E-jet - foto Embraer

Marina Gazzoni, do Estadão Conteúdo

ClippingNEWS-PASão Paulo – Depois de vender 240 jatos E175 nos Estados Unidos nos últimos dois anos, a Embraer está voltando seu esforço comercial para emplacar o modelo no Brasil. Neste momento, Gol, TAM e Azul negociam a compra de aviões da fabricante brasileira.

Com capacidade para transportar entre 70 e 90 passageiros, o E175 é uma grande aposta da Embraer para o mercado de aviação regional, segmento que o governo pretende estimular.

A Embraer entregou na quarta-feira, 11, o primeiro de um total de 60 jatos E175 vendidos à American Airlines em dezembro de 2013, em um contrato avaliado em US$ 2,5 bilhões, considerando preço de tabela. Republic Airways, United Airlines e Skywest também encomendaram o modelo.

O mercado americano foi estimulado após uma mudança na regulação do setor em 2012 que viabilizou o uso de aeronaves maiores para voos regionais – o limite de assentos saltou de 50 para 76 na categoria.

Após a mudança, uma enxurrada de pedidos foram feitos nesse segmento e a Embraer conseguiu mais de 70% desses contratos.

Segundo o presidente da Embraer Aviação Comercial, Paulo Cesar Silva, ainda há oportunidades nos Estados Unidos. “Existem muitos aviões antigos em operação, há um crescimento natural do mercado e temos opções de compra que podemos converter em pedidos firmes”, disse. A estimativa dele é que o mercado americano demandará mais 200 a 300 aviões na categoria em até três anos.

Brasil

Hoje, cerca de 500 modelos do E175 e E170 estão em operação no mundo, mas apenas cinco deles voam no Brasil. São aeronaves que eram da companhia aérea Trip e foram incorporados à frota da Azul após a fusão das duas empresas.

A Embraer estima que, nas atuais condições de mercado, há uma demanda para 50 aviões de cerca de 100 assentos no Brasil nos próximos anos.

“Esse demanda pode ser estimulada com a reforma de aeroportos regionais e a implementação do plano de aviação regional do governo”, disse Silva.

O plano de aviação regional, que prevê reforma de 270 aeroportos e subsídio a voos, foi aprovado pelo Congresso no fim de 2014. O governo federal ainda precisa definir a regulamentação do setor antes de liberar o subsídio.

As líderes de mercado Gol e TAM, que hoje não operam com aviões da Embraer, já confirmaram no fim do ano passado que estão avaliando a compra de aviões da empresa, dentro de um plano de expandir os voos para o interior do Brasil.

“Existem conversas com as empresas para que eles comecem a operar com os aviões de primeira geração e depois recebam os jatos de segunda geração”, disse o executivo da Embraer.

Gol e TAM informaram que avaliam a compra de modelos da família E2 (segunda geração de jatos da Embraer), que foram lançados em 2013 e serão entregues a partir de 2018. As entregas do modelo E175 começam dois anos depois.

A TAM também informou, em dezembro, que estuda soluções de curto prazo para incrementar a frota regional, como arrendamento de aeronaves. A companhia aérea disse que decidirá sua estratégia para aviação regional até março.

A Azul, que já nasceu com frota da Embraer, anunciou que faria novas encomendas assim que o plano de aviação regional do governo fosse aprovado. A empresa assinou uma carta de intenções no ano passado para comprar 30 jatos de segunda geração da Embraer.

O contrato ainda não foi fechado e as duas empresas estão em negociação para a confirmação do pedido. O valor do negócio é estimado em US$ 3,1 bilhões, pelo preço de tabela das aeronaves. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

FONTE: Exame.com

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Marcos F.

Parabéns a Embraer, que venda cada vez mais e emplaque aqui no Brasil.

Felipe

Pois é, no Brasil, vende pouco. Até a Azul que só comprava embraer já está comprando ATR (líder disparado na categoria de curtas distâncias entre 40 e 70 lugares, turbohélice) e airbus a 350.
A embraer bem que poderia projetar algum turbohélice para concorrer com o ATR.

Space Jockey

Felipe, a ATR não compete com o nicho de mercado da EMBRAER, são aeronaves para diferentes segmentos, portanto a AZUL nao esta traindo a EMB.

A EMBRAER decidiu nao mais fabricar turboelices.

Space Jockey

quanto ao A350, a EMBRAER não possui um avião com essa capacidade, nem terá em décadas, logo tbm não faz diferença se a AZUL comprou.

Mario Lira Junior

A EMBRAER chegou a avaliar, pelo que sei, a entrada no mercado de aviões maiores, mas concluiu, a meu ver corretamente, que bater cabeça com Boeing e Airbus não seria vantajoso.
Enquanto não são concorrentes diretos, nenhumas das duas companhia lança algo no mercado da Embraer, porque não é negócio para elas bater cabeça com quem já tem o domínio de mercado no segmento.
O mesmo vale para o outro sentido.

Antonio

Gostaria de saber POR QUÊ os produtos da EMBRAER, prestigiadíssimos no mundo inteiro, não têm a mesma aceitação no Brasil. Deve ser porque americanos, alemães, ingleses, chineses, japoneses, etc, são umas bestas que não entendem nada de aviação, e nós somos os malandros, os espertos, que sabemos tudo de tudo…

Antonio

E pobres de nós…

Mauricio R.

