Russos não fizeram ofertas formais do Su-35, mas falaram em leasing

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Sukhoi Su-35 - foto OAK - UAC

Brasil compra R$ 2 bi em armas da Rússia e agora negocia caça. País poderia receber jatos Sukhoi-35 para substituir seus Mirage-2000 e participar da produção do novo modelo T-50. Contrato para aquisição de baterias antiaéreas Pantsir-S1 e lançadores Igla-S, contudo, só deve ser assinado em 2014

ClippingNEWS-PAO Brasil aprofundou sua cooperação militar com a Rússia ao fechar a compra de R$ 2 bilhões em baterias antiaéreas e admitiu participar da produção do caça de próxima geração que está sendo desenvolvido por Moscou. Segundo o ministro Celso Amorim (Defesa), nada impede a participação brasileira no projeto do Sukhoi T-50, caça que tem cinco protótipos voando e que servirá de base para um modelo a ser produzido em conjunto com a Índia.

Amorim fez o comentário após reunião com seu colega Sergei Shoigu. Reafirmou que o processo para comprar caças de geração atual, o F-X2, segue com três concorrentes: o americano F/A-18, o francês Rafale e o sueco Gripen NG. Os russos não fizeram ofertas formais de seu modelo atual, que ficou de fora do F-X2, o Sukhoi-35. Segundo a Folha apurou, contudo, a Força Aérea recebeu uma consulta informal para receber uma espécie de “combo”.

Su-35 três vistas - imagem UAC

Pela oferta, o Brasil receberia Sukhoi-35 para substituir seus Mirage-2000 que serão aposentados neste ano enquanto o T-50 não atingir estágio operacional, o que deve ocorrer só após 2016. O novo caça só deverá ter produção comercial no fim da década. No encontro com Amorim, Shoigu falou genericamente que poderia fazer leasing de equipamento militar russo. Isso foi lido com uma senha para a solução intermediária.

A compra dos caças se arrasta desde 2001. O F/A-18 tinha superado o Rafale no favoritismo, mas o escândalo da espionagem americana travou o negócio politicamente. A ampliação da cooperação com a Rússia ocorre no momento em que a relação Brasil-EUA está abalada.

O T-50 é o projeto de caça de quinta geração em estágio mais avançado no mundo. Só os EUA têm um avião deste tipo hoje, o F-22. A denominação é genérica e indica a adoção de itens como alto índice de informatização e capacidade de voo furtivo, o chamado “invisível ao radar”. Sua grande vantagem é a abertura da Rússia a cooperações – os EUA não vendem o F-22.

Para que a negociação ande, os russos deverão melhorar seu pós-venda. Segundo a Folha apurou, a delegação de Shoigu recebeu reclamações sobre peças de reposição e manutenção dos helicópteros de ataque Mi-35 que estão sendo fornecidos à FAB.

O fato de ter sido sacramentado o próximo passo para a compra de baterias antiaéreas Pantsir-S1, um produto de alta tecnologia, indica que o Brasil deu um voto de confiança a Moscou.

Amorim ressaltou que a ideia não é a compra em si, mas a capacitação tecnológica. A previsão é de que uma empresa brasileira, que poderá ser a Odebrecht Defesa, venha a produzir a arma. O contrato deverá ser assinado em meados de 2014. Prevê a compra de três baterias mais duas de lançadores Igla-S.

Governos dos dois países criam grupo antiespionagem

Na esteira das denúncias de espionagem por parte dos Estados Unidos, Brasil e Rússia decidiram ontem formar um grupo de trabalho para sugerir soluções em defesa cibernética. A forma como isso será feito não está definida.

Não deixa de ser curioso que o Brasil, país cuja presidente cancelou uma visita de Estado a Washington por causa das denúncias que estaria sendo monitorada, esteja procurando parceria no setor justamente com a nação que abriga o denunciante do caso da espionagem.

O analista Edward Snowden, que vazou documentos mostrando a ação de espionagem da Agência de Segurança Nacional americana, está asilado temporariamente na Rússia.bOutro acordo assinado entre os dois países prevê uma maior cooperação na área de tecnologia espacial.

FONTE: Folha de São Paulo, via Notimp

IMAGENS: UAC

NOTA DO EDITOR: destaques em negrito são do Poder Aéreo, assim como o título atual – a chamada original da matéria é a primeira frase do subtítulo.

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Nick

Sou a favor de um leasing dos SU-35S por 5/10 anos, tempo suficiente para a FAB as questões operacionais e logísticas para esse caça.
Se for bom, continua, inclusive aprofunda a parceria no T-50.
Se não, foi a última chance dada aos russos.

Mas de qualquer forma seria interessante ver os SU-35 com camo da FAB fazendo interceptações a partir de Anápolis. 🙂

[]’s

JapaMan

“Segundo a Folha apurou, a delegação de Shoigu recebeu reclamações sobre peças de reposição e manutenção dos helicópteros de ataque Mi-35 que estão sendo fornecidos à FAB”

Comprar caças dos Russos? tem certeza?

Rindo para não chorar.

eder albino

Seria interessante um leasing de pelo menos um esquadrão para Anápolis. Na minha opinião, sou a favor de dois vetores pra FAB, e origem distintas (mesmo com partes em comum como F-18 e Gripen, que aliás seria algo incrível ter os dois vetores na FAB).
Mas creio que a última chance que o Nick mencionou seja as baterias Pantsir e Iglas, pois já não estão plenamente satisfeitos com o pós-venda do Mi-35.
Mas pelo menos 12 SU-35 em Anápolis seria um tampão de resipeito.

eder albino

“respeito”

Requena

Numa boa?

