Montagem do primeiro exemplar de testes de voo de aeronave ‘CSeries’ está em andamento, segundo a empresa – reportagem da Reuters destaca que jato é rival da Boeing e Airbus

Na segunda-feira, 15 de outubro, a Bombardier Aerospace anunciou que chegaram às suas instalações em Mirabel (Québec, Canadá) as partes da fuselagem para montar o primeiro exemplar de testes de voo (FTV1 – first flight test vehicle) de uma aeronave CSeries. As partes incluem todas as seções da fuselagem, além do cockpit (cabine de pilotagem), e a montagem das mesmas já está em andamento.

Além disso, as primeiras asas para novos aviões da CSeries estão sendo unidas à fuselagem que será usada durante os testes estáticos da célula completa (Complete Airframe Static Test – CAST). Também foi informado, pela empresa, que os testes de sistemas aviônicos, elétricos, de controle de voo, fly-by-wire, hidráulicos, de trens de pouso e de cabeamento, destinados aos CSeries, estão progredindo no “Aircraft 0” em Mirabel. No caso, trata-se do “Rig” do sistema integrado de testes de sistemas e certificação, no solo, do CSeries (Integrated Systems Test and Certification Rig – ISTCR), que também realiza os testes virtuais.

As asas dos novos aviões, segundo a Bombardier, são fabricadas nas novas instalações da empresa em Belfast, na Irlanda do Norte, que também projeta, fabrica e integra as asas em material composto para os jatos CS100 e CS300 jets. O uso de compósitos em estruturas tão grandes como asas permite economizar peso, mas também traz, como benefícios adicionais a clientes, a diminuição dos custos de manutenção devido à menor quantidade de inspeções.

Reportagem da Reuters, de 16 de outubro, destaca que aeronave de 100 a 149 assentos compete com jatos da Boeing e Airbus

A fuselagem e outras partes do primeiro avião CSeries, que vai incluir componentes produzidos no Reino Unido, China e em outras partes do mundo, estão sendo reunidas na fábrica da Bombardier em Mirabel, Québec, informou a companhia canadense.  “Estamos mirando um primeiro voo neste ano”, disse Marc Duchesne, porta-voz da Bombardier. “O mercado espera que comecemos a voar tão cedo quanto isso.”

A aeronave, para entre 100 e 149 passageiros, vai desafiar os modelos mais vendidos da Boeing e da Airbus, os jatos de corredor único das famílias 737 e A320. O avião vai usar tecnologia de compósito de carbono nas asas.

Boeing e Airbus travam uma disputa global por participação de mercado e, em um sinal de intensa competição, reduziram os preços para impulsionar encomendas de versões remodeladas e mais eficientes de seus aviões mais vendidos. Ambas as empresas estimam que a demanda global por jatos vai exceder 4 trilhões de dólares nos próximos 20 anos.

A Bombardier lançou o programa CSeries em 2008 e espera entregar o primeiro avião a um cliente não revelado no final do próximo ano. A Swiss International Air Lines, unidade da Lufthansa, foi a primeira companhia aérea a encomendar o modelo, disse a Bombardier.

A companhia canadense informou que recebeu 352 encomendas, incluindo 138 pedidos firmes, para o CSeries, que promete economia de 20 por cento no consumo de combustível em comparação com atuais modelos de aeronaves rivais.

O jato será equipado com motores Pratt & Whitney, unidade da United Technologies. Os preços de tabela do CSeries são de 58 milhões de dólares para o CS100 e 66 milhões de dólares para a versão CS300.

FONTES: Bombardier (também fotos e ilustrações) e Reuters

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Marcos

A primeira coisa que me lembrei quando vi as imagens foi do Farchild Dornier 728, o avião regional que ERA concorrente da Embraer.
Vamos ver no que dará!

Mauricio R.

O C Series já está interessando alguns operadores, mto próximo das capacidades dos B-737 e A-320,mas acima das do ERJ-195.

Marcos

Lembrando que o Governo do Canadá está financiando o desenvolvimento do avião.

Mauricio R.

O financiamento do desenvolvimento destas aeronaves, é regulamentado tanto pela WTO como pela OCDE.

Marcos

É regulamentado tanto pela WTO como pela OCDE, mas está sendo financiado pelo Governo do Canadá!!!!

Leonardo Crestani

Sera que a Embraer não esta perdendo o bonde da vez, em 20 anos um mercado aproximado de 4 trilhoes de dolares não é de se jogar fora. Não sei posso estar falando besteiras, mais acredito que se a Embraer tivesse um avião com as caratcteristicas do A320 e 737, acredito que umas 25 unidades ano a Embraer colocaria no mercado brincando, pois se a Bombardier tem até o momento 138 pedidos firmes, imaginem a Embraer!

Marcos

Leonardo Crestan

A Embraer fez estudos e descartou a possibilidade. Acha extremamente arriscado entrar em uma concorrência direta com os dois gigantes.

É bom lembrar dos casos Tristar e DC-10/MD-11, no qual ambas as empresas, durante toda produção das aeronaves, trabalharam com lucro zero ou muitas vezes com prejuízos. Isso segundo os próprios fabricantes.

Leonardo Crestani

Marcos

Sim li sobre o assunto onde a Embraer fez os estudos e descartou a ideia, preferiu ser cabeça de rato do que cola de leão.

Mais os numeros (U$ 4 trilhoes) são impressionantes

Nick

O problema é que a Embraer dormiu no ponto. Não pelo fato de não querer entrar na briga com os 737 e A320, mas ao não ter já disponíveis versões avançadas dos seus E-Jets. Na realidade ela deveria fazer como a Boeing, que praticamente lança uma versão nova do 737 a cada ano.

[]’s

Mauricio R.

É disso que eu estou falando. “…told Flight International that the Pratt & Whitney PW1000G-powered CS300 has a 20% lower cost per seat over the current-generation CFM International CFM56-powered A319 and an 18% cost-per-trip advantage over the larger A320neo for the same cost per seat.” “Industry sources say that the 160-seat version is a genuine threat in a head-to-head competition against a high-density A319neo and 737 Max 7. As well as having a weight advantage over its heavier mainline rivals, the 160-seat CS300 also offers additional passenger capacity over both. In a high-density arrangement the A319neo will seat a maximum… Read more »