Boeing terá que ensaiar novo sistema de controle de voo do F-15SA

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Futuros caças sauditas terão as estações de armas 1 e 9 ativadas – USAF descartou mudanças nas suas aeronaves

 

primeiro voo do F-15SA - foto USAF

A Boeing e a Força Aérea dos EUA (USAF) terão que recertificar o  desempenho do novo F-15SA (versão da Arábia Saudita) em relação ao seu envelope de voo devido à introdução de novos sistemas de controle de voo tipo fly-by-wire.

“O todo o envelope de voo do F-15 necessitará de nova autorização para o sistema fly-by-wire” da versão SA, informou a USAF. “Os ensaios em voo para certificação da aeronavegabilidade levará cerca de um ano e meio.”

O verdadeiro fly-by-wire partiu do tradicional sistema híbrido eletrônico/mecânico de controle de voo do F-15. Versões anteriores do jato foram equipadas com um canal duplo de controle de três eixos sobreposto a um sistema hidro-mecânico. No entanto, os 84 F-15SA que a Arábia Saudita comprou terão suas duas estações externas das asas ativadas, tornando-se necessário a implementação de um sistema de controle de voo fly-by-wire.

“O principal benefício do sistema fly-by-wire é compensar as diferenças de estabilidade induzidas pelo transporte de armas nas estações de um e nove – não utilizado até hoje em qualquer plataforma F-15, diz a USAF.

A USAF acrescenta que ainda não se sabe como o novo sistema de controle de voo irá afetar o piloto. “O programa ainda está no começo e é muito cedo para dizer qual será o comportamento dos controles de voo”.

F-15SA

O primeiro F-15SA, um derivado avançado do F-15E, realizou um limitado voo em 20 de fevereiro. Outras atualizações para o F-15SA incluem um radar AESA e um sistema de guerra eletrônica digital. A USAF não pretende ativar as estações externas dos seus F-15E. Nem os controles fly-by-wire serão adaptados para a atual frota de Strike Eagle.

Raymond Jaworowski, analista da Forecast International, diz que há duas razões para a Boeing e a USAF realizarem a difícil tarefa de redesenhar o sistema de controle de voo do F-15. A primeira é que a Arábia Saudita poderia ter feito pedidos específicos para determinadas capacidades. “E trata-se de uma encomenda respeitável”, diz Jaworowski. “Então, o que eles podem fazer para satisfazer o cliente será feito.”

Uma possível segunda razão para a extensa modificação, Jaworowski diz, é que Boeing quer manter o F-15 em produção pelo maior tempo possível. Manter o Eagle o mais atualizado possível ajudaria a empresa a competir no mercado mundial antes que o Lockheed Martin F-35 domine este mercado, diz ele.

“Eventualmente, 10 anos a partir de agora, o F-35 será o principal caça no mercado mundial”, diz Jaworowski. “Até lá, há possibilidades de vendas adicionais de caças de gerações anteriores como o F-15, e a Boeing fará de tudo para manter o F-15 o mais atualizado possível para pegar essas vendas.”

FONTE/FOTO: Flightglobal.com /USAF (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)

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aldoghisolfi

POR QUE ninguém nunca levantou a possibilidade de colocarmos o F15 no FX?

aldoghisolfi

Poggio, salve! É verdade… depois que postei me lembrei das matérias a respeito, mas aí já era tarde.

Vader

F-15 SA, F-15 Strike, F-15 Slam, F-15 Silent…

É tanto F-15 que já nem sei direito qual é qual, muito menos as diferenças entre uns e outros.

A matéria deixa claro que o F-15 está com os dias contados, tanto quanto o F-16.

Foi um baita de um caça, mas seu tempo já passou. O presente é do Super Hornet. O futuro é do F-35.

Só compra F-15 hoje quem já o opera. Qualquer outro que o comprasse estaria num mato sem cachorro.

Gilberto Rezende

Porque o Brasil não é a Arábia Saudita e com boa dose de certeza o DoD americano NEGARIA a autorização da venda alegando que a aeronave não era necessária ao cenário estratégico do Brasil.

OU TALVEZ…

“Eventualmente, 10 anos a partir de agora, o F-35 será o principal fracasso comercial no mercado mundial pelo seu preço de aquisição ascendente e exorbitante custo de operação, é necessário um seguro plano B…”

Fernando "Nunão" De Martini

Gilberto,

Independentemente da questão sobre negativas que vc levantou, talvez seja interessante conjecturar: qual caça da Boeing seria um concorrente competitivo em preço com os outros 5 candidatos iniciais do F-X2?

O F-15 ou o F-18?

Será que interessaria à Boeing responder ao RFI com um caça com o preço e o custo de hora de voo do F-15?

ricardo_recife

O F-15 é baita caça. Com um número de vitórias impressionante no ar – ar. Ainda estou imaginando qual será o futuro do F – 15 SE, será que vai vender muito ou estamos vendo a produção final de um dos mais importantes aviões militares do Tio Sam?

F – !5 na FAB? Nunca, e nem o DoD precisa barrar, vai ter sempre alguém dizendo que não precisamos.

