A China comprou da Rússia a linha de produção do bombardeiro Tu-22MB por US$1,5 bilhão, incluindo transferência de tecnologia para toda a cadeia produtiva.

A China já importou seis bombardeiros deste modelo que possuem capacidade de carga maior e elevado alcance em relação aos antigos H-6, fabricados localmente. O Tupolev Tu-22MB “Backfire” é um bombardeiro supersônico com asas de geometria variável, para emprego estratégico ou interdição marítima de longo alcance.

Segundo o especialista militar Ma Dingsheng, o Tu-22MB de geometria variável permite ataques marítimos furtivos. Suas asas podem ser posicionadas de forma que a aeronave voe em altitudes extremamente baixas sem ser detectado pelo radar inimigo. Quando ele se aproxima do alvo, suas asas são novamente reposicionadas para permitir que o avião ganhe altitude rapidamente e realize o ataque.

No entanto, disse Ma, mesmo com a produção dos aviões na China ainda será necessário importar algumas peças que não podem ser fabricada localmente como os motores. Acredita-se que o contrato contemple o fornecimento de peças para a produção de 36 aeronaves. A China precisa desenvolver capacidade para produzir localmente diversos itens, incluindo os motores. De outra maneira se a Rússia se recusar a fornecer tais itens, a China não será capaz de produzir mais aeronaves e terá dificuldades em manter os aparelhos construídos.

FONTE: China Times, via Snafu (tradução e adaptação, Poder Aéreo)

COLABOROU: Alfredo Araujo

NOTA DO EDITOR: O Tu-22M é um bombardeiro que foi introduzido na Força Aérea Russa quarenta anos atrás e está longe de ser uma aeronave moderna. Até mesmo o seu substituto parcial, o Tu-160 Blackjack, já não é mais a “última palavra” em bombardeiro estratégico e a Tupolev trabalha no futurístico projeto PAK DA.

Por este motivo, a aquisição da linha de produção pela China conforme informado pelo ‘China Times’ merece outras interpretações. Uma delas seria a aquisição e o conhecimento da tecnologia das asas de geometria variável, um campo de estudos aeronáuticos que a China possui pouco ou nenhum conhecimento. De qualquer forma, a presença de algumas dezenas de Tu-22M ao longo da costa da China representará mais um obstáculo para as forças navais nucleadas em porta-aviões que eventualmente se aventurem na região.

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thomas_dw

informe nao confirmado por nenhum dos sites internacionais – pelo menos por enquanto.

jacubao

Eles estão certíssimos. O poderio bélico é a garantia que todo país tem de defender seus interesses pelo mundo. Aqui no Brasil, os políticos só querem garantir seus mandatos e 1,5 trilhão de reais de impostos para garantirem.
os “própios bolsos”.

Hamadjr

Neste caso toda a linha de montagem ( estrutura ) seria transferida para China ou só os processos de fabricação.
PQP esses Chinas são audaciosos pacas.

Giordani

Isso sim é uma verdadeira ToT! Atrasada em 40 anos, mas é sim uma “transferencia di tequinuligia”…

Se isso se confirmar, só vai provar uma coisa: O “B-dlois” deles está muito, mas muito longe de se tornar realidade!

HRotor

E quem se lembra que o Backfire já foi a maior ameaça ao mundo livre nos tempos da Guerra Fria…

Renato Oliveira

Isso é complicado. Ok, o Backfire é ultrapassado, mas fora a OTAN, a Europa e mais alguns poucos países, ccontinua sendo altamente letal. Sua capacidade em termos de alcance x carga é enorme. Ele é capaz de voos rasantes supersônicos, o que, com armas modernas de longo alcance, como os novos mísseis e bombas guiadas que a China está desenvolvendo, tornam-no em um vetor temível. Além disso, a China mostrou que aprende muito rápido. Até poucos anos atrás, eles operavam caças derivados do MiG-19, que são muito mais antigos que o Backfire. Hoje já estão com protótipos de caças 5-gen… Read more »

Daglian

Não é só ToT o objetivo dos chineses… Eles estão desenvolvendo seu míssil anti-carrier. Agora, acredito eu, encontraram um vetor muito bom para utilizá-lo em distâncias maiores, ou seja, não somente a partir da costa chinesa.

