Mirage IIIS: precedente suíço na escolha de um ‘caça que só existe no papel’

27

“No início da década de 1960, a Saab ofereceu o J35F Draken para a Suíça, que acabou escolhendo o Mirage III – e então gastou uma fortuna equipando o Mirage com um radar e sistema de controle de fogo da Hughes, mísseis Falcon e uma capacidade de decolagem em pistas curtas, tudo que já era padrão no Draken. A vingança é um prato que deve ser servido frio. ”

Bill Sweetman – Aviation Week

(adendo a uma reportagem sobre a escolha do Gripen pela Suíça, em novembro de 2011)

Guilherme Poggio e Fernando “Nunão” De Martini

Em 30 de novembro de 2011, o mesmo dia em que a Suíça anunciou a escolha do Gripen como seu novo caça, numa concorrência em que o caça sueco disputava com o francês Rafale e o Typhoon do consórcio Eurofighter, a Dassault francesa divulgou uma nota comentando a escolha. Nela, foi feita uma crítica ao caça selecionado, dizendo:  “O Gripen ‘adaptado à Suíça’ existe apenas no papel. Seus riscos de desenvolvimento e produção aumentam significativamente os esforços financeiros requeridos pelas Autoridades Suíças para cumprir com o programa de aviões de caça do país.” Naquele mesmo dia, saía matéria no site Aviation Week assinada pelo especialista em aviação Bill Sweetman, que terminava com o parágrafo selecionado acima (e as palavras não eram “doces” como o nome do autor).

Sweetman fazia referência ao “caso Mirage” da década de 1960 – quando a Suíça selecionou o caça Mirage III, da Dassault, decidindo que ele teria uma configuração que também existia “apenas no papel”. Desde que vimos essas palavras de Sweetman, no final do ano passado, tivemos vontade de pesquisar mais sobre o assunto e trazer para os leitores do Poder Aéreo uma matéria contando essa história.

É sempre bom lembrar que a história é algo que não se repete, apesar de frequentemente parecer que coincidências acontecem. Cada época tem seu contexto, e as pessoas buscam no passado as referências para suas próximas atitudes, porém isso sempre parte de necessidades que existem apenas no agora, no momento em que vivem. Nos últimos meses, a imprensa suíça vem fazendo referências ao “caso Mirage” quando se refere à atual escolha de caças, como se a história estivesse se repetindo. Mas será que o contexto não mudou nesse meio tempo? Sweetman falou na vingança como um prato frio, mas vale a pena analisar com frieza os fatos quentes daquela época. Vamos à história.

O “F-X” suíço da década de 1960

Após decidir pela escolha do Hawker Hunter em 1958, a Força Aérea Suíça passou a estudar a aquisição de um caça interceptador supersônico, uma vez que o caça britânico não tinha estas características. Dentre as opções existentes no mercado no início da década de 1960, a Suíça resolveu excluir caças como o English Electric Lightning, o Fiat G.91, o Grumman F-11F-1F e o Lockheed F-104 e passou a avaliar somente duas opções: o Dassault Mirage IIIC e o Saab 35H Draken.

Para os suíços, o Mirage era um sistema de armas muito mais evoluído em relação ao seu concorrente, além de vencer o Draken em várias modalidades como velocidade máxima, altitude, alcance e capacidade de ataque ao solo.

O Mirage perdia em alguns quesitos como a necessidade de pistas mais longas para a decolagem (em torno de 35% a mais que o Draken) e razão inicial de ascensão na maioria das configurações, mas estas deficiências poderiam ser corrigidas com o emprego de RATO (Rocket Assisted Take-Off) e outras eventuais alterações no projeto.

No dia 28 de dezembro de 1960 o Conselho Federal suíço decidiu comprar 100 caças Mirage III. Deve-se destacar que nessa época o avião ainda era um protótipo e sua entrada em operação na Força Aérea Francesa ocorreu somente no ano seguinte.

