Em viagem a Mendoza, presidente argentina aproveita para conhecer os jatos Pampa
Iniciativa descrita como fora do protocolo, do tipo que normalmente é positiva para uma aeronave, não parece ter recebido muita repercussão na mídia local e do resto do país, em meio à agenda lotada de Cristina Kirchner
–
Em 2 de junho, a presidente argentina Cristina Kirchner realizou visita à província de Mendoza, onde aproveitou para conhecer na Base Aérea El Plumerillo, sede da IV Brigada da Força Aérea Argentina, onde estão abrigados o Grupo 4 de Caça e os jatos de treinamento IA-63 Pampa.
Segundo nota divulgada pela IV Brigada, Kirchner foi recebida pelo comandante da unidade, brigadeiro Xavier Isaac, e rompeu o protocolo ao se aproximar das aeronaves Pampa, que são fabricados na Argentina pela FAdeA. A nota destacou que, mesmo com a agenda repleta com sua comitiva que incluiu o ministro da Economia, Axel Kicillof, a presidente aproveitou a passagem pela brigada para conhecer os jatos e se informar sobre suas capacidades.
Entre as aeronaves junto às quais foi fotografada, estava o modelo Pampa II pintado com as cores da bandeira argentina, do qual a presidente observou a cabine.
Economia e energia nuclear – Fosse a série de fotos junto aos jatos Pampa uma quebra de protocolo ou uma atividade planejada para gerar repercussões para o jato, que depende de apoio estatal para cumprir ambiciosos objetivos há muito delineados (veja matérias anteriores nos links ao final), o fato é que esse aspecto da visita a Mendoza pouco repercutiu na mídia argentina. Outras promessas e contratos, além de pronunciamento em cadeia nacional, tiveram muito mais destaque.
O jornal Clarín, que em reportagens dos últimos anos sobre a Força Aérea Argentina já noticiou seus problemas de disponibilidade e o interesse em caças chineses, preferiu destacar que na viagem a presidente realizou nada menos que o seu 22º pronunciamento em cadeia nacional deste ano. Sobre o pronunciamento, o jornal focou na declaração de Kirchner que “ninguém pode nos dar lições de como fazer crescer a economia”, após ter inaugurado obras de infraestrutura em Mendoza, e que ela não vinha à localidade com “um discurso antiempresário”.
Já o diário El Intransigente focou nas obras inauguradas na área de saúde e na declaração de Kirchner de que o país pretende continuar a desenvolver a energia nuclear para fins pacíficos, de produção de energia, e que para isso o ministro do Planejamento estava naquele tratando do assunto com a Rússia. “A Argentina é um país de energia nuclear para usos pacíficos, e não nos interessa o poder ofensivo, nos interessa defender a vida humana, a paz. Não somos pacifistas, somos pacíficos, o que é outra coisa”, disse a presidente.
Mesmo o governo de Mendoza, na área de seu site dedicada a notícias, não repercutiu a parte da visita dedicada aos jatos Pampa, dentre mais de meia dúzia de matérias que acompanharam os compromissos da presidente na província. E não se pode dizer que a equipe de reportagem não acompanhou a presidente desde a IV Brigada Aérea, pois foi divulgada a imagem abaixo, que mostra a continuidade da caminhada da presidente a partir da cena mais acima, divulgada pela brigada.
Nas notícias publicadas pelo governo de Mendoza, os destaques foram a promessa de construção de um gasoduto, o contrato para iniciar as obras de uma central hidrelétrica no rio Tunuyán (projeto que se arrasta desde o final dos anos 1960), incentivos às vinícolas e as inaugurações de novo edifício hospitalar e da duplicação de uma rodovia. Também foi mencionada a energia nuclear, noticiando-se a conexão via teleconferência que a presidente realizou com Bariloche, onde estavam reunidos representantes de 48 países do grupo de nações provedoras de energia nuclear, que pela terceira vez na história se reuniam na Argentina.
Melhor sorte na disputa pelos holofotes da mídia, da próxima vez, para os jatos Pampa!
FOTOS: Força Aérea Argentina (Noticias en Vuelo – IV Brigada Aérea) e Governo de Mendoza (Iniciativa Mendoza)
VEJA TAMBÉM:
- IA-63 Pampa II posa para as câmeras
- A presença do Pampa II no Centenário da Aviação Militar Uruguaia
- IA-63 Pampa II com armamento ar-superfície
- Primeiro Pampa II da ‘Cruz del Sur’
- Argentina fabricará cem aviões Pampa II para a Alemanha, segundo site
- Meta argentina: 40 Pampas em 4 anos
- IA-63 Pampa e o treinamento dos pilotos de caça argentinos
- Segundo Garré, Uruguai compará AT-63
- Pilotos da FAB voam IA-63 Pampa II na Argentina
- Renacionalização da AMC pode favorecer Embraer
- AT-63 Pampa: para onde aponta o seu futuro?
- Aviação de caça argentina pode acabar operando o jato Pampa no lugar dos Kfir
- Proposta argentina para a Bolívia inclui leasing de Pampas II remotorizados
- Força Aérea Argentina celebra o voo de quatro novos pilotos de A-4AR
- Gripen na Argentina? No, sir
- Mais uma vez, Força Aérea Argentina cancela participação na Cruzex
- Caças Mirage III argentinos darão baixa até 2015 e modelo Mirage F1 desativado na Espanha poderá substituí-los
- Argentina negocia caças JF-17 sem mísseis antinavio (questão de doutrina, diz a FAA…)
- Revelados os termos da negociação argentina pelo caça JF-17 Block II
- Ministro diz que aviação de combate argentina ficará ‘super bem’ com 12 caças novos
- Sem opções, Argentina prorroga o treino de seu pessoal nos caças Mirage e Dagger
- Força Aérea Argentina se vira sozinha, este ano, para cumprir metas
- FAdeA assina contrato com Turbomeca referente aos motores do Pucará
- Treinador Unasur I descartado
- Israelenses podem fazer parceria com argentinos para vender o jato Pampa III
- Vídeo: fabricação da porta de carga do KC-390 na Argentina
- Tapete vermelho em Córdoba: fabricantes de caça chinês vão conhecer a FAdeA
Os argentinos entregaram o país para uma doida varrida.
E nós, para não ficarmos para trás, elegemos outra.
Foto 3 de cima pra baixo. Alguém fazendo a revisão no cockpit traseiro da velha máquina. Olha a cara de alegria dela.