Aviões russos no Báltico também foram interceptados por Typhoons italianos

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Typhoons italianos - foto de arquivo da Força Aérea Italiana

Um dado importante que veio à tona é que o bombardeiro Tu-22 líder voava a velocidade supersônica, obrigando caças italianos em alerta da OTAN, provenientes da Lituânia, a fazerem corridas supersônicas para interceptar as aeronaves russas, pela manhã e na tarde de ontem

Mais informações foram reveladas sobre as interceptações e acompanhamentos de quatro aeronaves russas, sobre o Báltico, por parte de caças suecos e da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), noticiada ontem no Poder Aéreo a partir de nota das Forças Armadas Suecas.

Segundo o site The Avionist, foi no início da manhã do dia 24 que interceptadores da OTAN e do alerta de reação rápida (QRA – Quick Reaction Alert) da Suécia decolaram para identificar e acompanhar uma formatura russa de quatro aviões, composta por dois bombardeiros Tu-22 Backfire escoltados por dois caças Su-27.

Em comum com outras oportunidades, os aviões russos que voavam em espaço aéreo internacional desligaram seus transponders (sistemas instalados nas aeronaves que permitem aos radares em terra, que controlam o tráfego aéreo, identificar a procedência e ter dados mais precisos do perfil do voo). Porém, além da novidade da presença neste ano de jatos Tu-22, o bombardeiro que liderava a formatura estava voando a velocidade supersônica. Isso obrigou os caças Eurofighter Typhoon italianos provenientes da Lituânia, que desde a virada do ano fazem o alerta da OTAN sobre os países bálticos, a realizar uma corrida supersônica para interceptar e escoltar os aviões russos.

Assim como as Forças Armadas da Suécia, a Força Aérea Italiana divulgou nota sobre o assunto, trazendo outros detalhes. Segundo a nota, houve duas situações que levaram à reação dos caças em alerta. Uma ocorreu pela manhã, e outra à tarde. Sobre a decolagem da tarde, os jatos Eurofighter Typhoon partiram da Base Aérea de Siauliai na Lituânia e seguiram em velocidade supersônica, como na manhã, para interceptar aviões russos, que cruzavam o espaço aéreo do Báltico sem ter obtido a necessária autorização. Os interceptadores italianos foram acionados pelo Centro de Comando de Operações Aéreas da OTAN na Alemanha.

Typhoons italianos - foto 2 de arquivo da Força Aérea Italiana

Ainda segundo a Força Aérea Italiana, em poucos minutos os caças interceptaram e identificaram os aviões que violavam o espaço aéreo da Aliança.

O site The Avionist complementou essa informação sobre a segunda decolagem do dia, informada pela Força Aérea Italiana, afirmando que nesse caso se tratavam dos dois caças Su-27 que acompanharam os bombardeiros no início do voo, e que estariam voltando para a Rússia. Segundo a notícia publicada pelo site, após desacelerar para velocidade subsônica, o Tu-22 líder se juntou novamente às demais aeronaves russas, havendo então uma troca de escoltas, em que os dois Su-27 que acompanhavam inicialmente os bombardeiros foram substituídos por outros dois que decolaram de Kaliningrado.

Tu-22 - foto via Sputnik news

Fontes do site The Avionist  afirmaram que esta foi a primeira vez que aviões russos, partindo da Rússia na direção de seu enclave em Kaliningrado, voaram em velocidade supersônica na região de informações de voo de Riga, seguindo na direção da Dinamarca e da Península Escandinava.  O voo com transponder desligado e sem estabelecer contato rádio com qualquer agência de controle de tráfego aéreo traz riscos à aviação civil, o que pode ser agravado no caso dos bombardeiros e suas escoltas voarem a velocidades supersônicas ou reagirem de forma agressiva aos caças enviados para interceptá-los. Segundo alguns analistas, o objetivo do voo foi provocar, pois os russos recentemente alertaram a Dinamarca de que, no caso de se juntar ao escudo de defesa de mísseis da OTAN, sua marinha poderia se tornar um alvo legítimo para um ataque nuclear.

O incidente do dia 24 repercutiu na mídia sueca. Segundo o jornal Dagens Nyheter, foi na hora local de 5h30 que os caças suecos de alerta decolaram em reação à aproximação das aeronaves russas. A partir daí, o jornal informou que “os aviões militares suecos identificaram e seguiram as quatro aeronaves russas”, neste que foi o primeiro incidente do ano com esse tipo de avião (Tu-22). Os militares suecos não revelaram de que base os caças suecos decolaram e nem em que área do espaço aéreo os jatos russos foram identificados pelos caças e passaram a ser seguidos, ressaltando apenas que os aviões da Rússia voaram ao longo da costa do Báltico para então voltarem-se ao sul e depois de volta ao golfo, destacando que a reação do alerta sueco foi imediata.

Caças Gripen - foto Forças Armadas da Suécia

Ainda segundo o jornal sueco, a ministra das Relações Exteriores da Suécia, Margot Wallström, acusou a Rússia de fazer brincadeira com seus aviões militares, voando com transponders desligados, ao passo que o seu colega ministro da Defesa, Peter Hultqvist, afirmou que esse tipo de atitude não tem nada de brincadeira. Já em reportagem de hoje do mesmo jornal, a secretária de imprensa da ministra corrigiu a afirmação de Wallström, dizendo que “formalmente, não se trata de brincadeira, mas de comportamento inapropriado.”