“Gostaria de saber POR QUÊ os produtos da EMBRAER, prestigiadíssimos no mundo inteiro, não têm a mesma aceitação no Brasil.”

Conforme mostra a reportagem, a falta de uma “mãozinha” do governo, ao definir quais serão os subsídios oferecidos, pelo plano de avião regional.

felipe

Não bater de frente com boeing e Airbus concordo. E isso foi decisão da própria Embraer que eu saiba. Mas um turbohelice para concorrer com o atr,que por sinal vende bastante, seria uma boa. A Bombardier já está fazendo um avião de 150 lugares. Vai acabar batendo com a boeing e Airbus. Sem falar que china, Japão e Rússia já estão entrando no nicho da Embraer.

felipe

Maurício mas independente do incentivo do governo gol e tam jamais demonstraram interesse (nem as outras regionais que acabaram sendo compradas ou foram objeto de fusão) ao contrário da azul que entrou de cabeça. Interessante também que a azul mudou a filosofia por completo. Ia se concentrar no semiregional. Isto é faria voos direto entre capitais não valorizadas pelas grandes. Tipo voo direto Curitiba-vitória. Florianópolis-belo horizonte. Mas agora já compram atr e até o Airbus A 350 para voos internacionais. Por falar em voos internacionais essas empresas brasileiras além de cobrar mais caro nos vôos internacionais vivem num vai e… Read more »

Kojak

Alguns comentários: 1.- A aviação de transporte de passageiros é incentivada no mundo inteiro, talvez não o seja no Reino do Butão, em Tuvalu, na Eritréia mas todos países tem incentivos. No Brazil NÃO; 2.- O incentivo dado nos USA abriu portas para EMBRAER sim, por causa disso e porque ela tem uma ótima família de aviões nesse seguimento; 3.- A EMBRAER não fabricará aviões acima de 120/130 assentos, é outro nicho e esse não é para ela; 4.- Caso o GF realmente lance um plano de incentivo a aviação regional, o que eu duvido que o fará de forma… Read more »

Luiz

Kojak… só um ponto. O ATR é mais econômico sim que um E175, mas até uma certa distância de rota. Acima de um determinado valor a diferença de velocidade entre as aeronaves começa a pesar na conta. Se comparado com o E175Plus, que é quase 7% mais econômico que o E175, então a coisa se aproxima ainda mais. A verdade é que, no mercado de 70 assentos o ATR nada de braçada por aqui, e o E175 nada de braçada nos EUA. Um dos motivos do ATR nadar de braçada por aqui é a nossa infraestrutura. Muitos aeroportos não tem… Read more »

Soyuz

É complicado querer traçar algum paralelo entre EUA e Brasil neste segmento. Tudo é diferente, a começar pela escala. Apenas o aeroporto de Atlanta movimenta sozinho uns 80% de todo o trafego de todos os aeroportos brasileiros. Isto sem considerar NY, LA, Chicago, Miami, São Francisco. A escala é outra. Também o modelo de negócios é outro, o preço dos combustíveis, infraestrutura etc.. No cenário brasileiro, onde o combustível é proporcionalmente mais caro, onde a infra- estrutura é pior, aeronaves como o ATR são a única forma de se ganhar dinheiro com até 70 assentos, mesmo outros turboélices como o… Read more »

Kojak

Detalhe:

VIVA A EMBRAER !

Space Jockey

Kojak, Já que as hordas de analfabetos estão ocupadas lá fora, vamos enriquecer o “debate” por aqui: “3.- A EMBRAER não fabricará aviões acima de 120/130 assentos, é outro nicho e esse não é para ela;” -Na verdade o 195-E2 será para 144 assentos (embora um especialista estrangeiro disse ser facil ampliar p até 150/160) “4.- Caso o GF realmente lance um plano de incentivo a aviação regional, o que eu duvido que o fará de forma inteligente, pois carecem de boas cabeças pensantes;” -Não foi/está sendo lançado um plano desse tipo recentemente ? Ou coisa parecida ? Lembro até… Read more »

Rinaldo Nery

A Azul emprega o ATR72-600. A idéia inicial era alimentar o HUB principal da companhia: Viracopos. Porém, depois percebeu-se que havia outras linhas rentáveis, operadas pela TRIP e pela PANTANAL. O Plano de Aviação regional já foi aprovado. Nesse plano, 60 assentos serão subsidiados pelo GF. Daí a vantagem da AZUL, pois o E190 carrega 106 passageiros, e o E195, 118 passageiros. Ou seja, metade da aeronave será subsidiada. Azar da TAM, GOL e AVIANCA que utilizam aeronaves maiores. A EMBRAER perdeu o bonde da história ao não projetar uma versão maior do Brasília. Sua opção, à época, foi desenvolver… Read more »

Soyuz

Coronel Nery, se tiver uns minutos, por favor me tire uma dúvida. Nos projetos clássicos de turboélices regionais, a bagagem é acomodada no cone de cauda, o que faz sentido por ser um volume irregular (seção transversal variável), serve para acomodar malas e não servem para acomodar passageiros. Nas aeronaves ATR porem o compartimento de carga é na dianteira, digamos um “espaço nobre” da fuselagem. Porque desta filosofia de projeto? Acredito eu que deve ser bem mais fácil carregar um ATR de malas que um avião com bagageiro na cauda, mas realmente vale a pena sacrificar alguns assentos na dianteira?… Read more »