O contrato foi avaliado em 900 milhões de francos suíços. O valor incluía a aquisição de licença de fabricação e a produção local das aeronaves. Na época o valor do contrato foi considerado inferior ao do australiano para a compra de Mirages semelhantes. Pouco tempo depois a África do Sul também comprou a aeronave, e Israel cortejava o caça. Em 1962 o parlamento suíço aprovou a solicitação do governo daquele país.

Alterações complicadas

Para atender as exigências da Suíça, o Mirage deveria sofrer grandes alterações. A Suíça tinha interesse em alterar o radar de controle de fogo original do Mirage III (Cyrano II), tornar o caça mais adaptável a pousos e decolagens curtas (STOL) e dotá-lo de características que permitissem seu armazenamento e operação a partir de abrigos escavados em rocha.

Para atender aos requisitos, a célula do avião foi parcialmente reconstruída com reforços estruturais, tanto para absorver as vibrações provenientes do emprego do RATO (ver imagem ao lado) como para a movimentação por guindastes nas apertadas cavidades nas rochas. O trem de pouso também recebeu reforços no sentido de aproximá-lo de um avião STOL.

O radar de controle de fogo e navegação poderia ser o Airpass 2 da Ferranti ou o Taran Mk-1S da Hughes. Este último foi escolhido no início de 1962, para disparar uma versão do míssil GAR-11 Falcon produzido na Suécia. Essa versão era denominada HM-55 e equipava o Draken. Outros aviônicos de origem norte-americana também foram incorporados.

Ao final, quando o Mirage suíço “saiu do papel” acabou ficando mais parecido com o Draken, que havia sido preterido. A versão suíça do Mirage possuía certas características STOL, capacidade de armazenamento em cavidades nas montanhas e de emprego de mísseis Falcon. Mas, no caminho para chegar a esse resultado, o custo do programa acabou subindo descontroladamente.

Gastos descontrolados

Em abril de 1964, o descontrole financeiro do programa veio a público. O governo não teve outra saída se não ir ao parlamento e solicitar um aumento das verbas para a continuação do programa Mirage IIIS. Para que a encomenda total de 100 aeronaves fosse concluída, seriam necessários gastos da ordem de 600 milhões de francos suíços. Isso significava um incremento de 66% sobre o valor inicial de 900 milhões.

O caso tornou-se um escândalo nacional e ficou conhecido como o “caso Mirage”. No mês seguinte, em maio, uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) foi formada com o propósito de acompanhar, investigar e avaliar os excessivos gastos do governo suíço para o programa. Deve-se destacar que tal atitude nunca tinha sido tomada antes na história moderna na democracia suíça.

Uma das primeiras medidas da comissão foi o corte no número de aeronaves para manter os custos sob controle. Por 133 votos a 57, a comissão decidiu reduzir a encomenda final de 100 caças para 57. Além do corte, o relatório da comissão afirmou que o governo agiu deliberadamente de forma negligente em relação ao controle de gastos do programa Mirage IIIS.

Mesmo para concluir a compra dos 57 caças, o parlamento teve que votar um aditivo de 200 milhões de francos. O estrago não ficou somente na elevação dos gastos e na redução do poderio aéreo da Suíça. Cerca de 300 grandes contratos com empresas suíças, francesas e norte-americanas, além de outros 4000 contratos com empresas minoritárias, tiveram que ser renegociados.

Ainda como reflexo das conclusões da CPI, o governo suíço removeu o coronel Etienne Primault das suas funções como comandante da Força Aérea Suíça, assim que foi divulgado o relatório final. Em dezembro de 1964, foi a vez do chefe do Estado –Maior do Exército Suíço, coronel Jakob Annasohn, deixar o cargo voluntariamente, porém moralmente abatido.

O chefe do Departamento de Defesa, Paul Chaudet (foto ao lado dentro de um Mirage), foi nominalmente citado no relatório por não ter informado o Parlamento sobre a evolução do programa. Embora ele tenha assumido os erros, boa parte das suas decisões foi tomada com base em dados técnicos passados pela sua equipe de assessores.