Abs,

Ricardo

Vader

Gilberto Rezende disse: 4 de abril de 2013 às 16:30 Prezado, não trolla: o F-15 é um caça sabidamente de superioridade aérea, e a FAB procura no FX2 um multirole. Além do mais o F-15 custa US$ 35.000 a hora-vôo, motivo pelo qual estaria completamente fora do orçamento da FAB. Sua hora-vôo consegue ser mais cara do que a da jaca Rafale. Quanto ao DoD negar a venda ao Brasil, isso não passa de pura especulação sua, motivada por sua conhecida ideologiazinha antiamericana de grêmio estudantil/Foro de São Paulo. Quanto ao futuro do F-35 no mercado mundial de aviação de… Read more »

Almeida

“E trata-se de uma encomenda respeitável”, diz Jaworowski.

Se com apenas 36 caças a França promete “ToT irrestrita” pra gente, imagine o que fariam se fossem 84 novos Rafale e modernização de outros 70 Mirage 2000? Prometeriam dupla cidadania francesa para todos os brasileiros hahahaha!!!

/ironia

Almeida

Gilberto, a Lockheed Martin tentou oefercer o F-35A e acabou ficando de fora da brincadeira.

Engraçado como esquerdopata insiste em tratar tudo como uma luta de classes ao invés de uma simples questão comercial…

Clésio Luiz

Vader, o F-15 sempre foi multirole. A USAF é que nunca se interessou em homologar o F-15A/C para transportar bombas. Israel por outro lado, país de recursos limitados que é, fez com que suas unidades fossem homologadas para transportar bombas e mísseis ar-terra. E o F-15E e seus derivados desde então sempre puderam desempenhar o papel de atacante/interceptador.

@aldoghisolfi

O F-15 nunca entrou em nossas listas porque é uma aeronave cara de operar. Simples assim.

aldoghisolfi

É isso aí, Clésio.

Clésio Luiz

Mudando de assunto, vira na foto acima os novos itens instalados na aeronave? Tem ao lado do cockpit e junto aos estabilizadores na cauda da aeronave. O que serão?

G-LOC

O F-15 sempre teve capacidade de disparar bombas e modos ar-terra no radar e HUD. No ataque a Osira em 1980, não usaram o F-15 por não tinha os tanques CFT. Depois adaptaram os F-15D para ataque com armas guiadas GBU-15.

Alexandre Galante

Sou mais o F-15SE do que o F-35…

Lyw

Que é isso Galante, o F-15SE é um “Frankenstein” uma aeronave para operadores de Eagles.

Fabio ASC

Eu fico especulando qual seria a real capacidade do radar AESA dos F15 mais modernos. Seria mais capaz do que o do F35? Espaço me parece que tem. Geração de energia, nem se fala….

Fernando "Nunão" De Martini

Fabio,

Nesse sentido, a comparação eu acho que precisa ser feita pensando no binômio avião + radar. Radares AESA de iguais capacidades seriam mais efetivos numa plataforma furtiva ou numa plataforma convencional melhorada? Numa plataforma furtiva com algumas limitações de desempenho ou numa plataforma convencional melhorada com desempenho considerado referência até hoje? Precisa pensar nessas variáveis do binômio, ao invés de apenas o radar, na minha opinião.

Vader

Galante é saudosista, rsrsrs…

Alexandre Galante

Vader, o F-15 é plenamente operacional e confiável, talvez o melhor caça já produzido, o F-35 vai ter que mostrar a que veio.

Ivan

Nunão, Tenho dúvidas com relação ao desempenho dos radares AESA disponíveis para os F-15, em relação ao (aparentemente mais moderno) disponível para os F-35. Observe que há um alinhamento entre fabricantes. Raytheon com Boeing: – AN/APG-63(V)2 & AN/APG-63(V)3, para F-15C Eagle e F-15SG; – APG-79, para F/A-18E/F Super Hornet e EA-18G Growler; – AN/APG-82(V)1, para F-15E Strike Eagle. Northrop Grumman com Lockheed Martin: – AN/APG-77, para F-22 Raptor; – AN/APG-80, para F-16E/F Desert Falcon; – AN/APG-81, para F-35 Lightning II. O AN/APG-63 e o AN/APG-82 (mix do 63 com 79) possuem antena AESA com 1.500 TRMs contra ‘apenas’ (rs rs… Read more »

Ivan

Uma adaptação interessante para o F-15 qualquerletra, mas principalmente para os Stike Eagle mais modernos, seria disponibilizar o uso dos Enclosed Weapons Pod – EWP, ítem do International Road Map dos Supoer Hornet. Uma combinação com Conformal Fuel Tank – CFT seria impressionante. EWPs são pods furtivos, que transportam internamente até 4 (quatro) mísseis AMRAAM AIM-120, ou um par de bombas de 500 libras, ou ainda uma de 2.000 libras. Teoricamente seria possível para um F-15SA decolar com um par de CFTs nas laterais, quase dobrando a capacidade de combustível, de 6 (seis) para 11 (onze) toneladas, bem como 3… Read more »