Venda de aeronaves incluiria treinamento de pilotos argentinos na Espanha

 

Mirage F1 modificado com as marcacoes da FAA

Ariel Palacios

vinheta-clipping-aereoO governo da presidente argentina, Cristina Kirchner, está negociando com a Força Aérea da Espanha a compra de vinte aviões de guerra Mirage F1M de segunda mão. A venda desses aparelhos de 38 anos de uso incluiria o treinamento dos pilotos argentinos. Parte dos aparelhos desta operação – que envolveria US$ 220 milhões – seriam destinados à vigilância da fronteira norte da Argentina, com o objetivo de vigiar o espaço aéreo por onde costumam trafegar os aviões de narcotraficantes.

As negociações para esta compra chamaram a atenção da mídia britânica, sempre de olho em qualquer tipo de rearmamento argentino, em razão do impasse envolvendo as Ilhas Malvinas (Falklands, para os britânicos). O motivo da compra dos aviões, segundo o jornal britânico Daily Mirror, seriam “fins eleitorais”, em referência às eleições parlamentares argentinas de outubro.

Dos 53 Mirage que a aeronáutica argentina comprou em 1968 atualmente funcionam somente 14 unidades. Além disso, a força aérea conta atualmente com sete A-4AR Fightinghawk (de um total de 36 comprados em 1997).

Mas por causa de problemas nos radares, estes aparelhos apenas voam em condições excelentes de clima. Os especialistas afirmam que a força aérea argentina está em estado de “sucata”.

A aeronáutica argentina também possui 34 aviões IA-58 Pucará (de um total de 200 construídos na primeira metade dos anos 70), um bimotor a hélice Made in Argentina. O Pucará foi intensamente utilizado no combate à guerrilha há quatro décadas dentro da Argentina e durante a Guerra das Malvinas em 1982.

O deputado Julio Martinez, da União Cívica Radical (UCR) afirmou que “nos dez anos de governo de Nestor e Cristina Kirchner 17 aviões da Força Aérea espatifaram-se no chão. E o número só não é maior porque os aviões não voam por falta de combustível”. O ex-ministro da Economia, Roberto Lavagna, criticou a verba destinada para a compra dos aviões da força aérea espanhola, sem licitação prévia. “Foram usados pela Jordânia e depois pela Espanha, com quase 200 mil horas de voo”, afirmou.

FONTE: estadao.com.br

NOTA DO EDITOR: os Mirage F1 que a Espanha possui  não foram empregados pela Jordânia. O que pode ter ocorrido neste caso é uma confusão entre uma provável negociação com os F1 jordanianos (revelada em 2009, disponível nos links abaixo) e os F1 que a Espanha comprou do Catar na década de 1990.

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Vader

Convenhamos: a Argentina vai comprar uma velharia.

Se é pra interceptar traficante, tá bom demais. Pra treinar pilotos é melhor que nada.

Mas esses caças servirão para bem pouco além disso.

Impressionante como um país outrora rico e poderoso pode se rebaixar a tanto.

marciomacedo

Desses 20, quantos serão operacionais?

Fighting Falcon E/F

Os A-4 estão com problema no radar APG por falta de peças (recursos) ou de integração?
Somente sete estão em operação? Menos até que os Deltas? Estranho o dado hein;

Corsario137

Pode apostar a mãe na feira que tem jabá forte nisso aí.
Sei bem como funcionam as coisas na Argentina.
Antes eles tivessem comprado material russo, Sukhois ou o tal Mig-35 que ninguém compra. Ou então ficassem com os chineses.

Depois da guerra com os britânicos e do curralito vai ser difícil a Argentina comprar material ocidental de primeira linha.

É lamentável…

Ozawa

Dessa vez não é um “negócio da China…” mas um “negócio da Espanha…”. O Reino Espanhol na crise que está, consegue US$ 220 milhões em aeronaves utilizadas até o osso…

Para simples “patrulhamento aéreo” o ST seria muito mais adequado. A Argentina prefere gastar US$ 220 milhões em sucata espanhola a utilizar os mesmos recursos na aquisição de aeronaves novas e capazes para a mesma missão, mas brasileiras…, a um custo unitário de uns $10 milhões…

No cômputo geral o valor gasto com os Mirages pagariam uns 10 ST’s, treinamento, simulador, etc…

