formalizacao do contrato do rafale F3 R - foto dassault

Hoje (10/1), o Sr. Jean-Yves le Drian, ministro da Defesa francês, entregou ao Sr. Eric Trappier, presidente e CEO da Dassault Aviation, o contrato de desenvolvimento padrão F3 R para o avião de combate Rafale. Este evento ocorreu hoje, por ocasião da visita do Sr. Le Drian à fábrica da Dassault Aviation em Mérignac. O contrato foi notificado pela agência de aquisição de material de defesa da França (sigla DGA em francês) em 30 de dezembro passado.

O padrão F3 R é uma evolução do Rafale padrão “F3”. É parte do processo em curso para melhorar continuamente a aeronave de acordo com as necessidades operacionais. Este padrão permitirá que a Dassault Aviation integre os seguintes equipamentos e armas no Rafale:

Míssil ar-ar europeu de longo alcance Meteor produzido pela MBDA. Este míssil de alto desempenho vai conseguir eficácia máxima graças ao radar de varredura ativa que equipa todas as aeronaves Rafale de produção entregue desde meados de 2013.

Casulo designador laser Thales PDL- NG de nova geração. Usado principalmente para ataques ar-superfície, de dia ou de noite, este casulo (pod) aumentará ainda mais o alto grau de precisão que o Rafale tem alcançado desde os seus primeiros compromissos (em 2007 no teatro afegão).

Versão com guiamento a laser do sistema modular ar-superfície AASM da Sagem (integração parcial ocorrida em caráter emergencial durante as operações no Mali). Esta família de armas, com orientação primária por GPS e booster adicional, é incomparável. Foi usado pela Rafale durante as operações na Líbia (2011) para destruir alvos a distâncias de várias dezenas de quilômetros com precisão métrica. A versão guiada a laser é particularmente adaptada para alvos móveis.

A versão F3 R também incluirá atualizações para alguns sensores do Rafale, garantindo a interoperabilidade total.

O lançamento do padrão F3 R:

  • garante que as forças francesas continuarão a ter uma aeronave de alto desempenho, adaptada às suas necessidades;
  • reforça os pontos fortes do Rafale em concorrências internacionais;
  • contribui para a manutenção das competências dos escritórios de projetos da Dassault Aviation e seus parceiros industriais em um nível de classe mundial;
  • confirma o processo de melhoria contínua e abre o caminho para futuros desenvolvimentos para a França e para os clientes de exportação.

A certificação do padrão F3 R está prevista para 2018.

A Dassault Aviation e as 500 empresas francesas associadas ao programa Rafale agradecem o Ministério da Defesa, a DGA, a Força Aérea Francesa e a Marinha francesa para sua confiança.

FONTE/FOTO: Dassault Aviation (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)

NOTA DO EDITOR: antes do F3 R  deverá entrar em serviço o padrão F3.4, programado para este ano.

Atualização (20:40h):

DGA lança o programa de desenvolvimento do casulo NG-PDL

A “Directorate General of Armaments” (DGA) assinou um contrato no dia 30 de dezembro de  2013 (porém, divulgado hoje 10/01) no valor de 119 milhões de euros para o desenvolvimento do casulo “Next-Generation Laser Designation” (NG PDL), que deverá entrar em atividade em meados de 2018, na mesma época que o padrão Rafale-R.

Desenvolvido pela Thales Optronics, este novo equipamento terá características que permitirão a busca e a identificação de pequenos alvos e permitirá também ataques ar-superfície com alta precisão.

Este programa é financiado pelo contrato guarda-chuva of the “Loi de programmation militaire” (LPM) 2014-2019 e ajudará a apoiar a indústria optrônica francesa. O LPM fornece financiamento para vinte casulos PDL-NGs, sendo que 16 deles serão entregues entre 2018 e 2019.

FONTE: Ministério da Defesa francês (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em francês)

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Mauricio Silva

A pesar dos pesares, creio eu ser esta a forma de se trabalhar: em vez de grendes reformas, atualizações constantes, mesmo que de um modelo em produção.
SDS.

Iväny Junior

Tem que agradecer mesmo ao governo francês e a mbda que liberou o meteor.

