Tejas - foto via Livefist

Segundo o site Defense News, o caça leve Tejas Mark-1 não deverá receber a liberação final de operação neste ano e o Mark-2 também atrasará

Reportagem publicada pelo Defense News no domingo, 20 de julho, afirma que o jato de combate leve (LCA) indiano Tejas Mark-1, que já acumula 20 anos de atraso, não deverá receber sua liberação final de operação (FOC –  final operational clearance) no final deste ano. A informação foi dada por uma fonte da Força Aérea Indiana.

Os testes estão sendo realizados por apenas uma aeronave, enquanto outras cinco que deveriam participar da campanha de FOC ainda estão  na linha de produção – e o ideal, segundo a fonte, é que todas as seis estivessem disponíveis para certificar a prontidão operacional, e com apenas uma aeronave fica “impossível obter a FOC no final de dezembro”.

A liberação operacional inicial (IOC) do LCA Tejas Mark-1 foi recebida em dezembro passado, e agora o avião precisa demonstrar todo o seu desempenho conforme definido no projeto e no acordo com a Força Aérea Indiana, além de integrar mísseis e incorporar a capacidade de reabastecimento em voo (REVO). Porém, a aeronave que realiza os testes ainda não foi modificada para permitir operações de REVO e é pouco provável que receba essa capacidade até o final do ano, segundo a fonte, acrescentando que o avião não deverá estar pronto para desdobramentos operacionais antes de 2016. Não estavam disponíveis representantes do fabricante da aeronave, a HAL (Hindustan Aeronautics Ltd) para comentar o assunto ou responder a questões enviadas pelo site Defense News.

Tejas - foto 2 via Livefist

O Ministério da Defesa prometeu que o Tejas estaria pronto para missões de combate a partir de 2015, após receber a FOC, conforme uma fonte da Força Aérea Indiana, que disse que a força está “mantendo os dedos cruzados”. O custo do projeto do LCA, que tem 40 encomendas da Força Aérea Indiana à HAL, começou em cerca de 90 milhões de dólares em 1983, época de sua concepção, e agora está em mais de 4 bilhões. O jato tem sido desenvolvido pela Agência de Desenvolvimento Aeronáutico (ADA), um laboratório subordinado à Organização Governamental de Pesquisa e Desenvolvimento em Defesa (DRDO) da Índia.

O LCA deveria substituir caças MiG-21 russos, frota que está cada vez mais envelhecida. Os atrasos no Tejas levaram a Força Aérea a buscar um caça estrangeiro, o MMRCA (avião de combate multitarefa de porte médio), programa estimado em 12 bilhões de dólares que resultou na escolha do jato francês Dassault Rafale, do qual se pretende adquirir 126 unidades. O MMRCA ainda está em fase de negociação com a Dassault.

Segundo o ex-comandante de ala Bhim Singh da Força Aérea Indiana, hoje reformado, “com o MMRCA no estágio de aquisição por mais de sete anos, e com a espera pelo LCA Mark-1 aumentando, a prontidão de combate da Força Aérea foi afetada severamente. Com a escassez de recursos e o comprometimento do novo governo com um acréscimo de gastos de defesa de apenas 2,3% em relação ao orçamento do atual ano fiscal, não é provável que o MMRCA seja assinado neste ano.”

Tejas Mark-2 também deverá atrasar, pois compra de motores ainda não foi assinada

tejasmk2 via Indian Defense

Já o destino do LCA Tejas Mark 2, que poderia atender as exigências da Força Aérea Indiana para carga bélica mais pesada, não é conhecido. Isso porque o Ministério da Defesa ainda não assinou um acordo para comprar motores GE-414 dos Estados Unidos, selecionados numa concorrência com o Eurojet EJ200 em 2011.

O GE-414, que deverá equipar o Tejas Mark-2, tem um empuxo maior que o GE-404 que equipa o Mark-1, e por isso foi escolhido para a nova versão da aeronave, que deverá também incorporar um novo computador de controle de voo, aviônicos aprimorados, probe de reabastecimento retrátil, gerador de oxigênio embarcado, radar AESA (varredura eletrônica ativa) e nova suíte de guerra eletrônica.

A princípio, o Tejas Mark-2 deveria estar pronto para voos de teste em 2018, mas a fonte da Força Aérea Indiana disse que, como nenhum trabalho significativo já começou na aeronave, esse prazo também não será cumprido. Ainda segundo o ex-comandante de ala Singh, “a Força Aérea Indiana tem um requerimento de mais de 200 caças Tejas Mark-1 e Mark-2, mas com os atrasos parecendo iminentes  e com o processo do MMRCA se estendendo, a força poderá ser duramente afetada em sua dotação de caças nos próximos anos.”

FONTE: Defense News (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)

IMAGENS via Livefist e Indian Defence

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Carlos Alberto Soares

Essas visitas do GF na Índia e vice-versa está contaminando os hindus.

Incompetência é contagiosa sabiam ?

André Sávio Craveiro Bueno

Vinte anos de atraso parece exagerado. Não dá para entender. Certamente são várias as questões mas o tempo demandado é muito grande.

Quanto ao Mark 2, o programa não vai pra frente por falta de turbina, que já foi escolhida mas não comprada!

Parece haver uma nação ainda mais complicada do que nossa.

Almeida

Se a situação por lá esquentar, e está esquentando, poderão vir mais Su-30MKI ou Mig-29SMT…