são mais problema.
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Mas no caso das fases da campanha, como dito pelo Nunão, como seria mais ou menos a “ordem” dos fatos? Primeiro vem o apoio dos Hornets abrigados nos NAes da USN e dos Harriers nos LHD para as tropas invasoras…. depois, já com base consolidada, os Hornets passam a ser desdobrados a partir de bases em terra. É isso mesmo?
.
Grato pela atenção e pelos esclarecimentos, boa noite a todos!

Rinaldo Nery

Sim, é isso. Não temos mais, hoje, as operações anfíbias clássicas, como as realizadas pelos Marines no Pacífico, WWII, ou como a Operação Overlord, na Normandia. Caso ocorram, depois de tomada a cabeça de praia, e a tropa adentre o território, aeródromos tomados serão utilizados pelas aeronaves para apoio às tropas em deslocamento. Antes dessa fase, terão que operar embarcadas. Quando servia na 2a ELO, participávamos da Operação Dragão, operação anfíbia clássica realizada pelo CFN na região de Guarapari (praia da Itaoca), no ES. Participei de uma em SC, na praia da Penha. Realizávamos os ataques aéreos no momento do… Read more »

Tamandaré

Sr. Rinaldo, novamente grato pela atenção e pelos relatos.
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Bom dia

Jose Maria

30 por cento operacionais são 82 aviões de guerra.Isso maior quantidade que nossa força aérea e não estão falando da USAF. Mesmo assim estão melhores que a maioria dos países.

control

Srs Um “off topic” mas nem tanto. Observando o AMARC, porque a FAB, em fase de reestruturação não (e as outras forças) não adotam uma solução similar. A FAB já perdeu alguns A1 simplesmente por corrosão devido ao armazenamento dos aviões em local inadequado (RJ com sua maresia/umidade) enquanto há locais no Brasil onde as condições climáticas são bem mais favoráveis. Mesmo Anápolis deve ser bem mais favorável para conservar os aviões que SP e RJ. E simples barracões não custam uma fortuna para serem construídos. Aproveitando a reestruturação, a FAB poderia montar uma estrutura de conservação e manutenção dos… Read more »

Tamandaré

control,
.
assino em baixo!!

Fernando "Nunão" De Martini

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🙂

Delfim Sobreira

Control.
Sou carioca e afirmo que o bairro de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, não é sujeito à maresia, é distante o suficiente do litoral.
Com relação à umidade, acredito que só se ficassem baseados no semiárido nordestino as aeronaves ficariam relativamente protegidas.

Rinaldo Nery

O planejamento para o 1°/16° GAV sair de “Santaca” é antigo. Desde o final dos anos 90, início dos 2000. Falta implementar. Mas como postei em outra matéria, o “elefante” demora a se locomover…

Space Jockey

Eu era criança e me lembro dessas Operação Dragào citadas, a de 1988, bem aqui na minha casa. Foi algo muito grande, fileiras de blindados que não paravam mais de passar em frente a minha casa, lembro dos avioes passando baixo e da esquadra na praia.