Essa é a Unasul…

RomauBR

“Foram usados pela Jordânia e depois pela Espanha, com quase 200 mil horas de voo”. Esse total de horas de voo são referentes à soma de todos os vetores sob interesse da FAA, imagino. Não torço para uma escalada armamentista na América do Sul, mas também não gosto de ver como a questão da defesa é encarada por aqui. Quem dera essas notícias regionais sobre intenções de compra de outras forças aéreas se concretizassem… talvez assim alguma coisa aconteça por aqui, mas tbm não acredito muito nisso. Quem aqui não se lembra quando um oficial da força, ao responder uma… Read more »

Soyuz

O que a Argentina esta fazendo é tentar continuar a ser uma força aérea. Manter aviões supersônicos em operação de forma a não perder pessoal e capacidade de policiamento do espaço aéreo. Sabemos que não é para caçar traficantes, para isto há outras aeronaves na FAA. A ideá de “caçar traficantes” é apenas um embuste politico para leigos, como no Brasil também há uma série de embustes similares em compras militares. Os F-1 são aviões de utilidade discutíveis em cenários simétricos de briga pela superioridade aérea? Sem duvida que são, como também são os M2000 da FAB, desarmados, desatualizados e… Read more »

Carcará 01

Pra mim esses F1 são só jogo de cena… Tem boi nessa linha ai… Talvez o $$ pra reeleição da botocuda esteja vindo daí. Pra que não tem “la plata” nem pra o combustivel pra uns poucos M3 e A-4, como vai alimentar 20??

Baschera

“Plata” é o que mais esta senhora K tem !!

O que me preocupa é que tudo o que acontece na Argentina…acaba, mais cedo ou mais tarde, acontecendo aqui….

Sds.

Baschera

Vejam que esta outra PresidentA ao menos tem uma desculpa a nível do povão….. “é para caçar traficantes”….. para justificar o gasto.

Sds.

Baschera

A Argentina não pode ( etambém não faz quastão) de adquirir nada que tenha algum componente “Made in UK” e por consequência, nada que tenha componentes “Made in USA”…. motivo pelo qual vai adquirir estes vetores usados da Espanha, embora as relações diplomáticas entre os dois países não esta muito boa, vide o episódio da nacionalização da YPF, cujo controle acionário era espanhol. Esta no mesmo barco da Venezuela… ou adquire material chinês, ou russo, ou morre na praia. Este M-F1 serão tampão, até que a fabricação local do JF-17 seja implantada. Na situação atual, até que eles não estão… Read more »

Baschera

Errata: Onde está escrito “quastão”…. leia-se “questão” !

Sds.

Fabio ASC

Poggio, a preguiça de pesquisar é muito grande…. então, perguntas:

– qual o radar que eles usam atualmente?
– qual a capacidade bélica dos mesmos?
– em relação aos nossos F 5M´s, o que dá?

Jackal975

A parte boa dessa notícia é que nossos deputados e senadores, que não entendem LHUFAS do assunto, talvez se assustem ao saber da “alarmante notícia” de que “a Argentina está se rearmando e comprando caças!!!” e pressionem para destravar o quase-morto FX-2…

Fernando "Nunão" De Martini

“Fabio ASC disse:
8 de agosto de 2013 às 19:30
Poggio, a preguiça de pesquisar é muito grande…. então, perguntas:”

Fabio, apesar das perguntas não terem sido pra mim, aproveito para responder assim mesmo: não vale falar em “preguiça de pesquisar”, quando o que basta é clicar no primeiro link da lista abaixo da matéria, com o sugestivo nome de “Conheça os (prováveis) futuros caças da Argentina”… Pelo menos as respostas para suas perguntas 1 e 2 vc vai encontrar lá!

Saudações!

JapaMan

É isso que sinceramente não consigo entender, teríamos totais condições de fabricar por aqui um caça, (ninguém esta dizendo que seria o melhor ou o mais moderno) mas, assim como a Embraer monta para avião civil, poderia facilmente montar um caça com peças made mundo todo, teria muito mais credibilidade do que os chineses, ou paquistaneses, e quem sabe até os Russos, teria sim, um bom mercado em países africanos, na AL, Asia e porque não no leste Europeu, infelizmente acho o empresário brasileiro muito covarde e acomodado, é uma triste realidade.
Sds.

