Sikorsky busca um parceiro para base industrial no Brasil

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Virgínia Silveira

vinheta-clipping-aereoA fabricante americana de helicópteros Sikorsky pretende definir até o fim deste ano um parceiro no Brasil que a ajude a colocar em prática o projeto de industrialização dos seus helicópteros no país. O primeiro passo nessa direção está sendo dado com a criação da Sikorsky do Brasil, subsidiária que cuidará mais de perto da frota de 152 helicópteros em operação no país e da expansão dos negócios da marca na região.

O trem de pouso e o sistema de combustível do helicóptero S-92, biturbina para até 21 passageiros, já são fabricados no Brasil, pela Embraer – companhia brasileira de jatos regionais, quarta maior no mundo -, informou o diretor da Sikorsky no Brasil, Marcos de Souza Dantas. O relacionamento entre as duas fabricantes, segundo ele, teve início na década de 80, quando a Sikorsky transferiu para a Embraer a tecnologia de produção de materiais compostos, posteriormente aperfeiçoada e hoje utilizada nos aviões produzidos no Brasil.

“Para aumentar as nossas vendas num determinado mercado, procuramos trabalhar com fornecedores de qualidade. Com a Embraer temos ainda a chance de agregar conteúdo brasileiro aos nossos helicópteros”, disse o executivo. A Sikorsky, segundo ele, tem uma produção anual média de 20 helicópteros S-92.

Outra iniciativa da fabricante americana dentro da estratégia de aproximação com o Brasil é a parceria com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) para a implantação de uma cadeira acadêmica de asas rotativas dentro do curso de graduação de Engenharia Aeronáutica. “Assinamos uma carta de intenção com o ITA para ajudá-los a desenvolver o curso”, comentou.

Para melhor atender a sua frota na região, a Sikorsky também acaba de investir US$ 5 milhões em um depósito alfandegado especial de peças na cidade do Rio de Janeiro. “Este número pode aumentar para US$ 15 milhões, mas isso vai depender da reação do mercado”, disse o executivo.

A maior parte dos helicópteros da Sikorsky no Brasil – cerca de 98 unidades – atua no apoio às operações offshore. Deste total, 76 helicópteros são do modelo S-92 e 22 do S-76. A Líder Aviação é a principal operadora dos helicópteros da Sikorsky no Brasil, com 54 aeronaves, entre os modelos S-92, S-76 e S-76 A.

A Sikorsky também tem uma presença importante nas Forças Armadas Brasileiras, com um total de 24 helicópteros, sendo quatro na Marinha, quatro no Exército e 16 na Aeronáutica.

As decisões de compra de novos helicópteros para as Forças Armadas, no contexto de programas como o Sisfron (Sistema Integrado de Proteção de Fronteiras) e Proteger (Sistema Integrado de Proteção de Estruturas Estratégicas Terrestres) também são aspectos importantes a serem levados em conta na estratégia de expansão dos negócios da Sikorsky no Brasil, ressaltou o diretor da empresa.

“Em fevereiro deste ano assinamos um contrato de suporte para os helicópteros da FAB”, comentou o executivo. O contrato, segundo ele, está avaliado em US$ 5 milhões. A empresa também renovou, recentemente, um contrato similar com o Exército, válido para um período de cinco anos e com valor entre US$ 6 milhões e US$ 10 milhões.

Dantas disse ainda que a Sikorsky tem a intenção de expandir a sua área de manutenção, reparo e assistência técnica no Brasil, onde existe um grande potencial para a venda de novos helicópteros. “Somente para a Petrobrás a expectativa é de que as vendas totalizem 40 unidades nos próximos cinco anos, entre modelos de médio e grande porte, principalmente para atuar em offshore”. O objetivo da fabricante americana, segundo ele, é capturar pelo menos 50% dessa fatia.

No mercado de transporte executivo, de acordo com Dantas, a Sikorsky entregou 15 aeronaves em 2012. Este ano as entregas somam sete helicópteros, mas o diretor pondera que esse segmento sofreu uma retração devido à alta do dólar, que encareceu o valor dos helicópteros.

A Sikorsky é uma das fabricantes internacionais que participaram na semana passada, em São Paulo, da feira de aviação Labace (Latin American Business Aviation Conference & Exhibition).

A companhia faz parte do grupo United Technologies Company (UTC), que também controla a Pratt & Whitney (fabricante de turbinas de avião) e da produtora de elevadores e escadas rolantes Otis. O faturamento global do grupo é superior a US$ 60 bilhões.

