A foto que abre esta matéria serve para mostrar a aeronave em questão, embora não seja da operação de reabastecimento mostrada nas demais imagens. Mas por que tirei a foto acima? A verdade é que costumo estar com uma câmera fotográfica a postos quando faço viagens aéreas, pois nunca se sabe se um avião diferente, ou uma situação interessante pode aparecer. Foi o caso no voo que fiz na sexta-feira, 10 de fevereiro, entre os aeroportos de Campo Grande (MS) e Congonhas (São Paulo – SP) num Airbus A-319 operado pela TAM / Pantanal. A foto acima, no embarque em Campo Grande, poderia ser só mais uma do arquivo, mas como o voo teve alguns momentos de “emoção”, ficará como lembrança da viagem – que acabou rendendo também uma sessão completa de fotos de reabastecimento.

Decolagem na hora, voo tranquilo sobre belas paisagens do Centro-Oeste e do Sudeste (fotos acima), tudo ia bem até quando a aeronave entrou na final para pouso em Congonhas, por volta das 17h. Justamente naquele momento começou a desabar uma tremenda tempestade sobre o aeroporto. Não se via nada pela janela e, num pequeno buraco no meio das nuvens baixas, pude ver que já estávamos bem perto do solo (talvez a uns 200 metros de altitude) e que não era modesto o aguaceiro que caía lá fora. Não me surpreendeu a arremetida feita alguns segundos depois, quando o piloto abortou o pouso antes de tocar a pista. O som dos dois motores em plena potência encheu a cabine dos passageiros e eu, que já passei por diversas situações de mau tempo em voos comerciais, turbulências, decolagens sob chuva forte etc, pude colocar no meu “currículo” de passageiro a primeira arremetida. E justamente em Congonhas, cuja operação em condições chuvosas ficou tristemente célebre desde o acidente em 2007 com um A-320.

Recuperada a altitude, passamos algum tempo circulando sobre o litoral sul do Estado, aguardando que as condições sobre Congonhas melhorassem. Mas isso não aconteceu e o piloto teve que alternar para o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. No caminho, cruzamos com outras aeronaves manobrando na mesma situação (a foto acima, à esquerda, obviamente é com zoom) e passamos sobre a pista do aeroporto de Jundiaí, com um tempo tão claro que, na foto acima à direita, deu pra pegar uma aeronave de pequeno porte em plena decolagem, no meio da pista. Após o pouso sem incidentes em Viracopos, achei que terminaria minha viagem de ônibus. Mas o piloto, que comunicava com frequência o desenrolar da situação, disse que a intenção era reabastecer a aeronave no ainda ensolarado aeroporto campineiro e prosseguir viagem quando o tempo melhorasse em Congonhas.

E minha poltrona na fileira cinco, no lado direito do A-319, acabou se mostrando um bom lugar para fotografar toda a sequência de reabastecimento da aeronave, que pode ser conferida nessas mais de 20 fotos a seguir.

Clique nas imagens para ampliar e ver detalhes dos procedimentos de reabastecimento, que duraram perto de 25 minutos. No total, uns 50 minutos foram gastos em Viracopos nessa “escala não programada”, aguardando a melhoria das condições do destino, que afinal foi atingido depois de parcos 15 minutos de voo.

Enquanto desembarcava no ensopado aeroporto de Congonhas, e criava coragem para encarar o congestionamento e todos os aborrecimentos decorrentes daquela tempestade (aí sim, precisa de coragem), veio a ideia de compartilhar com os leitores essas fotos do voo e da operação de reabastecimento da aeronave.

É claro que reabastecimentos acontecem todos os dias por aí, assim como arremetidas sob condições meteorológicas pra lá de desfavoráveis. Também sei que, evidentemente, notícias bombásticas sobre concorrências de caças também rendem muito mais discussão. Mas o dia-a-dia da aviação civil também tem sua vez aqui no Poder Aéreo. Então aproveite o descanso de domingo para conferir a profusão de detalhes dessa rotina do nosso transporte aéreo. Boa diversão!

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Alexandre Galante

Belas fotos, Nunão!