JapaMan

Pra quem gostava e lembra, um clássico dos fliperamas!!! joguei muito isso, e matei a saudade hoje!!! kkkkk

http://jogosonline.uol.com.br/aero-fighters_4921.html

Nick

Argentina também está numa pindaíba de dar dó. Esse ferro-velho quer os hermanos estão comprando só servirão para fazer frente às velharias da FAB e olhe lá. Os chilenos devem estar dando risada…. 🙂

[]’s

Mauricio R.

OFF TOPIC…

…mas nem tanto!!!

Será o retorno aos caças rápidos, ágeis e resistentes???

(http://snafu-solomon.blogspot.com.br/2013/08/return-of-a-4-type-fighter.html)

“40 seconds” Boyd deve estar mto agitado, no túmulo!!!
O autor cita rapidamente o Hawk britânico, mas se esquece completamente do Golden Eagle sul-coreano.

(http://snafu-solomon.blogspot.com.br/2013/08/philippine-air-force-to-start-air.html)

Colombelli

Corsário e Ozawa, concordo com as colocações feitas por ambos.

Esta compra só pode ter jaba, é um péssimo negócio. O governo daquela louca esta liquidando com as FA argentinas. Eles estão em uma queda vertiginosa rumo ao fundo do poço, o qual ainda está em local desconhecido. E logo logo será a marinha deles se tornando inoperante.

Os militares argentinos perderam o brio e estão cada vez mais subjugados e engolfados pela política. Que sirva de lição aos brasileiros onde o aparelhamento pode nos conduzir.

Fighting Falcon E/F

Nunão,
Seria viável pensar na aquisção de uns F-1 para o Brasil.
Pense no seguinte, não temos recursos, não sairá o FX-2 e as opções que temos como tampão trariam sérios problemas logísticos e de adaptação (F-16, por exemplo: REVO, linhas de suprimento, modernização, etc).
Qual frota de F-1 menos voada no mundo hoje que poderia ser colocada a venda?
Quantas horas ainda teríamos?

thomas_dw

JapaMan disse: 8 de agosto de 2013 às 20:14 É isso que sinceramente não consigo entender, teríamos totais condições de fabricar por aqui um caça, (ninguém esta dizendo que seria o melhor ou o mais moderno) mas, assim como a Embraer monta para avião civil, poderia facilmente montar um caça com peças made mundo todo, teria muito mais credibilidade do que os chineses, ou paquistaneses, e quem sabe até os Russos, teria sim, um bom mercado em países africanos, na AL, Asia e porque não no leste Europeu, infelizmente acho o empresário brasileiro muito covarde e acomodado, é uma triste… Read more »

Joner

Eu sou mais uns 12 Gripens usados que esses 20 F1, ao menos seriam uns 20 anos mais novos!!!
Com U$$ 220 milhões da para fazer uma boa compra de usados na Suécia, e quem sabe se somar um valor a isso pode-se até negociar com a Africa do Sul, ai sim, os argentinos estariam bem na foto.

Fabio ASC

Obrigado Nunão e Poggio.

Nunão, mais que preguiça, o que eu não revelei é que estava no trabalho, aí o bicho pega kkkkk.

Mauricio R.

“…teríamos totais condições de fabricar por aqui um caça…” “…assim como a Embraer monta para avião civil…” Não teríamos, pois não há tecnologia, ao contrário das linhas de aeronaves regionais e executivas, que a grosso modo datam do Bandeirante. Apesar do tropeço CBA-123. Iria-se usar o que??? O que sobrou dos 30% do AMX e a tecnologia do ST??? Desculpe, mas não seriam suficientes nem p/ um tipo útil de AJT. E houve ainda o update dos F-5, além de não ser capaz de desenvolver tecnologia própria p/ fazer o serviço, usando tecnologia de terceiros, o desempenho não foi essa… Read more »

Wagner

Se essa de que um eventual caça brasileiro ganharia dos russos.

Os russos fazem caças a jato faz 70 anos.

O Brasil só fez parte do AMX. nada contra a Embraer, que é magnífica, mas sem comparação. Nem tem como.

Isso é ilusão nacionalista ufanista.

Até o Irã conseguiu ao menos replicar um F5, NÓS NÃO FIZEMOS NEM ISSO ATÉ HOJE !!!

Em termos militares próprios estamos atrás do Irã, podem ter certeza.

Ao menos eles espremem a pequena laranja que tem até o último gomo, nós nem sequer cortamos a laranja : importamos tudo.

tiagobap