FONTE: Valor Econômico

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Vader

É bom a Sikorsky se preparar para enfrentar o lobby oficial da Apertaparafusobrás, subsidiária nacional da Lixocopter.

Corsario137

In Sikorsky we thrust! 😉

HMS TIRELESS

A parceira natural, a meu ver, é a EMBRAER. E seria interessante a fabricante nacional expandir suas atividades no segmento de asas rotativas. E será extremamente salutar ver essas duas empresas em parceria, enfrentando com produtos modernos e comprovados a promiscuidade governamental com a nefanda dupla Helibrás/Eurocopter

wwolf22

Impossivel uma parceria maior com a Embraer !!!
A Embraer ja fechou uma parceria com a Boing, que eh rival da Sikosky…

Baschera

Boa notícia.

Mas a semana passada a AW (Agusta Westland) também anunciou uma fabrica no Brasil….

Será que não é demais para o mercado de Puthânfia ?

Sds.

Corsario137

Boeing rival da Sikorsky?
Engano seu meu amigo. Elas tem muito mais parcerias do que disputas. Rivalidade então, nem pensar.

ivanildotavares

Dear Corsair,

Você quiz dizer “trust” e não “thrust”, não foi?

Abs

Mauricio R.

Nem tdo são flores no S-92:

(http://www.defensenews.com/article/20130803/DEFREG02/308030007/Sikorsky-Only-Apparent-Bidder-VXX?odyssey=mod_sectionstories)

No mais, finalmente mais empresas demonstram interesse no mercado brasileiro.
A verificar, se esse interesse irá perdurar, caso os mercados nos países centrais apresentem melhoras.

Marcos

“O trem de pouso e o sistema de combustível do helicóptero S-92, biturbina para até 21 passageiros, já são fabricados no Brasil, pela Embraer”

Nick

Como a Embraer já tem um histórico junto à Sikorsky, me parece uma escolha natural. 🙂

Black Hawks e S-76 licenciados pela Embraer, não seria mal não.

[]’s

PS:Mas sem o GF doar dindin como fizeram na Airbus Itajubá.

[]’s

Requena

Ai eu vi vantagem.
Resta saber quem pode ser o “parceiro” deles.
A Embraer seria uma boa pra todo mundo.

Corsario137

Ivanildo,

Você tá certo mas é que é um trocadilho entendeu?

Cara a Sikorsky é a melhor. Já disse isso aqui inúmeras vezes. O suporte, o pós-venda, a disponibilidade de peças, coisa única. Claro que não existe mundo perfeito, mas de todos (Agusta, Eurocopter, Bell), eles são os mais confiáveis.

Atualmente, e já a algum tempo, nenhuma aeronave no mundo tem uma disponibilidade tão boa quanto ao S-76 C+/++. Pelo menos no mercado Offshore. Nessa parada obrigatória do Ec-225 foram eles que salvaram a pátria ao redor do mundo.

Gilberto Rezende

Como eu disse quando do post que anunciava o fim da parceria da Embraer com a Augusta Westland a Sikorsky era a parceira substituta natural para a Embraer…

E muitos diziam que a Sirkosky não teria o menor interesse de se instalar no Brasil e que o Brasil não comportaria dois fabricantes de helicópteros…

Não só a Sirkosky tem interesse como a Augusta Westland vai se instalar sem parceria mesmo…

Soyuz

Gilberto, Acho que no Brasil se confunde fabricante (quem desenvolve todo o ciclo de projeto) com montador que é quem integra partes prontas em uma linha de montagem final.. A Embraer é fabricante. A Helibras é montadora. Assim como as candidatas a se instalar no Brasil, Augusta Westland a Sikorsky também serão simples montadoras finais, possivelmente em níveis inferiores a Helibras inclusive. Me parece que os motivos para empresas como a Augusta Westland a Sikorsky criarem linha de montagem final no Brasil, sejam dois; O BNDES é um grande financiador de bens de capital, incluindo ai aeronaves e para ter… Read more »

Galeão Cumbica

Male male temos projetos modificados de automoveis fabricados aqui, em pleno seculo XXI imagina se teremos projetos e fabricacao brasileiros.

sds
GC

Corsario137

A AW especificamente, além do mercado off-shore e executivo, está mirando na cada vez mais próxima substituição do Esquilo pelas FAs. Há quem diga (eu) ser impenetrável o lobby do EC-135 porém já se sabe que a AW aposta furar esse muro de concreto itajubense. O tempo dirá…

Guilherme Poggio

Há quem diga (eu) ser impenetrável o lobby do EC-135 porém já se sabe que a AW aposta furar esse muro de concreto itajubense. O tempo dirá…

Caro Corsario137

O cobertor político neste caso está muito bem costurado e uma prova disso foi a última sabatina do Saito na CREDN. O programa itajubense foi elogiadíssimo tanto por um senador da oposição como um da situação. Ninguém falou nada dos problemas do helicóptero ou quem vai pagar a conta (da nova transmissão).