Justin Case

Amigos, Mais um texto, publicado em revista, sobre os futuros desenvolvimentos do Rafale: O RAFALE AVANÇA O Ministério da Defesa francês está investindo constantemente para melhorar o Rafale e aumentar sua capacidade de combate. O desenvolvimento do padrão F3R foi aprovado recentemente, e novos trabalhos já estão a caminho para entregar uma plataforma totalmente atualizada no período entre 2020 e 2030. Desde sua entrada em serviço, o Rafale se beneficiou de um grande número de atualizações: do padrão F1 para o F2 e, então, para o F3, e novos softwares são disponibilizados em média a cada dois anos. Este programa,… Read more »

rommelqe

O Meteor JÁ está integrado ao GRIPEN C/D; então não é novidade para o NG .

Designador laser? Idem. No NG vai ser uma consequencia natural possuir um sistema até mais avançado, ou seja improvement quantitativo e não qualitativo (como será, APENAS no F 3R visto que AINDA não estará disponível no F3.3 do Rafale).

Data link avançado? Bem o GRIPEN já nasceu nesse conceito.

SPECTRA? Bem alguém ainda precisa detalhar…

Considero e entendo que o RAFALE é espetacular, mas dizer que é muito superior ao GRIPEN NG já é demais.

Antonio M

Israel faz isso muito bem a bastante tempo, e nossas FAs deveriam ter condições de fazer o mesmo.

Justin Case

Rommelqe, boa noite. Não vi nenhum comentário sobre o Gripen nesta página, a não ser a sua menção à aeronave. Mas você perguntou sobre os sensores. Há um texto sobre isso também: CONSCIÊNCIA SITUACIONAL O Rafale é o primeiro caça europeu equipado com radar AESA (Active Electronically Scanned Array – antena de varredura eletrônica ativa), e as tripulações da Força Aérea e da Marinha francesas estão desenvolvendo ativamente novas táticas para tirar o máximo proveito deste formidável equipamento de combate. O Rafale está equipado com um conjunto completo de sensores internos e externos, que permitem que as tripulações formem um… Read more »

Antonio M

E com isso o Rafale vai ter reduzido os custos da sua hora de vôo? Ainda está em mais ou menos 35mil euros? E o Gripen na África do Sul em torno de U$13mil ? Levando em conta essaa hora de vôo, duvido que o melhor piloto de Rafale ficasse à vontade no combate direto com 3 Gripens e isso em último caso pois dogfight no cenário atual será cada vez mais raro. E que uma FA que possa contar com 3 Gripens no ar ao invés de 1 Rafale esteja mal preparada ou inferiorizada. E Israel já mostrou que… Read more »

Mauricio Silva

Olá Justin.
Excelente. Esclarece muito sobre o Rafale. E mostra que é um grande caça. Mas mostra a importância de se manter o vetor atualizado. Não “aos saltos” (com reformas/modificações/atualizações “brutais” depois de anos de serviço), mas de forma progressiva, tentando manter as células no “estado da arte”. Vale para qualquer avião, de qualquer categoria.
SDS.

nunes neto

Acho interessante um avião que se diz completo ,mas voa missão de combate “escoltado” por miragens 2000,parace que tanto o Rafale ,Typhon e o próprio F-22, são aviões inacabados,os dois primeiros ainda não são “totalmente miltimissão” mas com o seus respectivos F3 o serão, mas denho dúvidas com relação a capacidade multissão (Igual pato, voa ,nada e anda, mas nem uma ele é top),já o F22 ,vive com problemas, tenho dúvidas se reamente em uma crise os EUA os enviaria na linha de frente!Abçs

Mauricio Silva

“denho dúvidas com relação a capacidade multissão (Igual pato, voa ,nada e anda, mas nem uma ele é top)”

Os caças multimissão são configurados previamente (antes da missão) para desempenhar a missão especificada. Não dá para imaginar um caça com o pacote de ataque mudando “no meio do caminho” para uma missão de interceptação. Não funciona assim. Ou seja, o multimissão será capaz de desempenhar bem uma única função de cada vez (embora sempre haja alguma capacidade secundária; mais ai entra na condição “pato” por você citada).
SDS.

Marcos

Mauricio

Os caças atualmente tem de ter justamente essa capacidade, o de mudar a missão em voo. O Gripen faz isso!

Alfredo Araujo

E o principal componente nesse contexto multi-missão, são os radares de abertura sintética, operando tanto em modo ar-ar como em modo ar-terra.

Mauricio Silva

Olá Marcos.

