Celso Amorim anuncia para ‘muito breve’ a retomada dos voos do VLS

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VLS e torre

São José dos Campos (SP), 25/02/2013 – O Brasil retomará o projeto de lançamentos de satélites e microssatélites para “muito breve”. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, durante aula magna para 124 alunos aprovados no curso do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Segundo Amorim, “projetamos a retomada dos voos do VLS [Veículo lançador de Satélite], já que neste ano terá seu primeiro ensaio elétrico”.

“Na sequência teremos o lançamento do VLM [Veículo Lançador de Microssatélite]. Nesses e em outros programas que envolvem a cooperação junto a parceiros do mundo desenvolvido, o princípio do fortalecimento tecnológico da base industrial brasileira constitui uma referência permanente”, explicou o ministro sem querer determinar prazo para a retomada.

Amorim iniciou a palestra para os alunos explicando que por sua formação na área de humanas poderia cair em lugar comum com um discurso para estudantes que têm a base nas ciências exatas. Por isso, conforme explicou, convidou-os a uma reflexão sobre como a política de defesa brasileira “pode se preparar para os desafios futuros”.

“Assim, ainda que vocês não estejam particularmente interessados pela política mundial, saibam que a política mundial se interessará pelos progressos que vocês farão”, disse.

A partir daí, Celso Amorim foi expondo para os acadêmicos os movimentos de formação de blocos econômicos e políticos. O ministro lembrou da criação do Mercosul, em 1991, quando Brasil, Argentina, Chile e Uruguai se uniram para intensificar o comércio e interagir suas cadeias produtivas, passando a contar com a Venezuela, no ano passado, e a Bolívia que em breve deverá se integrar ao bloco.

O ministro destacou mais recentemente a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), que expandiu a integração para o campo político. Segundo Amorim, a decisão de criar a Unasul levou em consideração o fato de que o mundo é atualmente organizado ao redor de grandes blocos.

“A União Europeia, apesar de todas as dificuldades por que tem passado, é, evidentemente, um grande bloco; os Estados Unidos são um bloco em si; o mesmo ocorre com a China e, até certo ponto, com a Índia; outras regiões, embora em estágios distintos de integração, tratam de agrupar-se, como a União Africana e a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean)”, explicou.

Celso Amorim entremeou a palestra entre o improviso e o texto preparado para a aula magna. Durante pouco mais de 50 minutos, o ministro destacou a aproximação do Brasil com a África, bem como a integração das nações sul-americanas com o Caribe e a América Central.

No discurso, mencionou a participação das Forças Armadas nas missões de paz sob liderança da Organização das Nações Unidas (ONU), na mobilização dos governos do Brasil e da Turquia no embate sobre o programa nuclear do Irã e voltou a defender mudanças no Conselho de Segurança da ONU que permitam a inclusão de novos integrantes, como por exemplo, o Brasil.

Amorim também enfatizou a presença brasileira no extremo sul do atlântico, na Antártica, “onde a reestruturação da Estação Comandante Ferraz já está em curso”. E seguiu: “Atlântico Sul e África são dois espaços de natural presença brasileira”.

Na palestra, o ministro lembrou, ainda, de sua passagem pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, quando foi assessor internacional daquela pasta.

Novos cargos

Durante a aula magna, Celso Amorim informou que foi autorizada a contratação de 800 novos cargos no Centro Técnico Aeroespacial, fato que “dará novo ímpeto a esse setor absolutamente estratégico para a modernização de nossa defesa”. Lembrou que isso é fruto de parceria firmada com o Ministério da Educação.

“O ITA é uma referência nacional e internacional como instituição de excelência na área de ciência e tecnologia. Os trabalhos e pesquisas desenvolvidos nesse instituto foram e são motivo de orgulho para todos os brasileiros, e têm merecido crescente atenção no governo da presidenta Dilma Rousseff”, destacou.

Após a palestra, Amorim, na companhia do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, do reitor do ITA, Carlos Américo Pacheco, e de oficiais da Força Aérea, percorreu as dependências da instituição. No trajeto, o ministro conversou com um grupo de alunos que destacou a importância do instituto na formação profissional militar e civil.

FONTE: Assessoria de Comunicação Social (Ascom) do Ministério da Defesa

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Edgar

Do ponto de vista da história do Universo, sim, muito breve.

Talvez na próxima década cosmológica.

Giordani

Na boa, esse megalonanico só pode ser argentino! É piada em cima de piada!!!! Sim! O VLS vai voar. Mas só depois do Fantasia-X…

E saber que se enterram bilhões de reais com porcaria de estádio de futebol…

Vader

“O ministro lembrou da criação do Mercosul, em 1991, quando Brasil, Argentina, Chile e Uruguai se uniram para intensificar o comércio e interagir suas cadeias produtivas, passando a contar com a Venezuela, no ano passado, e a Bolívia que em breve deverá se integrar ao bloco.” O nosso megalonanico, seguindo a orientação de seu tutor intelectual Marco Aurélio Garcia se olvidou do Paraguai e, no lugar, colocou o Chile, que não é fundador do bloco, e ainda acrescentou a Venefavela e futuramente a Bolívia. O Paraguai é membro-fundador do Mercosul, tanto que o tratado de sua fundação se chama Tratado… Read more »

Baschera

Vão explodi-lo de novo….

Não interessa a ninguém esta velharia….. até a Coréia do Norte tem vetor melhor, sem falar em Ìndia, Irã, Paquistão….

E VLS é disfarce para MBI – Míssil Balístico Intercontinental…. o que até a minha sogra já sabe !!

Sds.

birut@

Que seja MBI, tomara, porém não acredito em papai noel.
Isso é válvula de escape de dinheiro do governo.
Pois se quisessem mesmo, investiria o necessário e assim já o teria feito.

Giordani

Se o governo investisse Um décimo do que se gasta com porcaria de estádio de futebol, o Programa Espacial estaria funcionando.

edurval

Senhores,

O que me deixa mais chateado e lembrar que a Corea do Norte com todo o embargo do mundo já consegue lançar foguetes com capacidade para satélites/ogivas.

Enquanto isso nós mal conseguimos finalizar uma plataforma de lançamento.

Marcos

Como assim “retomada”?

Nunca lançaram nada! Quando muito efetuaram alguns lançamentos
de baixa altitude.

Guilherme Poggio

“muito breve”

Mas não foi essa a frase que o ministro utilizou da última vez em que foi perguntado sobre quando seria definido o F-X2?

Almeida

Eu ia esculachar o sujeito, mas o pessoal aqui do blog já o fez de maneira impecável! Obrigado!

Groo

Os EUA estão certos quanto ao uso militar do VLS: o melhor IED já fabricado.

cristiano.gr

Eu tenho vergonha do programa espacial brasileiro. Aliás, tenho vergonha maior, ainda, de como é tratada a exploração espacial no Brasil. Mas também tenho vegonha do FX-2, por enquanto só vergonha.

cristiano.gr

Há 44 anos os americanos chegavam a Lua. A Lua!
E o Brasil – gostaria de dizer “os políticos brasileiros”, mas o fato é que a culpa é de todos brasileiros – em pleno 2013, século XXI, país do inventor do avião, até hoje não consegue fazer um foguetinho chegar ao espaço com um satélite.

E dê-le corrupção, novela das 9, futebol e carnaval.

Optimus

No ponto, Edurval!

Mesmo com todo “embargu duzamericanu imperialista”, até os mortos de fome da CN conseguem… Ou os Norte-coreanos são muuuuito melhores que a gente… Ou nós que somos muito incompetentes e tem que tá arrumando “desculpa esfarrapada”…