Ele permaneceu no governo, mas tornou-se uma figura politicamente fraca. A sombra do “caso Mirage” continuou a persegui-lo pelo resto do seu mandato e, em novembro de 1966, ele foi forçado a renunciar pelo seu próprio partido.

Aprendendo com a experiência do passado

Parece que a Suíça aprendeu com a própria história. Vejamos a atual concorrência de caças, que busca um substituto para a frota de F-5E/F e foi concluída em novembro passado com o anúncio da escolha do Gripen. A concorrência apresentou requisitos bastante definidos, considerando os custos de aquisição e operação e reduzindo ao máximo eventuais questionamentos.

A experiência com o programa Mirage IIIS mostrou que os objetivos técnicos e econômicos devem caminhar lado a lado e nem sempre o melhor caça é a melhor opção para o país. Vale lembrar que a família Mirage III, em sua configuração original francesa (ou com pequenas variações) foi um sucesso comercial pelo equilíbrio entre vantagens técnicas e econômicas. Equilíbrio que não foi atingido pela versão suíça.

Em função do descontrole do programa Mirage, que buscava sempre o melhor sem se preocupar com o controle dos recursos, a força como um todo acabou sendo prejudicada. Devido ao custo elevado, o número total de aeronaves ficou muito aquém do inicialmente previsto, reduzindo o poder de combate da Suíça.

Os gastos descontrolados foram contidos por um parlamento exigente e vigilante, assim como deve ser todo e qualquer Legislativo nas democracias. Mas os parlamentares agiram tardiamente. A culpa do fracasso do programa Mirage recaiu sobre os ombros dos seus executores e gerenciadores, mas quem perdeu naquele momento foi a sociedade suíça.

Por este motivo, não surpreendem os questionamentos sobre o processo atual, que levou à escolha do Gripen sueco. De fato, é louvável que todo e qualquer questionamento seja feito, assim como é esperado que todos os gestores do programa de aquisição de caças dêem as informações necessárias e convincentes para que não sobrem dúvidas.

É provável até mesmo que um referendo popular seja feito em breve (possivelmente ainda neste ano), o que legitimaria ainda mais todo o processo – podendo mesmo ser decidido que não se compre caça algum. Cabe destacar que referendos foram realizados em outros assuntos relacionados à aviação de caça do país. Foi o caso quando 57% dos votantes decidiram pela compra dos caças Hornet e, mais recentemente, quando 68% da população decidiu pela continuidade dos treinamentos dos caças sobre os céus do país.

Se a atual escolha dos novos caças suíços será uma “vingança servida fria”, só a aprovação pelos trâmites políticos, e um eventual referendo, vão dizer. Mas a Suíça parece que aprendeu, com o passado, como lidar com esse assunto “quente”.

FOTOS: Schweizer Luftwaffe

Subscribe
Notify of
guest

27 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
betoholder

Pois é, é o que eu sempre digo: comprar dos franceses, mais cedo ou mais tarde, acaba saindo caro, muito caro!!

Antonio M

Mais uma reportagem da série “O desconhecimento do erros do passado que faz se repetirem no presente”.

Parabéns, bela reportagem de calar a boca dos detratores de “aviões de papel” …………

Vader

Pois é, os suíços parecem ter aprendido a lição.

Excelente matéria. Parabéns ao PA.

Giordani RS

Calma torcida…vamos reler o texto… Será que eles aprenderam a lição mesmo? Não terão eles agora que desenvolver novamente outro avião? Ao que parece, mais uma vez desisitiram de aviões já prontos(Typhoon, SH e Rafale)… Não adianta, o desenvolvimento de algo sempre será custoso e estes, sempre serão estimados, e a estimativa sempre estará abaixo do que realmente custou… Se para eles, um povo organizado financeiramente(dizem até que o Tio Patinhas tem uma casinha de campo lá…) foi um escandalo o Mirage IIIS e terminaram-no com pouco mais de 50% do pedido original, imagina num certo país tropicalabençoadopordeusmasquebelezatemcarnaval… Na década… Read more »

