Iraque confirma compra de helicópteros de ataque Mi-28NE, entre outros equipamentos militares russos

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Departamento de Estado dos EUA não vê problema nos contratos de 4,2 bilhões de dólares assinados com a Rússia, em relação a cooperação militar dos Estados Unidos com o Iraque, segundo jornal RIA Novosti

Em visita a Moscou, o Primeiro Ministro Nuri al-Maliki do Iraque encontrou-se com sua contraparte russa, Dmitry Medvedev. Na ocasião, foi confirmada a assinatura de diversos contratos militares da Rússia com o Iraque, que somam 4,2 bilhões de dólares. Um deles refere-se ao fornecimento de 30 helicópteros de ataque Mi-28NE Havoc, com capacidade diurna e noturna. A notícia foi dada pelo jornal RIA Novosti em 9 de outubro.

Também serão fornecidos 50 sistemas mistos de canhões e mísseis para defesa antiaérea Pantsir-S1. Os acordos foram assinados em abril, julho e agosto pelo ministro da Defesa do Iraque, conforme documentos divulgados na visita do Primeiro ministro al-Maliki à Rússia. Trata-se do maior acordo de venda de armas da Rússia desde 2006.

Recentemente, a Rússia perdeu um contrato para vender o Mi-28EN à Índia, que foi ganho pelo AH-64 Apache da norte-americana Beoing. O Iraque, por sua vez, assinou anteriormente um acordo com os EUA para a compra de caças Lockheed Martin F-16 (nota do editor: a Ria Novosti afirma que os caças F-16 seriam de segunda-mão, porém as diversas notícias já publicadas a respeito dizem se tratar de caças novos)

Departamento de Estado dos EUA diz, em contrapartida, que relação de apoio militar com o Iraque é profunda, com 12,3 bilhões de dólares de vendas militaresm em andamento

Já nesta quarta-feira, 10 de outubro, a RIANovosti noticiou que, segundo a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Victoria Nuland, não é visto nenhum problema para a cooperação militar dos Estados Unidos e Iraque em relação aos acordos de vendas de armas que este último assinou com a Rússia.

Segundo Nuland, “o Iraque já iniciou, no total, aproximadamente 467 tipos de compras via vendas militares ao exterior (FMS) com os Estados Unidos. Se todos forem concretizados, somarão mais de 12,3 bilhões de dólares, então obviamente nossa própria relação de apoio militar com o Iraque é abrangente e bastante profunda.”

FONTE/FOTOS: Ria Novosti (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

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Clésio Luiz

Interessante. Até agora o Iraque só vinha comprando armamento dos EUA. Vamos ver se eles seguem comprando equipamentos de outras nações.

HRotor

Salvo analise mais aprofundada, o Mi28 seria mais adequado para a FAB que o Mi35, pelo seu porte, manobrabilidade e visao para os pilotos.
Ja o 35, com sua visao limitada para o piloto e compartimento para transportar pequenas tropas, parece mais adequado ao Exercito.
Porem, parece que em primeiro lugar vem a conveniência do negocio, depois da operação.

glaison

É sempre interessante isso. Se domina um território militarmente, para em seguida o que importa, dominar comercialmente. Próximo mercado a ser conquistado: Irã.

uitinaxavier

Já sabia dessa noticia, o Iraque precisa urgentemente dessas aeronaves para combater insurgentes no país, e já li que o Iraque pode vir adquirir inclusive Migs-29 modernizados pois seu espaço aéreo e constantemente invadido tanto pelo Irã como pela Síria e Turquia, segundo algumas fontes esses Mig viriam antes dos F-16 e não para por aí estão em negociação Blindados, Caminhões, Radares e outras armas isso se reflete principalmente pelas experiencias Iraquianas com equipamentos Soviéticos e Russos.

Pelo menos assim o Iraque não vai ficar preso somente ao Tio Sam.

Vader

Legal, logo logo os Havoc estarão sendo estudados pela Boeing.

Inteligente manobra dos EUA.