O certo a fazer era assinar o leasing HOJE.
Mas essa notícia não vai dar em nada.

A FAB que trate de comprar mais alguns F-5 pra reformar e substituir os que vão dar baixa.

Essa é a nossa realidade.
E não vai mudar até, pelo menos, 2015.

maxi47

Sou a favor do Leasing dos SU35, vai que a FaB gosta do caça Russo, e manda uma ” mensagem diferente ” ao Planalto em relação ao FX2 Walking Dead.

Blackhawk

Até o momento, pelo que tenho lido, é a única “proposta” imediata para o problema da aposentadoria dos Mirage. Um leasing com uma boa máquina, sem dúvida alguma, uma futura parceria para um caça de 5º geração (o que é necessário) e esperamos, a finalização do FX-2 com Grippen vencedor.

Soldat

É como eu disse leasing por leasing fico com os Suecos.

Alias acredito que o Brasil já deveria a muito tempo ter alugados os Gripens pelo menos.

No mas é logico que dominar a tecnologia do T-50 e ter em mão o SU-35, também seria muito bom….

Alexandre Luiz

Algumas pessoas que pensam que é só comprar avião e voar, simplesmente. Essa compra de aviões russos nunca vai acontecer. Pelo simples fato de que a doutrina da FAB, como já disseram alguns experientes aqui, é por tecnologia ocidental (excluindo os MI-35). Mas, digamos que compre. Qual seria o comportamento dos EUA em relação ao Brasil? Para mim, a primeira ação seria mandar a compra dos Super Tucanos para a vala.

joao.filho

E dai? E melhor ficar com as velharias dos F-5 pra sempre? O Brasil sim estaria muito bem servido com os SU-30, em comparacao a como estamos. Seria sim muito bom embarcar no lease como um experimento para ver como iriam funcionar no FAB. Se desse tudo certo, porque nao??? O que nao pode e ficar capengas como estamos para sempre.

Wagner

Imaginem, 36 Su 35 no Brasil…seria um sonho.

Mas o problema é a hora de vôo, muito cara.

Caça bimotor, tirando o F5, duvido que volte a voar no Brasil.

jura_gol

Gente estou ficando doido ou fiquei analfabeto de ultima hora,se for sério esta proposta vou tomar um porre de vodka ainda hoje , e ligar para alguém muito próximo a mim, que me garantiu que isso iria acontecer, pois o mesmo trabalha na manutenção dos MI-35 e só escuta e fala coisas boa a respeito dos brinquedos,quanto a falta de peças, gente tem uma remessa parada no porto a espera de liberação faz uns 3 meses, agora vem colocar a culpa nos caras! Santos eles não são mais que os SU-35 voando neste lado do mundo com as cores da… Read more »

eduardo pereira

Leasing de Su-35 é bom demais pra ser verdade , melhor ainda se o desgoverno aceitar, mesmo que só uns 12 pra segurar até o Pak Fa ficar no ponto e chegarem os nossos, isto estando nós no projeto e comprando os bichao, seria a FAB dando um salto das trevas pra luz de uma vez e retomando,sem margem de duvidas, a moral como força aérea mais poderosa da AL !!!
Sds, Eduardo o otimista !!

eduardo pereira

Sei nao viu Nunao mas em quase tudo que diz respeito a negócios com russos agora a Odebrecht ta no meio, se Pantsir( ira construi-los), se irmos de Sukhoy quem achas que construirá novos angares pros super Landau (que a propósito seria bom demais ver de pertinho cá em Minas pras banda da Pampulha ou Lagoa Santa), e sabemos que no Brasil onde tem construtora no meio, tem dindin com força e a coisa sai do papel(mesmo que rasteje pra ser finalizada). E sobre os 36 caças virem, melhor ainda,poxa sao Su 35, um bicho desse ja poe uma moral… Read more »

Mayuan

Se é pra fazer leasing, prefiro dos Gripen enquanto não vem os NG, como ganhadores do FX. Seria muito mais realista que esse leasing de Su-35 que, como mostrou o Nunão, com apenas 12 não resolveriam o problema. De quebra, não jogaria todo o FX fora e seria mais coerente do ponto de vista orçamentário. Alugar caças apenas para avaliar ou para mandar recado para Washington é pensar fora da caixinha, demais! Ainda que fosse a melhor assistência técnica do mundo, o que garante que seria a mesma em caso de venda posterior? Ainda que se quisesse dar recado a… Read more »

Antonio M

Engraçado que teve muita gente ridicularizando a idéia de que se o escolhido fosse o Gripen NG, além do leasing do Gripen atual quem sabe poderíamos embalar de vez o projeto do Sea Gripen e do 5a geração FS2020, tentando aumentar a parceria com Coréia do Sul, Africa do Sul e outros, e isso sim seria mais ousado e traria muito mais know how. Mas fazer uma parcerua com os russos semelhante é viável?!!?!? Outro problema é que o GF parece muito mais feliz com as bravata pró-russia, que vai lhe render muito na campanha eleitoral do que com um… Read more »

Mauricio R.

Nossa, a convenção de plastimodelistas pelo visto ainda não acabou.