Marcelo

e a história se repete, com outros atores….mas se repete. Até radar novo quiseram também hehehe…

Marcelo

“A vingança é um prato que deve ser servido frio”
Bill Sweetman deve ser trekker de carteirinha
(como eu!). Essa frase saiu da boca de Khan Noonien Sang em Star Trek II !!! (filmaço)

Giordani RS

Marcelo disse:
16 de fevereiro de 2012 às 7:39

“A vingança é um prato que deve ser servido frio”
Bill Sweetman deve ser trekker de carteirinha
(como eu!). Essa frase saiu da boca de Khan Noonien Sang em Star Trek II !!! (filmaço)

Perfeito! O melhor de todos os ST(se bem que o enredo do Vger é muito bom!)
Também lembrei do Khan!

Nick

Realmente a Suiça está fazendo o mesmo filme, com os mesmos atores, mas com os papéis trocados 🙂

Mas acredito que desta vez, o final será feliz, ao contrário do caso dos M-IIIS.

[]’s

ps: frase do Kirk: KhAN! KhANN!! khANNNN!!! heheheheh

Justin Case

Amigos, Esses custos de desenvolvimento VIA DE REGRA extrapolam amplamente aqueles custos planejados. Isso nada tem a ver com Boeing, Embraer, Dassault, Saab ou outras. São os riscos que viraram realidade. Todos que adquiriram aeronaves em desenvolvimento já passaram por isso. O exemplo mais recente é o F-35. No Brasil, basta ver o projeto AMX. Se quiserem procurar outros, podem analisar o A-400, Eurofighter, Rafale, LCA, japoneses, paquistaneses, coreanos, chineses… A Suíça certamente vai gastar com o NG muito mais recursos (inclusive tempo) do que aqueles previstos na oferta da SAAB. Isso não é problema da SAAB, é a natureza… Read more »

Marcos

Diferente do Mirage IIIS, o Gripen E/F já existe, conta com milhares de horas de vôo, embora não tenha entrado em linha de produção seriada.

Marcos

Os gastos descontrolados foram contidos por um parlamento exigente e vigilante, assim como deve ser todo e qualquer Legislativo nas democracias. Mas os parlamentares agiram tardiamente. A culpa do fracasso do programa Mirage recaiu sobre os ombros dos seus executores e gerenciadores, mas quem perdeu naquele momento foi a sociedade suíça.

Isso lembra a maior potência econômica da história desses mundos todos?

ricardo_recife

Parabéns aos PA. Será que dessa vez alguém vai colocar deu no PA? A idéia de que o Gripen E/F é um risco financeiro não é despropositada vis-à-vis a forma como muitos projetos de pesquisa e desenvolvimento de caças tem sido gerenciados, Typhoon, Rafale, F-22 e F-35 possuem histórias tenebrosas em relação a este fato. Contudo em face da história do desenvolvimento do Gripen esta é uma preocupação que não tem base factual.Um dos requisitos do Gripen em todo seu desenvolvimento foi ter menores custos operacionais em relação ao Viggen (60 a 65%), e isto foi alcançado, é um fato… Read more »

Marcelo

putz! O google translator não tem Klingon!
ricardo_recife, poderias fazer o favor?

ricardo_recife

Marcelo: “A vingança é um prato que se come frio.”

Quer chamar um Klingon para a briga, diga a ele: “HaB SoSlI’ Quch!” ( A testa de sua mãe é lisa).

Dicionário Klingon – Português – http://livrosdamara.pbworks.com/f/29+-+MARC+OKRAND+-+Jornada+nas+Estrelas+-+Dicionário+Klingon_+IV.pdf

Quando eu conseguir descobrir como se diz “Jaca” em Klingon eu mando.

Paz e prosperidade!

Ricardo.

betoholder

Longa vida e próspera..

