Este ano, a aviação brasileira completa 100 anos de um importante marco de sua história: o Campo dos Afonsos, em Sulacap, fará, em dezembro, um século de atividades. Para celebrar a data, o Museu Aeroespacial (Musal) abrirá suas portas, no dia 1º de maio, para a visitação pública gratuita e apresentações de aeromodelismo (aviões controlados por controle remoto). Além disso, de 17 a 19 de julho, sediará o I Seminário Nacional de História da Aviação Brasileira, cujo tema será “Campo dos Afonsos: Um Século de História da Aviação Brasileira”.

O seminário é uma viagem no tempo pela aeronáutica brasileira e um tributo ao pioneirismo de Santos Dumont (1873-1932). O Musal é um rico acervo de preservação do material aeronáutico para todas as gerações. Fundado em 1976, é composto por um prédio de dois andares e cinco hangares que abrigam mais de 80 aeronaves.

– O nosso maior público de visitação são os alunos, principalmente de nível básico e médio. A história da Força Aérea Brasileira (FAB), inicialmente com a aviação militar e o correio aéreo, são facetas importantes na biografia do país – afirma o suboficial e historiador do museu, Gustavo de Mello, de 51 anos.

Tributo a Santos Dumont

A sala que mais chama a atenção dos visitantes é, sem dúvida, a dedicada ao patrono da Aeronáutica e da aviação, Alberto Santos Dumont. Na área que leva o seu nome, encontram-se objetos pessoais, pinturas e fotos que traçam um perfil do inventor e aviador. O acervo dedicado ao pai da aviação é riquíssimo em informações. Em um canto da sala, encontra-se um pedestal com o coração do piloto, que se suicidou em 1959* (sic). O historiador Gustavo de Mello acredita que o pioneirismo do aviador deveria ser mais valorizado.

– É uma figura marcante da História do Brasil que precisava ser melhor trabalhada. Era um visionário a frente do seu tempo, no início do século XX. Por exemplo, inventou o sistema de asa delta 40 anos antes do primeiro avião utilizar este recurso. Com certeza estava 100 anos adiantado à mentalidade geral da sua época – diz o historiador, que trabalha no museu.

Área dedicada à aviação militar

A ideia da criação de um museu aeronáutico começa no ano de 1943, dois anos após a criação do Ministério da Aeronáutica. Embora precoce, a Aeronáutica já herdava uma rica história em função das criações anteriores do Aeroclube Brasileiro (1912), da Aviação Naval (1916), da Militar (1919) e da Comercial (1927).

Precisava-se de um espaço para comportar tanto acervo. No início dos anos 70, a antiga Escola de Aeronáutica dos Afonsos foi transferida para Pirassununga (SP), transformando-se na Academia da Força Aérea (AFA). Após três anos de adequações e o recebimento das aeronaves, enfim o Musal foi aberto ao público, em 76.

Aviões presidenciais utilizados pela FAB, desde Juscelino Kubitschek, além de outros tipos importantes e raros, estão expostos em 16 mil metros quadrados. O museu conta ainda com algumas salas temáticas de simuladores e controle do espaço aéreo, da Empresa Brasileira de Aeronáutica (EMBRAER), além dos primórdios da aviação brasileira.

O Musal funciona de terça a sexta-feira, de 9h às 15h. Sábados, domingos e feriados, de 9h30m às 16h. Avenida Marechal Fontenelle, 2000 – Campo dos Afonsos – Sulacap. Telefones: (21) 2108-8954 e (21) 2108-8955.

FONTE: Jornal Extra, via Notimp

*NOTA DO EDITOR: como observado pelo leitor e colaborador Franco Ferreira, 1959 não é o ano da morte de Santos Dumont. Para saber o ano correto, clique aqui para acessar a  matéria “Em que ano morreu Santos Dumont?”, publicada no Poder Aéreo em 2008.

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Franco Ferreira

Poggio – O passamento de Santos=Dumont não foi em 1959. Houve um engano. Consegues corrigí-lo?

Forte abraço. Franco Ferreira

Fernando "Nunão" De Martini

Franco, obrigado por avisar.

Porém, como a matéria é um “clipping”, não nos cabe corrigir, apenas sinalizar. E, nesse caso, optaremos também por colocar uma nota a respeito.

Saudações!