F-5E suico - foto Forca Aerea Suica

Final da instrução no F-5 da última turma de pilotos milicianos, os chamados ‘soldados da aviação’, é mais um indicativo da proximidade de retirada de operação do caça no país

No final de abril, a Força Aérea Suíça publicou nota sobre a conclusão, neste ano, da instrução de militares de milícia (também chamados de “soldados da aviação”) nos caças F-5E/F, com a última turma de pilotos dessa categoria finalizando seu curso na aeronave. Para marcar esses 35 anos de instrução de milicianos no jato, a aeronave de matrícula J-3074 recebeu pintura especial na cauda (foto ao final).

As Forças Armadas da Suíça incluem contingentes de milícia, que na Força Aérea têm voado o F-5 no que poderíamos chamar de uma “segunda linha” para outros caças mais poderosos voados por militares profissionais de carreira, que hoje são os F/A-18 Hornet (embora os milicianos fizessem parte da primeira linha de defesa no patrulhamento do espaço aéreo). Mas vale dizer que a introdução do F-5 se deu, em 1978, primeiro no âmbito profissional da Força Aérea Suíça, quando do recebimento da primeira série de caças do tipo (66 F-5E e 6 F-5F), e foi a partir de 1981 (há 35 anos) que se iniciou a requalificação de unidades de milícia na aeronave.

A frota foi ampliada com mais 32 caças F-5E (monoposto) e 6 F-5F (biposto) até atingir a marca de 110 aeronaves ao final de 1985, fazendo o F-5 equipar um total de sete unidades na Suíça: três esquadrilhas de aviação de milícia (números 6, 8 e 19), três outras unidades (11, 17 e 18) que foram posteriormente reequipadas com o F/A-18 Hornet, e uma esquadrilha desativada, a número 1.

F-5 suíços - foto 2 Força Aérea Suíça

O auge da operação de F-5 nas unidades de milícia foi por essa época, em que ao longo da semana o serviço de voo se iniciava às 6h da manhã e terminava às 22h, com 55 surtidas mantidas ao longo do dia. Além dessa rotina, realizavam-se exercícios que chegavam a somar 750 surtidas em duas semanas, incluindo desdobramentos em outras bases e operações em estradas.

Já neste século, a frota foi se reduzindo, com a venda de 44 aeronaves aos Estados Unidos (em 2005 e 2007), a retirada de serviço para estocagem e também pelo atrito operacional (9 acidentes reportados de F-5E). Em 2010, quando a operação do F-5 na Suíça chegou à marca de um quarto de milhão (250 mil) de horas de voo, ainda estavam em serviço 54 aeronaves do tipo. Hoje, apenas 26 caças F-5 são mantidos em condições de operação, sendo 22 F-5E e 4 F-5F.

F-5E com pintura leao e lema PA CAPONA na cauda - foto Forca Aerea Suica

A imagem acima (infelizmente disponibilizada em baixa resolução) mostra a pintura na cauda da aeronave J-3074, que acumula 32 anos de operação, em homenagem ao empenho de instrutores, oficiais, suboficiais da Força Aérea e de centenas de milicianos nos caças F-5E/F. O leão simboliza força, coragem e proteção, as asas a terceira dimensão (espaço aéreo), as três flechas simbolizam os três aviões de combate da antiga esquadra de vigilância, e o lema “PA CAPONA” significa “não se render”.

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Renato de Mello Machado

Ai meu Deus! Nos livra do mau.

Rinaldo Nery

Renato, não se preocupe. Perdemos essa oportunidade (de comprar dos suíços) há muito tempo atrás. Pena que não posso postar o que me contaram.

zamza-pampa

A argentina vai de F5E.Há nesse exato momento dois pilotos na Espanha sendo preparados.

ivammc

Caro Nunão, não alerta os gansos. Sds.

Marcelo Silveira

Eis a aeronave ao meu ver, que jamais haveria de ter saido de produção, explico! O projeto em si suas linhas e finalidades jamais superado pra um caça de segunda linha, até primeira opção em “certos” paises.Mesmo muitos não gostando, a real é que o pequeno tiger deu conta do recado, pra sorte de muitos. O pecado foi não ter “evoluido” continuamente no seu percalço a exemplo do SH da decada de 70 e ainda hoje ambicionado por tantos.Entretanto o fato que me refiro, é que a USAF carece de um substituto de seus “fredom Talon” e não tem ninguém… Read more »

Renato de Mello Machado

Sim,Cel.Nery não é por causa da aeronave e sim por ser estrutura velha.Acho também quê ela não deveria de ter saído de produção e sim ser continuada aqui no Brasil com licença americana, claro.