O jornal The Moscow Times também noticiou que caças suecos interceptaram os quatro aviões russos, destacando que, segundo os militares suecos, as aeronaves russas estavam com seus transponders desligados. A matéria do jornal abordou as relações que têm se deteriorado entre o Ocidente e a Rússia, devido ao conflito na Ucrânia e a anexação da Crimeia pelos russos, cujo aumento da atividade no Báltico tem aumentado as tensões. Esses voos próximos às fronteiras de países europeus têm aumentado nos últimos anos, levando a diversos países da OTAN, além de aliados como a Suécia, a decolar aeronaves de alerta diversas vezes.

Ainda segundo o jornal, em dezembro a Suécia e a Dinamarca reclamaram, nos meios diplomáticos, sobre um incidente em que uma aeronave militar russa, voando com o transponder desligado, quase colidiu com um jato comercial – a Rússia, na ocasião, negou que seu avião tivesse colocado o outro em risco.

FOTOS (em caráter meramente ilustrativo, não relacionadas ao incidente): Força Aérea Italiana, Forças Armadas da SuéciaSputnik News

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André Sávio Craveiro Bueno

Entre outras coisas mostra a importância da necessidade de interceptadores serem muito velozes. Isso é óbvio mas mostra que a defesa aérea não pode ser feita por aeronaves da classe do AMX, por exemplo.

Hamadjr

Brimo Kojak ajuda entender o noticia borque a lexico interceptar não tem nada haver com o texto, intão o a texto esta confuso ou eles não interceptaram borra nenhuma, ficaram de longe vendo a avião da Tio Ivan passar sem bobrema.
Shalom Aleikum

joseboscojr

O Backfire da foto da levando um “singelo” míssil AS-4 de 6 t. O dito bombardeiro pode levar até três. Remanescente da Guerra Fria esse monstro ainda está em operação. Só como comparação, na Guerra Fria o míssil mais pesado usado pelos EUA foi o Hound Dog, com pouco menos de 5 t. Hoje, o míssil (no sentido de “arma propulsada”) mais pesado usado pelos americanos é o ALCM AGM-86, com 2 t. Há as bombas MOP (14 t), MOAB (10 t), BLU-85 (7 t), GBU-28 e GBU-37 (2,2 t), mais pesadas que o ALCM, mas como arma propulsada, ele… Read more »

joseboscojr

A permanência desses grandes mísseis na Rússia é justificada pela necessidade de atacar os super porta-aviões americanos, extremamente bem defendidos.
Os soviéticos apostaram em uma imensa ogiva que combinado à energia cinética de um impacto à velocidade supersônica seria capaz de neutralizar um super porta-aviões com um único acerto.
Também apostaram na velocidade supersônica para tentar penetrar nas defesas de um grupo tarefa, usando a tática de saturação.
O resultado da combinação dessas características são mísseis gigantescos, só superados pelos mísseis balísticos.

joseboscojr

No Ocidente a arma mais parecida com o AS-4 foi o míssil Blue Steel, britânico. Era até mais pesado, com suas quase 7 t (???).
Como o míssil soviético/russo AS-4, o Blue Steel era alimentado por um motor foguete líquido, era supersônico (Mach 2.5), com alcance de 250 km para uma ogiva nuclear de 1,1 Mt.
Enquanto no Ocidente esses grandes mísseis foram usados exclusivamente como vetores stand-off de armas nucleares, na URSS/Rússia, eles paralelamente eram usados também como mísseis antinavios, e continuam a ser usados dessa forma até hoje.

joseboscojr

E quando se fala nos grandes mísseis ar-sup americanos da Guerra Fria, o assunto não estaria completo se não fossem lembrados dois mísseis que não vingaram, o RASCAL e o Skybolt.
O RASCAL era parecido com o britânico Blue Steel, enquanto o Skybolt era um míssil balístico lançado de bombardeiro.

Hamadjr

Nunão

Meu comentário não é sobre sua tradução a pilheria é sobre a materia em si caso a expressão intercptar fosse a que esta no Aurélio no seu sentido de impedir, não foi o que aconteceu neste evento, não teve da minha parte algum tipo de levianismo capcioso, ok man, esclarecido.

Hamadjr

Então beleza segue o barco

weber_eng

Falando em grandes mísseis supersonicos, o SLAM (Supersonic Low Altitude Missile), com propulsão nuclear e velocidade de cruzeiro Mach 3 a baixa altitude, teria sido o mais espetacular de todos, se tivesse entrado em produção.
Algumas das tecnologias desenvolvidas para ele, como o sistema de navegação por reconhecimento do perfil do terreno, foram aproveitadas em outros mísseis mais tarde.
Vejam no link:

http://www.sonicbomb.com/modules.php?name=News&file=article&sid=106&mode=&order=0&thold=0

joseboscojr

Weber,
O SLAM (nuclear) e o Navaho foram projetos malucos na linha dos que existiam do outro lado da Cortina de Ferro. Eles tentavam se superar em criatividade.
O Dr. Pardal tinha uma atividade frenética há uns 50 anos. rsrssss