Eles estão procurando a todo custo maneiras de combater os carriers da USN e suas escoltas.

Clésio Luiz

Esta aeronave possui os mais potentes motores já instalados numa aeronave supersônica. São 25.000 kgf de empuxo em cada turbina.

Marcos

O Brasil deveria seguir o mesmo caminho: comprar a linha de produção dos F-5.

He, he, he

Alfredo Araujo

Tem um detalhe q os amigos não observaram…

O Tu22M foi rebaixado como ameaça pq os EUA conseguiram, por meio de tratados de redução de armas estratégicas, que os soviéticos retirassem a sonda de reabastecimento de seus bombardeiros. Com isso o tempo de voo supersônico reduzia drasticamente o alcance operacional, que nunca foi um ponto forte desse avião…

Vcs acham q os chineses abrirão mão desse recurso ?

Com REVO eles vão a Taiwan e voltam a March 2 !! rsrs
Tirando o exagero, seria uma grande ameaça para qualquer FAA ao redor do território chinês…

Giordani

Para ir à Formosa não precisa de capacidade REVO, ou melhor, basta uma boa catapulta medieval…um bom arco-e-flecha…estilingue…

Optimus

Os chineses devem ter gostado de “A soma de todos os medos” 😉

http://www.youtube.com/watch?v=nhj8ITvp-pw

Vader

Se os russos estão vendendo a linha inteira, podem ter certeza de que o trem está beeeeeeem obsoleto.

O que em si não quer dizer nada. Os chineses tem capacidade para pegar um bom projeto, ainda que velho, e repasteurizá-lo em algo que valha a pena do ponto de vista militar.

Fazem o certo, os gafanhotos.

Mas gente, pelo amor de Deus, sem suposições tôscas tá? Dizer que é só meter uma sonda nisso aí que ele põe a pique um Classe Nimitz é uma completa tolice.

Mauricio R.

Em tempos soviéticos, esta aeronave tb era usada p/ esclarecimento marítimo.
Assim sua grande capacidade de carga e seu longo alcance, passível de ampliação pela adição de REVO, podem indicar que o mítico “míssil balístico matador de porta aviões”, careça de uma alça de mira decente.
E a lata velha aí em cima, seria portanto uma maneira barata de remediar o problema, até a adequada maturação das tecnologias necessárias p/ a introdução de sistemas mais sofisticados (satélites e/ou UAS).

Mauricio R.

Ah, já ia me esquecendo…
Em uma das poucas oportunidades em que um sistema SAM russo (Buk???), funcionou a contento no mundo real, uma dessas coisas foi a vítima.
Foi na Guerra da Geórgia.

joseboscojr

Na cena do “A Soma de Todos os Medos” é mostrado o porta-aviões tentando se defender usando o CIWS. Vale salientar que o CIWS nunca foi pensado para ser usado nessa função.
A defesa contra os Backfires ficaria por conta dos E-2/F-14/Phoenix e a defesa contra seus mísseis (AS-4) ficaria por conta dos Standards dos escoltas Aegis.
Claro que como último recurso os CIWS seriam usados contra os mísseis que passassem, mas de forma completamente irrelevante.
Hoje os porta-aviões americanos contam com capacidade defensiva autônoma efetiva na forma do ESSM, do RAM e das novas versões do Phalanx.

Almeida

Bosco, se não me engano, no filme rola uma emboscada armada por um oficial russo corrupto. O porta aviões gringo é pego de surpresa, a noite, sem aeronaves de alerta e PAC voando. Nesse caso, era Sea Sparrow e Phalanx mesmo!

Mas é bem legal esse ataque, pois mostra a antiga doutrina de ataque soviética para estes casos: ataque de saturação com um monte de mísseis antinavio supersônicos lançados de diversas plataformas, neste caso bombardeiros também supersônicos voando a baixa altura para diminuir a distância e o tempo de reação da AAA inimiga.