Corsario137

Na verdade esse investimento da AW é o que menos me surpreende. Todo mundo opera AW139 no Offshore hoje, e, apesar do acidente de 2 anos atrás, o mercado gosta da máquina. A exploração aumentará substancialmente nos próximos 4-6 anos o que justifica que a AW tenha um pé mais firme no Brasil. Até então o representante deles no Brasil era a Sênior (maior operador da máquina), porém insuficiente para atender a demanda atual. O Aw-109 vende bem no mercado executivo e provavelmente continuará vendendo. Fora isso tem o contrato das FAs que eu mencionei acima. A conjuntura justifica o… Read more »

Corsario137

E sim, o S-92 tem lá seus problemas mas pergunta ao sindicato se eles estão satisfeitos…
A resposta é um enorme SIM!
Então se o sindicato quer, a Petrobrás demanda, e se ela demanda, VENDE FÁCIL!

Guilherme Poggio

E sim, o S-92 tem lá seus problemas mas pergunta ao sindicato se eles estão satisfeitos… A resposta é um enorme SIM! Isso que o Corsario137 colocou é algo que diferencia muito o mercado civil offshore do mercado militar de helicópteros. Outro dia estava dialogando com o Justin Case exatamente sobre isso. Não adianta a fabricante “A” dizer que a aeronave dela é segura, que tem luz no painel que avisa que a caixa de transmissão vai partir no meio, que a aeronave ainda pode voar mais duas horas com a bruxa acesa, etc. Se o(s) sindicato(s) bater(em) o pé,… Read more »

Mauricio R.

“…nas áreas de trafego aéreo…”

Esse deram de bandeja, p/ a Embraer…

Penguin

@Corsario137

É o helicóptero “cumpanheiro” rsrsrsrsrs

Corsario137

Pois é Penguin.

Esse EC-135 já está rendendo…

Corsario137

Poggio,

Ainda sobre os S92, eles estão voando muito, seja Omni, CHC ou Líder. A aeronave é elogiadíssima, o espaço interno é único na categoria. Os trabalhadores das plataformas são só elogios e isso reverbera diretamente na Petrobras.

Quanto ao lobby itajubense, está custuradíssimo sem dúvida. Motivo pelo qual dou como certa a escolha do EC-135/635 para a substituição do Esquilo nas 3 FAas. Ainda que eu simpatize mais com o Aw109.
Mas isso é assunto para 2014.

Corsario137

Mudando de pato pra ganso… Bons tempos do Puminha na Amazônia. Helicóptero da HeliUnion que voava pela Helivia no Brasil. Pau pra toda obra. Chegou a ganhar “prêmio” da Petrobras como aeronave com melhor disponibilidade. Certa vez um se acidentou na Amazônia, mas não foi falha técnica. Os flutuadores foram acionados e ele posou no rio. Os passageiros saíram todos ilesos, o helicóptero não. Ao descer do heli, o último passageiro usava uma bota de texano (acho que ele era gringo) e a espora da bota furou o flutuador e levou o helicóptero a pique! Olha parece até história de… Read more »

Gilberto Rezende

Soyuz em TESE concordo contigo nas diferenças que apontas entre montadora e fabricante, mas o Brasil e o BNDES fazem seu papel que é impor a preferência ao produto fabricado no país nas compras governamentais (como sempre fizeram os YANKEES). Cabe ao mercado civil brasileiro gerar demanda (Petrobrás incluída) para que as linhas de fabricação se estabeleçam aqui e se mantenham. Fabricantes nacionais de helicópteros dificilmente teremos, afinal de modo similar não conseguimos sequer uma montadora nacional de carros; só temos montadoras estrangeiras aqui instaladas. A própria exceção que apontas a EMBRAER nasceu estatal no seio do governo e posteriormente… Read more »

Gilberto Rezende

E os russos TAMBÉM vem aí…

Vader

Gilberto Rezende disse: 20 de agosto de 2013 às 15:20 “Bem é PARA MIM primeiramente um problema das nossas elites civis covardes e medrosas de correr o REAL risco capitalista de VERDADE e por outro lado a carência geral na educação.” Lamentavelmente você está enganado, como de praxe (mais uma vez), caro Giltiger. O brasileiro é um dos povos mais empreendedores do mundo. Já teve até pesquisa internacional disso, e em matéria de empreendedorismo e inovação poucos povos NO MUNDO batem o brasileiro. Vide: ttp://www1.folha.uol.com.br/mercado/1214283-brasileiro-esta-entre-os-mais-empreendedores-do-mundo.shtml Veja essa também: ttp://exame.abril.com.br/pme/noticias/brasil-e-pais-mais-empreendedor-do-g20 (retirei o “h” para não ficar preso na moderação) Basta ver… Read more »