Na melhor das hipótese, você pode fazer um pacote mix (não dá para empregar um avião carregado de bombas de queda livre como interceptador; da mesma forma, outro com mísseis ar-ar ser usado para ataque ao solo), onde você teria mais de um tipo de armamento. O setup pode até ser rápido, não necessitando muito para se mudar o modo de operação.
Mesmo com o pacote mix, não se estaria usando a plena capacidade do aparelho numa função específica.
SDS.

nunes neto

Mauricio Silva, sim o pato cumpre “bem” cada uma das suas missões, mas não é o melhor em cada uma delas, vou tentar explicar o que estou tentando dizer; um avião de ataque tem carcteristicas específicas de configuração, de geometria, de velocidade, relação peso-potência, um avião de interceptação têm outras caracteristicas, e assim cada uma dessas missões precisam de uma caracteristica estrutural, física diferente do avião, o que se fez ,chegou-se a um equilíbrio dessas caracteristicas, nos atuais “caças”, mas temos aviões ,que têm um “DNA” mais inclinado para uma dessas missões, Typhoon tem caracteristicas mais de um interceptador/caça que… Read more »

bitt

“na 2WW, a divisão Panzer alemã mesmo com tanques excelentes acabou perdendo para , por exemplo, os Sherman que não eram tão bons mas, em quantidade tão superior e com tripulações treinadas, fez a diferença.” Antônio M, Um offtopic que me parece, no caso, interessante. A superioridade das DBs alemãs, até pelo mns 1943, devia-se a doutrina de manobra superior, grandemente aperfeiçoada, principalmente nos espaços abertos do deserto norte-africano e das estepes soviéticas. “No braço”, as DBs alemãs, qdo em concentração minimamente adequada nunca chegaram a perder. O problema que se tornou crônico, a partir do inverno 1943 – primavera… Read more »

bitt

Justin C, mto interessantes as notícias sobre atualizações q vc tem trazido sobre o Rafale. Essas notas confirmam a opinião que tenho de que o Rafale teria sido a melhor opção para a FAB – o desenvolvimento do propulsor M88E, do radar RBE2, dos sensores integrados, do armamento disponível. Suponho q tais desenvolvimentos, q já eram planejados na segunda metade da década passada, estejam chegando ao ponto de maturação agora. Por outro lado, persiste a informação, nunca confirmada, mas também nunca plenamente desmentida, de que o F3 tem custos de vôo exponencialmente superiores aos do Gripen – coisa de 40.000/50.000… Read more »

Justin Case

Bitt, boa noite. Cada país tem sua metodologia para calcular o custo de hora de voo. Eu acho que a FAB usou os dados recebidos dos ofertantes para calcular o custo de cada solução. Imagino que os resultados tenham ficado entre 9 e 14 mil dólares. Mas o custo não é o único fator. Há também o benefício. Tratando apenas do aspecto militar e operacional, qual é a capacidade bélica que pode ser proporcionada por uma hora de voo de Gripen NG, Super Hornet ou Rafale? Mas isso já é passado. Se a FAB escolheu Gripen, é porque a solução… Read more »

Carlos Alberto Soares

“Antonio M 10 de janeiro de 2014 at 22:12 #” Caro Antonio M, Seus dois exemplos citados sobre Israel são muito bons. No meu raciocínio modesto sempre procuro passar a lupa no Tio David em assuntos militares e de segurança nacional. Caro biit, “Vc tem ideia de onde surgiram esses números?” Uma dica: Quantas nações compraram o Rafale e quantas compraram o Gripen ? Nas listas iniciais e nas curtas, em algumas o Rafale não aparece. Evidentemente há outras variáveis, é lógico – mas …. “Mas Sherman, no mano a mano, não resolvia nada.” Concordo, os Tiger davam “arrepios” nos… Read more »

Carlos Alberto Soares

“nunes neto
11 de janeiro de 2014 at 20:09 #

Na minha área um generalista ,nunca vai ser tão bom quanto um especialista (na maioria das áreas é tb assim).”

Depende.

Sir Winston Leonard Spencer-Churchill se dizia um generalista e comentava:
“Chamo especialistas onde eles tem domínio, mas a decisão final é minha.”

Especialistas são bons para isso, mas em decisões é outra conversa …..

Aliás, William Henry Gates III é especialista em quê mesmo ?

joseboscojr

Justin,
O sistema de interferência do SPECTRA tem o inconveniente de estar integrado à célula do Rafale, o que o tornaria vulnerável a mísseis com capacidade “home on jam”.
No SH ele é integrado aos despistadores rebocados.
Claro, isso não tira o mérito do caça francês, mas é um item interessante.
Já o SH não tinha na sua suite de defesa o sistema de alerta de aproximação/lançamento de mísseis (MWS) e nem o sistema de alerta laser.
A versão “avançada” do SH tem esses recursos.