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Empresa brasileira tentava vender jatos à americana Delta Air Lines no valor de US$ 3,29 bilhões – Bombardier deverá ajudar Delta a retirar de sua frota 60 jatos CRJ200, de 50 passageiros

A companhia aérea norte-americana Delta Air Lines anunciou ontem que fechou a compra de até 70 jatos regionais da canadense Bombardier, num revés para a fabricante brasileira de aviões Embraer que disputava o contrato. A notícia fez os papéis da brasileira caírem 3,32% ontem, aR$ 13,10.

A Delta fez pedido firme por 40 novos aviões CRJ900, de 76 passageiros, com opção de compra de outros 30. As aeronaves serão usadas para renovação da frota para voos regionais da companhia aérea. O acordo prevê ainda que a Bombardier ajude a Delta a retirar de sua frota 60 jatos CRJ200, de 50 passageiros, em uso hoje. A preços de tabela, a encomenda da Delta à Bombardier pode chegar a US$ 3,29 bilhões. “As características econômicas e as instalações para os passageiros do CRJ900 da Bombardier fizeram do avião a escolha certa para adicionar à nossa frota da Delta Connection”, afirmou o presidente da Delta, Ed Bastian, referindo-se à unidade de transporte aéreo regional da empresa. “Combinada com a remoção dos aviões de 50 assentos, essa oportunidade fortalece nosso programa de reestruturação da frota ao retirar aviões menores menos eficientes”, disse.

A Embraer disputava o contrato da Delta e confiava em conquistar a encomenda para ajudar a garantir os níveis de produção de aviões comerciais em 2013 no mesmo nível deste ano. No fim de outubro, o presidente-executivo da Embraer, Frederico Curado, disse que a fabricante precisava fechar novas vendas de jatos comerciais em até seis meses para garantir a cadência de produção estável no ano que vem. Ele disse, na ocasião, que a chance mais próxima era a possível encomenda da Delta.

A Embraer terminou setembro com carteira de pedidos (backlog) na aviação comercial de cerca de US$ 6,2 bilhões, com 178 jatos civis a serem entregues a clientes — o equivalente a 1,5 ano de produção. Além da venda para a Delta, a canadense Bombardier também anunciou ontem a venda de sete jatos regionais CRJ700 NextGen para um cliente na China cujo nome não foi revelado, em um negócio de cerca de US$ 330 milhões que inclui a prestação de serviços.

FONTE: Brasil Econômico, via Notimp (ampliamos o subtítulo na edição)

IMAGEM: Bombardier

NOTA DO EDITOR: nota publicada no site da Bombardier especifica que os 40 jatos da encomenda firme estão avaliados em aproximadamente 1,85 bilhões de dólares, podendo a venda total chegar a 3,29 bilhões caso as 30 opções sejam exercidas. A Delta Connection, que realiza os voos regionais da companhia aérea norte-americana, tem atualmente uma frota de 466 jatos CRJ da Bombardier, o que a coloca como a maior usuária do tipo no mundo, segundo a nota à imprensa. No total, são 286 CRJ200, 79 CRJ700 e 101 CRJ900, sendo que destes últimos incluem-se  57 voados pela Pinnacle Airlines, 16 pela ExpressJet Airlines e 28 pela SkyWest Airlines. Dado o tamanho dessa frota, pode-se dizer que a Bombardier estava em posição destacada na disputa.

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Marcos

Entrou no negócio os CRJ200, os quais a Bombardier terá de dar algum destino. No frigir dos ovos, talvez, apenas talvez, a Embraer ainda tenha se dado bem.

Guilherme Poggio

Para mim, quem se deu bem foi a Delta.

Comprou 40 aviões novos e vai se desfazer de 60 aviões velhos.

Optimus

Sei não… Ainda acho que a Embraer erra em não “ousar” e entrar na briga com as duas grandes na categoria Neo e Max… :-/

Mauricio R.

Nesse tipo de concorrência, é regra o ganhador ter que dar destino as aeronaves usadas, que serão substituídas.

Soyuz

“Frederico Curado, disse que a fabricante precisava fechar novas vendas de jatos comerciais em até seis meses para garantir a cadência de produção estável no ano que vem. Ele disse, na ocasião, que a chance mais próxima era a possível encomenda da Delta” O que o Curado esta querendo dizer é o seguinte: Sindicatos, estou avisando com alguma antecedência que haverá corte de pessoal em 2013 ou 2014. Esta concorrência da Delta a Bombardier tinha vantagem. A Embraer mais ganha do que perde, não se pode ganhar todas. A questão é que os ERJ-170-195 já tiveram seus picos de produção… Read more »

Gilberto Rezende

O modelo da Embraer funcionou muito bem quando o mercado da aviação civil estava em alta. AGORA ela se refugia no ainda lucrativo mercado de aviação executiva e prepara-se para transformar-se num conglomerado de Defesa pendurado no pescoço do governo, do ministério da Defesa e da END. Seja por satélite, sisfron, FX-2 e o que mais vier aí em frente da EDS Embraer Defesa e Segurança vier a desenvolver para as FFAAs brasileiras. Na aviação civil, cada vez mais a Embraer perde espaço pelos dois anos de indefinição a espera dos movimentos da Boeing e da Airbus. A queda na… Read more »

Mauricio R.

OFF TOPIC… …mas nem tanto!!! A Avibrás faz escola, eis a mais nova candidata, a se encostar no Governo Federal: “A inatividade da Embraer e o atraso já oceânico em apresentar o sucessor da Família EMB170/190, deve ser considerado um caso próximo da Marcha da Insensatez da atual administração. Frederico Curado, do alto da sua inócua gestão, tem permitido rodadas e rodadas de incertezas e indecisões administrativas. Assim a carteira de pedidos encurta perigosamente. Permitir que a empresa tenha sido politizada com a entrada de membros como Arno Augustin no conselho de Administração deve sinalizar que AA empresa buscará a… Read more »

Guilherme Poggio

Caro Maurício R.

Acredito que você tenha pulado alguns posts do PA. O contrato com a Mectron foi divulgado no dia 7 e está no link abaixo

http://www.aereo.jor.br/2012/12/07/link-br2-fab-tera-sistema-nacional-de-datalink-para-comunicacao-entre-aeronaves/