Vader

Gilberto Rezende disse:
20 de agosto de 2013 às 15:20

A propósito: o acordo com os russos para produzir helicópteros no Brasil entrou água.

juarezmartinez

de agosto de 2013 às 12:05 Há quem diga (eu) ser impenetrável o lobby do EC-135 porém já se sabe que a AW aposta furar esse muro de concreto itajubense. O tempo dirá… Caro Corsario137 O cobertor político neste caso está muito bem costurado e uma prova disso foi a última sabatina do Saito na CREDN. O programa itajubense foi elogiadíssimo tanto por um senador da oposição como um da situação. Ninguém falou nada dos problemas do helicóptero ou quem vai pagar a conta (da nova transmissão). Leia mais (Read More): Sikorsky busca um parceiro para base industrial no Brasil… Read more »

juarezmartinez

orsario137 disse: 20 de agosto de 2013 às 12:56 Poggio, Ainda sobre os S92, eles estão voando muito, seja Omni, CHC ou Líder. A aeronave é elogiadíssima, o espaço interno é único na categoria. Os trabalhadores das plataformas são só elogios e isso reverbera diretamente na Petrobras. Quanto ao lobby itajubense, está custuradíssimo sem dúvida. Motivo pelo qual dou como certa a escolha do EC-135/635 para a substituição do Esquilo nas 3 FAas. Ainda que eu simpatize mais com o Aw109. Mas isso é assunto para 2014. Leia mais (Read More): Sikorsky busca um parceiro para base industrial no Brasil… Read more »

ivanildotavares

Agora eu entendi, Corsair. Brigado.

Abs

Corsario137

Juarez,

Dessas coisas de política eu tô por fora. Mas se você está dizendo eu acredito.

A propósito, já que estamos falando de Offshore…

Um passarinho me contou que com a chegada da Sikorsky no Rio de Janeiro as opções da Líder pelo Ec-225 entraram na geladeira. Só saírão de lá se for valer a questão de material com conteúdo nacional. Mas não se sabe se isso vai valer para os prestadores de serviços aeronáuticos.

E sim, a AW pretende montar o 189 no Brasil mais ainda não bateram o martelo.

juarezmartinez

é verdade Corsario 137, e um outro passarinho me contou que vai chegar uma revoada de S 92, S 76 e AW em Macaé nos próximos meses principalmente, porque no EC 225 ninguém confia e ainda os custo de manutenção estratosféricos e os intervalos de inspeção/manutenção muito curtos, ou seja é tudo que muitos de nós aqui a colocaram, e externaram a preocupação, mas como sempre os políticos entendem muito mais de helis militares do que os próprios operadores.

Grande abraço

Corsario137

Isso é verdade Juarez. Você olha o mercado civil, nem digo o executivo, o Offshore mesmo que tem uma missão muito mais rígida, voa muito mais que qualquer aeronave militar (brasileira), sob condições muitas das vezes muito mais cruéis do ponto de vista da degradação da aeronave. As aeronaves são completamente diferentes da que os militares usam. Será porque? É mesmo somente uma questão de pré-requisito operacional? A diferença é que no mercado civil paga-se pelo que vale. No mercado de defesa, muitas das vezes, paga-se por quem tem maior lobby. Não vejo nenhum fórum questionando a compra dos Blackhawk… Read more »

juarezmartinez

Caro Corsario 137, ahhhh, eu acho que esta papagaiada chamada EC 725 by tots pode naufragar, ainda mais pelo últimos acontecimentos, já sebe que alguns pilotos estão “evitando” a escala de vôo nele e consultando assessoria jurídica pra em caso de acidente tomar providências necessárias e a empresas off shore não vão botar o seu na reta por dinheiro deste mundo, pois isto pode custar muito caro em termos indenizações. A vinda da AW, mesmo que em forma de montadora de Kits e da própria Sikorski demonstram que eles já receberam algum “bip” que há algo de podre entre o… Read more »

Corsario137

Deus te ouça meu caro, Deus te ouça.
Sou fã do Koala Aw-119. Acho uma máquina sensacional. Também gosto muito do Esquilo B3 mas acho que só vale a pena se for a preço justo.