joseboscojr

A Rússia segue um pouco na contramão em relação ao ocidente no que diz respeito à sua doutrina / equipamento antiaéreo. No ocidente é visível a preferência atual pela utilização de mísseis Manpads para cobrir a muito baixa e baixa altitude (V/SHORAD) montados em veículos leves (blindado ou utilitário), capazes de disparar em movimento ou no máximo, com uma breve parada (sem necessidade de preparação prévia), tripulados, operandos de forma passiva, em geral dotados de uma metralhadora auxiliar e não raro dependentes de um radar de vigilância remoto, em geral situado bem na retaguarda. Já o nível médio (HIMAD) fica… Read more »

uitinaxavier

Vader disse: 10 de outubro de 2012 às 15:26 Vader só o futuro dirá mas duvido já que muitos comentaristas dizem que a tecnologia russa e 10, 20 anos ultrapassada então pra que, estudar tal tecnologia realmente vou ficar impressionado se a Boeig for fazer engenharia reversa. Rssrsrsrs E além do mais as empresas russas estão lucrando muito com as guerras americanas no oriente, tanto no Iraque quanto Afeganistão, tanto militar e industrialmente falando, os russos conseguiram abocanhar uma boa fatia desse bolo, principalmente pelo preço atrativo, baixa manutenção, se até os próprios americanos decidiram comprar Mi-17, Mi-35 para os… Read more »

Vader

uitinaxavier disse: 10 de outubro de 2012 às 18:45 Errr amigo, quem falou em engenharia reversa? É só o que faltava a Boeing com o Longbow ter que copiar heli russo, rsrsrs… A questão é estudar os pontos fracos e fortes, as melhores doutrinas para se combater, etc. Afinal, conhecer o “inimigo” é uma das coisas que mantém os EUA na liderança absoluta no que tange ao poder militar. Os equipamentos russos tem três vantagens: são baratos, são entregues rapidamente e, como não tem eletrônica avançada, são mais fáceis de operar. Perfeitos para um país que teve suas FFAAs arrasadas… Read more »

Mauricio R.

“…a Ria Novosti afirma que os caças F-16 seriam de segunda-mão, porém…”

Tal como os russos já fizeram antes, na Argélia???

Nem somente de americanos e russos, o Iraque está comprando:

(http://www.defenseindustrydaily.com/Ukraine-Iraq-in-25-Bn-Weapons-Deal-06016/)

E mesmo dos americanos, não são somente jatos F-16:

(http://www.defenseindustrydaily.com/M1-Abrams-Tanks-for-Iraq-05013/)

joseboscojr

Minha observação sobre os sistemas antiaéreos russos é somente uma observação mesmo e não uma crítica. Eu até acho mais sensato haver um ou dois sistemas de mísseis intermediários entre os portáteis Manpads e os grandes sistemas HIMADS. Por exemplo, os americanos, relaxados que são com sua defesa antiaérea, passam do Avenger (Stinger + M3) para o Patriot direto, já que cancelaram a compra do SLAMRAAM. Com isso o único sistema móvel é baseado no míssil Stinger (manpads) e na metralhadora .50, que para acompanhar colunas blindadas ou um grande deslocamento de suas forças em terra é claramente inadequado. Mas… Read more »

Ivan

Bosco, Os russos e seus discípulos (neste assunto) os chineses tem um conceito de como obter superioridade aérea completamente diferente dos anglo-americanos. Acredito que envolve a experiência dos mesmos na Segunda Grande Guerra e, principalmente, as diferenças geográficas e geopolíticas, no sentido de contrapor potência terrestre (onde o exército é mais importante para segurança) contra potência marítima (onde a marinha garante as vias comerciais). Assim sendo, vejo as modernas IADS (Integrated Air Defense System) russas e chinesas planejadas para operar como a defesa aérea da US Navy, com armas de diversos alcances (mísseis e poucos canhões) operando em profundidade combinados… Read more »

joseboscojr

Ivan, As forças de terra dos EUA (exército e Marines) sempre deixaram a desejar no tocante à defesa antiaérea tendo em vista confiarem na superioridade aérea imposta pela USAF, USN e USMC, e isso desde a SGM. Hoje, é visível a preocupação do US Army na defesa contra mísseis balísticos e na tarefa C-RAM, apenas. O Avenger não passa de um suporte psicológico e mesmo na função de defender as forças de terra do ataque de helicópteros, que de acordo com os estrategistas americanos seria o uso mais provável, deixa a desejar. Com o cancelamento do SLAMRAAM, pelo jeito o… Read more »

joseboscojr

Um fato que pode explicar essa tendência é que houve uma melhora significativa dos mísseis MANPADS (faixa de peso de 10 a 20 kg) que passaram a ter performance muito parecida (ou até superior) ao dos mísseis compactos guiados por CLOS, com faixa de peso de 45 a 90 kg. Na verdade isso já ocorre, com os atuais Stinger, Starstreak, RPB-70, Mistral, etc, tendo performance igual ou mesmo superior a das primeiras versões dos Rolands, Crotales e Rapiers (com exceção da capacidade todo-tempo, provida pelo modo CLOS/radar). Os alemães desenvolveram o LFK-NG, um míssil pesando menos de 30 kg, e… Read more »

joseboscojr

Correção 16:24:

FOQUE = FOCO