Programa Inova Aerodefesa fomenta o desenvolvimento do setor aeroespacial

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AMX sendo modernizado

Brasília, 15/08/2014 – Empresas dos setores aeroespacial e de defesa vão receber, já neste ano, importante incentivo para o desenvolvimento de projetos e produtos. Serão R$ 291 milhões não reembolsáveis que beneficiarão estudos, absorção de tecnologias, sistemas de vigilância e supervisão de bordo.

Trata-se do plano Inova Aerodefesa, que tem o objetivo de impulsionar a produtividade e competitividade do setor. O projeto é parte de um programa maior do governo federal chamado Inova Empresa, que prevê a articulação de órgãos, entre eles o Ministério da Defesa (MD), para dar apoio financeiro a projetos por meio de instituições de fomento.

A maior parte do investimento para 2014 é de recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que disponibilizará R$ 191 milhões em subvenção econômica para cooperação entre instituições de ciência e tecnologia e empresas. Os R$ 100 milhões restantes são provenientes do Fundo Tecnológico (Funtec) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Entre as instituições apoiadas pelo Inova Aerodefesa estão a Embraer, Avibras, Odebrecht e Imbel. Algumas delas conseguiram as duas linhas de financiamento: pela Finep e BNDES. As empresas aguardam a aprovação desses órgãos de fomento para terem acesso aos recursos e darem continuidade a projetos que também beneficiarão as Forças Armadas.

Estão previstas propostas sobre comunicações submarinas e sonar nacional; visão multiespectral para veículos blindados; radares; desenvolvimento de fibra de carbono; e bateria de uso militar.

Para acompanhar o desenvolvimento dessas tecnologias, os departamentos de ciência e tecnologia das Forças Armadas vão trabalhar em conjunto com as empresas contratadas. Além disso, as instituições beneficiadas precisarão enviar relatórios de prestações de contas para a Finep e o BNDES.

Simulador Tucano

Incentivo financeiro

Além dos R$ 291 milhões não reembolsáveis previstos para 2014, outros R$ 8,4 bilhões poderão ser liberados em crédito reembolsável – que devem ser restituídos – para 64 empresas selecionadas, responsáveis por 315 projetos.

De acordo com o diretor do Departamento de Produtos de Defesa do MD, brigadeiro José Euclides Gonçalves, o programa Inova “sinaliza avanços em consonância com a política industrial e tecnológica do governo federal”. As empresas do setor, “de pequeno e médio porte”, segundo o diretor, “demandam urgentemente investimentos para que possam se tornar viáveis e competitivas”.

A Finep está em fase de conclusão das análises dos projetos para posterior aprovação. Os próximos passos preveem assinatura dos contratos e início dos convênios. A financiadora estabeleceu como meta o foco em empresas mais estruturadas, aumento no volume de contratações, aquisição de novos clientes e integração de instrumentos e políticas de governo.

Para o pesquisador Ronaldo Carmona, da Universidade de São Paulo (USP), “o Brasil deverá buscar um novo ciclo de industrialização, ancorado em setores intensivos de tecnologia, conhecimento e inovação. A área de defesa poderá ser um dos pilares centrais de uma etapa de reindustrialização”.

Sobre o programa

O programa Inova Aerodefesa foi instituído em maio de 2013, com a assinatura de protocolo de intenções entre os ministérios da Defesa; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; e o da Ciência, Tecnologia e Inovação. O programa tem vigência de cinco anos, podendo ser prorrogado por igual período. Até 2017, serão liberados, ao todo, R$ 2,9 bilhões.

A iniciativa é dividida em quatro linhas temáticas: aeroespacial, defesa, segurança e materiais especiais. Nesse contexto, podem ser beneficiados projetos acerca de plataformas espaciais, foguetes, sensores, sistemas de identificação biométrica, armas não letais, ligas metálicas, resinas, tubos e propelentes sólidos.

Míssil MAA-1 Piranha

DIVULGAÇÃO: Ministério da Defesa / FOTOS: Tereza Sobreira e Embraer

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Mauricio R.

“Entre as instituições apoiadas pelo Inova Aerodefesa estão a Embraer, Avibras, Odebrecht e Imbel.”

Que novidade, a turma de sempre.
Inovação seria se empresas desse naipe, não fossem beneficiadas.
Ou que as contrapartidas aos benefícios, fossem bastante pesadas.
De resto, compromissos da campanha eleitoral; explicam.

Carlos Alberto Soares

” As empresas do setor, “de pequeno e médio porte”, segundo o diretor, “demandam urgentemente investimentos para que possam se tornar viáveis e competitivas”.”

O texto para mim está confuso, vindo do MD então.

Alguém pode traduzi-lo por favor, SEM VIÉS POLÍTICO.

Carlos,

Deixo a “tradução” para outra pessoa, mas essa visão de incentivar empresas pequenas e médias na cadeia produtiva aeroespacial é algo recorrente. É, por exemplo, a visão francesa sobre o assunto, promovida aqui no Brasil:

http://www.aereo.jor.br/2011/11/16/%E2%80%98grandes-empresas-aeroespaciais-viraram-grandes-integradoras-inovacao-esta-nas-pequenas%E2%80%99/

http://www.aereo.jor.br/2011/11/15/novas-perspectivas-para-longas-relacoes-com-o-brasil-thales-e-arianespace/

http://www.aereo.jor.br/2011/11/14/por-que-parcerias-aeroespaciais-franca-brasil-porque-inovacao-custa-caro/