P2006T MRI: vigilância marítima a preços módicos

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P2006T-MRI

Indra apresentou na LAAD 2013 opção de baixo custo para vigilância marítima

 

testa - laad

A FAB está recebendo seus aviões de vigilância, guerra antissubmarino e patrulha marítima de longo alcance P-3AM. Paralelamente ao recebimento dos oito P-3, está em andamento o programa de modernização de parte da frota de C-95 Bandeirante, que inclui dez P-95 “Bandeirulha”, de esclarecimento marítimo (de superfície). Ao término dos dois programas, a FAB terá menos de vinte aeronaves dedicadas à vigilância e patrulha marítima.

Não é necessário dizer que esta quantidade está muito abaixo das necessidades mínimas para se vigiar de forma apropriada toda a área jurisdicional, mesmo se pensarmos apenas em esclarecimento marítimo. Um fator complicador é que as plataformas que executam este tipo de missão costumam ser complexas e dotadas de sensores diversos. Porém, existem no mercado soluções mais simples, com ótima relação custo/benefício. Uma delas foi apresentada pelo grupo espanhol Indra durante a LAAD 2013, realizada na semana passada, entre os dias 9 e 12 de abril, no Rio de Janeiro.

P2006T-MRI 2

Em janeiro deste ano a empresa Indra completou o desenvolvimento da versão de vigilância e patrulha marítima do avião Tecnam P2006T. A aeronave, designada como MRI (maritime reconnaissance intelligence), está voltada para missões de busca e resgate, vigilância marítima e controle ambiental.

O P2006T é uma aeronave STOL (decola e pousa em pistas curtas) bimotora de asa alta desenvolvida e fabricada pelo grupo italiano Tecnam. Trata-se de um avião de baixo custo de aquisição e operação, cuja autonomia excede quatro horas.

Dentre os principais sensores embarcados no avião estão um radar SELEX Galileo Seaspray 5000E, imageadores térmicos FLIR e um sistema AIS de identificação de navios. Todos os dados são integrados pelo compacto sistema Indra ISIS, instalado a bordo da aeronave. Trata-se de uma suíte bastante completa para uma aeronave de pequeno porte (peso máximo de decolagem de 1230 kg).

P2006T-MRI 4

Obviamente que se trata de uma aeronave de desempenho mais modesto que um P-95, mas que  pode ser adquirida em maior quantidade e distribuída / desdobrada por mais bases, complementado e até mesmo substituindo helicópteros de pequeno e médio porte com custos amplamente favoráveis.

P2006T-MRI 5

FOTOS: Indra

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Diegolatm

Se for mais barato que um UAV com certeza vale a pena adquirir para colocar nas zonas de fronteiras, acredito que a aeronave se sairia muito bem nas zonas de fronteiras com o PARAGUAI, BOLIVIA, PERU…

tiagobap
Baschera

Excelente notícia.

Quanto mais competição melhor.

Talvez possam substituir em algum tempo a frente os P-95 Bandeirulha.

Sds.

Marcos

Diegolatm

E o que o Genro vai fazer com todos aqueles UAV adquiridos, sem doutrina, sem manutenção, sem nada!!!

Soyuz

Que a FAB um dia vai precisar de uma aeronave de menor custo que os P-3BR para missões de esclarecimento marítimo onde os P-3 ou estão em menor número ou são caros demais, isto me parece quase uma certeza. O que eu tenho sérias duvidas é até que ponto esta simpática aeronave da matéria é adequada ao Brasil. Especialmente em alcance. Ela certamente é ótima para o Uruguai o Equador, mas aqui, não sei não. O P-95 que é bem maior que ela já é pequeno na função. Talvez uma plataforma da Embraer baseada no R-99 seja uma opção para… Read more »

Diegolatm

Marcos, como não tenho os dados e nem o preço da unidade, poderia a FAB justamente optar tanto pelo UAV quanto por essa aeronave acredito que comprar uma não vai anular a outra.O que vai definir o critério com certeza é $ investido e o alcance da aeronave.

Lembro a você que a intenção do G.F é adquirir tão somente esses novos UAVs por causa da COPA depois o que se espera é comprar novas unidades de fabricação nacional.

Logo, tanto M.B, E.B ou FAB poderiam dar uma olhadinha nessa aeronave.

Almeida

Bonito aviãozinho. Só.

O futuro da patrulha da FAB deve ser de VANTs espalhados pelas quatro bases na costa mais um esquadrão de P-3AM substituídos no futuro por versões do Embraer P-99 MPA baseados no E-190, operando de apenas um esquadrão em uma base na costa, mas podendo ser desdobrados para as demais bases caso necessário.

Ivan

Soyuz, Combinar grandes aeronaves de patrulha marítima com ampla capacidade ASuW e ASW com aeronaves de porte médio e/ou pequeno é uma idéia sensata e realizada por alguns países, inclusive os Estados Unidos da América. Os gringos operam Orions e agora Poseidons na US Navy para missões oceânicas eminentemente de combate, mas na US Coast Guard operam aeronaves menores, como CASA HC-144A Ocean Sentry (baseado no CN235) e Dassault HU-25 A/C/D Guardian (baseado no Falcon 20). Os hindus estão investindo nos Boeing P-8I Poseidon, mas também buscam aeronaves MR menores, do porte dos Dassault Falcon ou Embraer P-99. A diferença… Read more »

aldoghisolfi

Perdoem, mas me pareceu um ultra-leve metido a sebo.

Marcio

Adequadoas as necessidades de vigilância marítima da FAB, Fuerza Aérea Boliviana. Perai… mas a Bolivia não tem mar. Então é por isso….

paulofvj

A Bolívia perdeu seu acesso ao mar para o Chile em 1879 em uma Guerra que também tomou uma parte do Perú.
Porém ainda tem uma micro marinha fluvial localizada no lago Titikaca.

juarezmartinez

vocÇes observaram a distãncia que o domo do radar fica do solo, a um “pentelhonésimo de toca-lo, ou seja, qualquer prespada no pouso era uma vez um sea spray……

Grande abraço

Mauricio R.

Algumas consideraçãoes: A US Navy pretende complementar o P-8A “Posseidon” c/ o MQ-4C “Triton”, versão “patrulha marítima” do UAS “Global Hawk”. Israel tem uma solução parecida em serviço, mas baseada no UAS Heron. Na USCG o HC-144 é o substituto do HU-25. Existem 2 requerimentos hindús, um da própria IN, em que o interesse por uma versão “downgraded” do P-8 é mto forte. E um outro requerimento da Guarda Costeira, no qual diversas aeronaves a reação e turbo-hélice, disputam a seleção. “…substituídos no futuro por versões do Embraer P-99 MPA baseados no E-190, operando…” Já resolveram aonde e como vão… Read more »