Acho que vc quis dizer isso, hehehe

Abraços, conterrãneo…

Giordani RS

O correto é Vida Longa e Próspera.

Tem neguinho louco pra ver a “jaca” num prato de “Gaak”…hehehehe…

Mauricio R.

“…como a AERO eletrônica, podem colaborar com aquilo que tem de melhor.”

a-) a Aeroeletrônica não tem nada, quem tem é a Elbit.

b-) o Gripen já tem seu próprio glass cockpit, “cots” aliás, então não faz sentido troca-lo.

c-) lembre-se que tudo que é original em um projeto e é trocado, incorre em custor de desenvolvimento, que necessitam ser amortizados.

Mauricio R.

Ooopppssss!!!

Errata.

Aonde se lê:

“…em custor de desenvolvimento…”

Leia-se:

“…em CUSTOS de desenvolvimento…”

weber_eng

A coisa foi um pouco pior… O concorrente com melhor avaliação técnica foi o Grumman F-11 Super Tiger, um avião que, se tivesse sido produzido em série, teria “matado” o F-104 e o F-5, que ficariam sem chances no mercado de compradores de caças “made in USA”. “… The Super Tiger outperformed the Saab Draken, Lockheed F-104 Starfighter, Dassault Mirage III and Fiat G.91 in a tender to equip the Swiss Air Force. The Mirage III was finally chosen as a cheaper and more secure alternative, yet a close second in terms of performance.” (http://en.wikipedia.org/wiki/Grumman_F11F_Super_Tiger) O F-11 (não confundir com… Read more »

Giordani RS

weber_eng

Bem lembrado! Era o F-11 Super. O F-11 original(que nada mais era que uma boa gambiarra do F-9 Panther) era uma ótima nave, mas careceu de um motor mais potente e nunca, em toda a sua história, teve um radar instalado, era um caça naval diurno. Foram produzidos pouco mais de 200 aparelhos. O ponto alto da carreira foi com os blue angels…
Interessante…o F-11S era na época um “NG”…não existia, mas prometia mundos e fundos…

Fernando "Nunão" De Martini
DrCockroach

Belissima entrevista do entao gerente do projeto de avaliacao da concorrencia Suica: “Can you stand as an expert in the Air Force after the final round for the Gripen, Type E/F? Yes, 100 percent. It meet all three tested types identified by the military requirements of Switzerland. It depends on what you need and how much you are willing to pay. There are Ferraris, who can not drive off-road, and trucks that are just too slow. The Audi quattro is fast and affordable. And in this case even more money for the army, which indeed still waiting on new purchases.… Read more »

DrCockroach

Aaaat, at, at, at, AAT:

http://www.youtube.com/watch?v=YE6LMUxpE7w&feature=related

Traduzindo: “O rafale eh um mico financeiro!”

🙂

[]s!

Giordani RS

Hummmm…não é a toa que o Império Klingon ruiu…

DrCockroach

Acima postei a entrevista do responsavel pela avaliacao dos jets na Suica; agora a entrevista do piloto de testes: “How do you rate the three pilot jets evaluated in comparison? As a pilot evaluation of the three aircraft will not and I am not in the public about the strengths and weaknesses of the candidates express. It’s about personal privacy and our country has committed against the manufacturers and the Air Force to maintain confidentiality. I assure you, however, that the evaluation was carried out very serious and professional. I stand fully behind the evaluation and data behind the decision… Read more »

weber_eng

Giordani RS, vc está confundindo o Tiger com o Cougar, que era a evolução do Panther. O Tiger era um avião totalmente novo, projetado desde o início para ser um supersônico equipado com radar. Deu o azar de não ter um motor à altura do projeto, o Wright J-65 era fraco e muito ruim. Teve em comum com o Cougar o fato de ter sido adotado pelos Blue Angels, devido à sua excelente manobrabilidade, que o tornava muito adequado como avião acrobático. O F-11 Super Tiger chegou a existir de verdade, os protótipos construídos já tinham as características principais da… Read more »