Almeida

Mauricio R., como assim das “poucas oportunidades em que um sistema SAM russo funcionou a contento no mundo real”? Tá maluco? Desde a década de 60 que sistemas SAM russos derrubam de tudo no ar, de U2 a F-117A! Pergunte aos israelenses sobre a Guerra dos Seis Dias e do Yom Kippur…

Mauricio R.

Almeida, As perdas de aeronaves israelenses na Guerra dos Seis Dias foram infímas, talvez na Guerra de Atrito, tenham se elevado um pouco. Qnto a Guerra do Yom Kippur, observe que entre as aeronaves abatidas, número expressivo eram fraticídio. Usou-se mto míssil, p/ pouco resultado. Qnto ao passeio do Vale do Bekaa, nem preciso comentar. Os americanos no Vietnam eram amarrados pelas severas regras de engajamento, impostas pela Casa Branca, qndo estas eram suprimidas, novamente usava-se mto míssil p/ pouco resultado. O 4º dia da Operação Linebacker II, foi absolutamente negro p/ os americanos, alterações como maior liberdade p/ manobras… Read more »

Almeida

Ínfimas? 26 aeronaves na Guerra dos Seis Dias, mais 6 na Guerra de Atrito e absurdas 99 aeronaves no Yom Kippur. Em sua grande maioria por mísseis russos. E como eu disse, mísseis russos já abateram de U2 a F-117A. Se tem algum país no Mundo que teve diversas oportunidades de provar seus sistemas SAM em combate no mundo real, este país se chama Rússia. Mas se você acha pouco, não vou discutir com maluco…

HRotor

Poggio e Optimus
No livro Tempestade Vermelha do Tom Clancy, os russos empregaram os Backfire e Badger em um ataque que afundou o porta-aviões francês Foch e mandou o Nimitz e o Saratoga para as docas por semanas. Usaram mísseis Kelt como iscas para atrair os F14 e Kingfish para atingir a força-tarefa da OTAN.
Era a Terceira Guerra Mundial, descrita com maestria e verossimilhança pelo grande Tom Clancy!

Ivan

Olhem o mapa (sempre): Coréia, Japão, Taiwan, parte das Filipinas, Laos, Vietnam, Laos, Myamar, partes críticas da Índia, parte norte do Paquistão, Quirguistão, Cazaquistão, toda a Mongólia e a fronteira sudeste da Rússia. Tudo isso dentro do alcance do Backfire. Mesmo com um RCS semelhante à um prédio caixão, o Backfire é capaz de voar à velocidade supersônica, o que poderia permitir escapar de caças mais antigos, além de ter uma carga de armas de até 24 (vinte e quatro) toneladas. Não é apenas contra a 5ª Frota da US Navy que este avião lutaria. Outro ponto que deve ser… Read more »

thomas_dw

esta noticia aparentemente e’ um rumor – desinformação publicada no mesmo momento em que a Russia assinou contratos de venda de armas com a India.

Giordani

MauricioR,
A IDF/AF e os EUA tomaram um belo dum susto no Yom Kippur! Os israelenses tomaram uma verdadeira surra de início, mas sabe como é né, deram uma de Rocky Balboa e viraram o jogo…
Na Guerra de Atrito houveram casos simplesmente fantásticos! Um A-4 foi abatido no alcance máximo do SAM!!!! Verdadeiro gol!!!!
Não adianta. Sistema soviético/russo SAM derruba qualquer coisa do céu! De bem-te-vi à disco voador!

joseboscojr

Os mísseis ar-sup estratégicos nucleares da Guerra Fria caíram como uma luva para a função anti grupo-tarefa. Enquanto os equivalentes ocidentais (Hound Dog (US) e Blue Steel (UK)) não foram convertidos por motivos óbvios, os mísseis ar-sup soviéticos (AS-1, 2, 3, 4, 5 e 6) tinham o alcance certo, a velocidade certa e, graças ao peso das primeiras armas nucleares, a carga útil certa para serem usadas contra uma força naval nucleada nos porta-aviões gigantes americanos. Havia pra todo gosto, com motores a foguete líquido e turbojatos, subsônicos e supersônicos, invariavelmente pesando mais de 4 toneladas, com centenas de quilômetros… Read more »