Juliano Lisboa

Marcelo na verdade o F-5 evoluiu sim, se chamava F-5G ou F-20, uma belíssima aeronave uma verdadeira evolução do Tiger. Só que… EUA não comprou e nem quis vender pra ninguém pra não matar seu outro avião o F-16. Já foi informado aqui que o projeto do F-20 foi oferecido a inúmeros países, incluindo ai o Brasil. Mas ninguém quis e o projeto morreu. Águas passadas.

Marcelo Silveira

Juliano Lisboa! Não me refiro a atualização do F5 para o F20 uma aeronave de primeira linha.O F5 teve sua variante pouco modificada com acrescimo de cargas e alcance irrelevantes se comparada do F5/A fredon a o F5/F Tiger seus ultimos das década de 80.Diferentemente do F/A-18 hornet os anos 70 a evolução almejado com o F-18 SH, primeira linha. Defendi sim, uma continuação do F5 com fly-by-wire (comandos elétricos de voo) mais estavel para voos a baixa altura para emprego ar solo como plataforma de segunda linha, um LIFT power multipropósito e uma opção barata a paises com curto… Read more »

zamza-pampa

Nunão, obrigado pelos esclarecimentos.Sou fiel seguidor de sues post.Mais uma vez obrigado!

Cabral

Por um rápido momento; pensei ter visto eles com as cores da Fab.

Mauricio Veiga

Apenas lembrando, em combates WVR, na proporção de 2×1 o F-5II supera o “poderoso” F-15 em 85% dos embates…

Abraço.

André Lourenço

Tem gente torcendo o nariz para o F5, mas ele prestou grandes serviços a FAB, o projeto F5M foi muito bem sucedido, que adianta a Venezuela por exemplo ter o SU 30 e não ter verba para colocar para voar, lá a semana tem 3 dias por falta de energia elétrica, no mercados não tem produtos básicos.

Temos que ser realistas, o momento do Brasil é de reestruturação, vão cortar ainda mais as verbas no ministério da defesa, não estamos com essa bola toda não !

Juarez

Rinaldo Nery 14 de maio de 2016 at 13:06

Renato, não se preocupe. Perdemos essa oportunidade (de comprar dos suíços) há muito tempo atrás. Pena que não posso postar o que me contaram.

Cel, com a sua venia, eu vou contar:

O negócio não saiu porque os dois oficiais que foram negociar pediram uma “comixão” no negócio, e os Suíços imediatamente encerraram as negociação e avisaram o embaixador do que os ditos haviam solicitado.
Dizem algumas línguas que tinha mais gente de estrelas nos ombros no rolo.
Ahhh, com os caras, não deu nada, nem punição.

G abraço

ronaldo de souza gonçalves

o F5 e muito bom mas vamos para frene pensar que o grispen será o avião padrão ninguem na america latina tem algo melhor nem a fav e quando vier mais o Brasil consolidará aliderança pelo menos aerea

by mauro

Pergunta a os Senhores que sabem muito mais que este cidadão que serviu a pátria pela MB e muito me orgulho , observando as fotos do jato F 20 e do JF 17 posso estar enganado mais são muito semelhantes e no fim lembra muito o velho e querido F 5 (já que o F 5 é irmão mais velho do F 20). Por que a FAB não compra alguns (10) JF 17 e tenta ter o direito de fabricar o F 20 e o JF 17 pela EMBRAER? Para um pais como o BRASIL esta mais que ótimo sem… Read more »

Mauricio Veiga

Boa noite Mauro, respondendo a sua pergunta; não seria uma boa ideia, teríamos três caças distintos, exigindo diferentes linhas de logística e manutenção, neste momento o ideal é focar no GRIPEN e no KC 390 assim como viabilizar a reforma da frota de A-1 para o padrão M, futuramente iremos precisar de treinador a jato avançado que por ventura poderá fazer o papel de “lift’ para o GRIPEN.

Abraço.

Cabral

Alguém poderia informar o que aconteceu com os cincos caças F-5B da FAB que foram desativos?

André Lourenço

Cabral. se forem aqueles F5 de versões antigas, estavam estocados no PAMA SP a alguns anos, Mas vi um desses espetado na base aérea de Santa Cruz.

Iran Freitas

A FAB ja sabe disso ? vixi….