F-35 poderá não atender aos requisitos do FX-III

5

A variante do caça Lockheed Martin F-35 para a Força Aérea dos EUA (USAF), provavelmente deixará de cumprir dois dos principais requisitos da Força Aérea da Coréia para a concorrência FX-III – a capacidade de carregar armas externamente e voar a Mach 1,6 (1.930 km por hora) ou mais rápido, informou uma fonte da indústria aeroespacial nesta terça-feira.

A fonte destacou que os militares coreanos estabeleceram claramente as duas principais características como requisitos obrigatórios em sua solicitação de proposta (RFP), lançada em 30 de janeiro.

“A velocidade máxima do F-35 Lightning II, que ainda está em desenvolvimento, é Mach 1,6, exatamente o mínimo que a Força Aérea estabeleceu como requisito obrigatório,” informou a fonte que conhece bem os detalhes do RFP.

A Força Aérea deve realizar testes e avaliações do F-35 e dos seus dois rivais, o F-15 Silent Eagle da Boeing e Typhoon da EADS, a partir de junho a setembro, antes de anunciar sua seleção final em outubro.

O vencedor do projeto FX-III, a terceira e última fase do projeto de aquisição de caça da Coreia, deverá entregar  60 aeronaves a partir de 2016 por cerca de 7,26 bilhões dólares.

A fonte da indústria disse que o F-35, único caça de quinta geração oferecido no mercado, provavelmente possui um desempenho pior do que a Lockheed Martin tem assegurado.

“O que é certo acontecer é que o governo dos EUA irá garantir à Força Aérea que o F-35 será capaz de voar a Mach 1,6, superando todos os problemas técnicos e os problemas de desenvolvimento no momento em que for entregue para a Coréia, ” disse a fonte.

“Eventualmente, isso vai abrir caminho para a Lockheed Martin, a preferida do governo dos EUA, fugir da exigência obrigatória e ganhar a licitação FX-III. Todas as promessas quebradas só irão custar milhões de dólares em penalidades.”

Outro membro da indústria destacou que a Lockheed Martin não completará o desenvolvimento dos cabides e suportes externos em tempo para o seu caça furtivo.

“A Lockheed Martin tem se gabado de que o seu avião é capaz de transportar armas, não só internamente, mas também externamente, em seis pontos de armas externos”, disse ele. “Mas será fisicamente impossível concluir o desenvolvimento dos cabides externos em tempo para o prazo definido pela Coréia.”

Randy Howard, diretor da Lockheed Martin da Campanha Coreia do F-35, também reconheceu que o transporte externo pode vir como uma opção para a Coreia.

“A Lockheed Martin não cancelou, o governo dos EUA deu prioridade”, disse Howard, explicando por que foram levantadas dúvidas sobre o desenvolvimento dos cabides externos do F-35.

“O F-35 foi projetado para transportar armas internamente. Isso é o que ele faz, e é por isso que é furtivo. ”

Ele argumentou que o principal atributo do F-35, que é a capacidade de penetrar no território do inimigo sem ser detectado, será significativamente comprometida se a Coreia optar por montar armas externamente.

“Se transportar armas externamente, ele não será mais furtivo. E esta não é a forma correta de se operar o F-35 “, disse ele.

Ele apontou que se a Coreia insiste no transporte de armas externamente para o F-35, sua empresa está disposta a personalizá-lo.

“É apenas uma questão de priorização de certificação”, argumentou.

“Se houver requisitos para o transporte externo de armas diferentes, não é uma coisa difícil porque todos os recursos estão lá.”

Outros funcionários da indústria, no entanto, refutaram a afirmação de Howard, dizendo que o desenvolvimento de cabides externos não só reduz as capacidades furtivas de aeronaves, mas também requer uma mudança fundamental na concepção da aeronave, que a Força Aérea não está disposta a pagar.

FONTE: Korean Times

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Poder Aéreo

Publicidade

Subscribe
Notify of
guest

5 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Marcos

FX-III… pensei que se tratava do Brasil.

Vai dar F-15!

Clésio Luiz

Essa é a primeira vez que eu vejo alguém dizer que os EUA não se interessam em ter o F-35 homologado para operar armas externamente. Se for verdade, é algo no mínimo equivocado, já que a furtividade só é interessante enquanto existir ameaças por radar. Uma vez dominado o espaço aéreo e derrotadas a maioria das baterias antiaéreas (algo que se fez nas últimas guerras), não há porque operar o F-35 com o limitado suprimento interno que ele pode transportar.

Almeida

Eu já falei n vezes que vai dar mais F-15 na terceira fase do programa FX sul coreano. Primeiro cortaram os requisitos de furtividade, agora não abrem mão dos requisitos cinéticos e de transporte de armamento. Além disso, o ganhador das últimas duas fases foi o F-15K. Quanto às declarações infundadas de que a furtividade é a principal e fundamental característica do F-35, alguém avisa para esse povo leigo que isso só é necessário nos primeiros dias de um conflito convencional com uma potência média para cima. Ninguém precisa de furtividade para missões de ataque leve e CAS, essa sim… Read more »

Marcelo

hahaha….a LM dizendo que o cliente está errado! que arrogancia! no mais, a mesma coisa que o Canada está sofrendo já com o F-35, basta pedir uma simples customizaçao, uma linha de software que seja, chega a conta altíssima e uma lista de espera de anos!!! ê programinha enrolado!

Vader

De todas as matérias ridículas e mequetrefes que já li sobre o F-35 essa acho que bateu o recorde. A tal “fonte” deve ser da Boeing, ou alguém do grupo do Carlo Kopp. Aliás é até contraditória, na medida em que a própria matéria informa que um dos requisitos do F-35 será a velocidade mach 1,6, ao passo que o título já começa com a afirmação de que ele poderá não atingir tal velocidade final. E essa agora? O F-35 será a primeira aeronave desde a Primeira Guerra Mundial a NÃO poder transportar armas externamente… Realmente, a Lockheed-Martin é estúpida… Read more »