Apertem os cintos, o Gripen não sumiu parte 1 – Suíça
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O Gabinete Suíço aprova um ‘aperto no cinto’ no orçamento de todos os ministérios, para financiar o aumento do orçamento militar que inclui compra de novos jatos
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Segundo o site de notícias Swiss Info, o Gabinete Suíço recomendou que, a partir de 2014, seja feita uma economia anual de 750 milhões de francos suíços (aproximadamente 820 milhões de dólares ou 1,4 bilhão de reais), de forma a financiar a ampliação dos gastos militares, o que inclui caças a jato.
A recomendação vai requerer que todos os ministérios “apertem seus cintos”, e vem após a decisão parlamentar tomada no ano passado para ampliar o orçamento militar, de 4,4 bilhões de francos para 5 bilhões (aproximadamente 5,45 bilhões de dólares ou 9,5 bilhões de reais). O dinheiro vai cobrir a compra dos jatos, assim como o custo de um exército de 100.000 integrantes. A ampliação do orçamento militar será de 560 milhões de francos em 2014 e de 515 milhões em 2015, conformeo ministro das Finanças anunciou na quarta-feira.
Essa economia anual de 750 milhões de francos, recomendada pelo Gabinete, será proporcionada por cortes no Ministério do Interior (324 milhões) Ministério do Meio-Ambiente, Transporte, Energia e Comunicações (170 milhões) e no Ministério das Finanças (125 milhões). Além disso, o Governo espera conseguir 50 milhões adicionais em aumento da receita. A proposta detalhada é esperada para meados deste ano.
Ainda na quarta-feira, o jornal suíço Basler Zeitung informou que a decisão promete esquentar o debate sobre a compra de novos caças
Segundo o jornal, a esquerda suíça já anunciou sua intenção de ir contra o programa de austeridade em um referendo popular. A mesma intenção tem o “Grupo para uma Suíça sem Exército”, que já formou uma grande aliança. O corte soma-se à controvérsia gerada em novembro passado, quando o Gripen foi escolhido em uma concorrência por causa de sua boa relação custo-benefício. A compra de 22 caças Gripen deverá custar 3,1 bilhões de francos suíços (aproximadamente 3,4 bilhões de dólares ou 5,9 bilhões de reais).
Na ocasião, o ministro da Defesa Ueli Maurer esclareceu que, se não era o melhor caça, era o mais adequado à Suíça. Na semana passada, a fabricante de um dos concorrentes eliminados, a francesa Dassault, apresentou uma nova proposta para o seu caça Rafale, em carta enviada a uma comissão parlamentar encarregada de analisar a compra das aeronaves. A Dassault oferece 18 caças (quatro aeronaves a menos que a proposta da sueca Saab para o Gripen) por um preço total de 2,7 bilhões de francos suíços (aproximadamente 2,9 bilhões de dólares ou 5,1 bilhões de reais).
FONTES: Swiss Info e Basler Zeitung (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)
FOTOS: Saab
Aquele grupo “Switzerland sem um exército” irá promover um fortíssimo protesto contra isso: irão às ruas pisar nas calcinhas !!!!
Apesar de achar isso utópico, foi uma brincadeira mesmo pois as democracias devem ser assim mas, é impressionante como um país pode levar suas questões a sério mesmo em uma crise, e nesse caso não querer descuidar de sua segurança.
xi….pelo jeito não vai ganhar ninguém na Suiça! Vão estender a vida dos F-18 e dos F-5 e boas…vaõ dar uma de Brasil e deixar para daqui a 15 anos.
Protestos e referendos já houveram qndo os F-5 e os F/A-18 foram adquiridos, então fazem parte da paisagem local.
Mas não serápor causa de tais movimentos, que a decisão pelo Gripen será alterada; ainda mais ao favor do Rafale.
Esse conto de fadas de ser o L1 na Índia, na Europa atual, não cola.
Por quê a Suiça irá comprar os caças, mesmo em tempo de crise e sem uma ameaça real à frente? Porque os europeus, mais do que ninguém, sabem o que é passar por uma guerra (ou duas). Sabem que se no curto prazo não há um inimigo, no médio e longo prazo podem aparecem inimigos repentinamente. Sabem que seus F-5 estão nos limites operacionais e precisam ser substituídos. Por quê não deixar para comprar mais para frente, quando realmente se delinear um inimigo? Por conta da perda da capacidade operacional. Tornar uma equipe operacional numa aeronave nova pode levar de… Read more »
Exatamente, Marcos. Os suíços têm relativamente poucos esquadrões de caça que realmente podem ser considerados de primeira linha. Pode-se dizer que são só três, equipados com apenas onze F-18 Hornet cada um, de uma frota total de 33 aeronaves do tipo – estou escrevendo de cabeça, é bom confirmar… (se tiver paciência de procurar as informações, o site da Força Aérea Suíça é trilíngue: http://www.lw.admin.ch/) Restam outros quatro ou cinco esquadrões, se não estou enganado, equipados com o F-5, que com seus sistemas defasados não podem ser considerados caças capazes de enfrentar potenciais inimigos (se um dia vão ser utilizados,… Read more »
Ou a Suíça pode aproveitar a contra-oferta da Dassault para espremer mais a Saab – por exemplo, vendo se os suecos baixam seu preço para o mesmo valor da contra-oferta francesa, mantendo os 22 caças. Caro Nunão, existe um motivo pelo qual nestes processos existe um ponto onde cada fabricante é solicitado a enviar a sua “Best And Final Offer” (BAFO). Se você ficar indefinidamente aceitando ofertas dos concorrentes, o processo nunca chega ao final. Por isso o comprador pede que cada concorrente dê a sua oferta final, e toma a decisão com base nisso. Ao fazer este tipo de… Read more »
Sim, Grifo, é o tal do BAFO. No caso, a nova oferta da Dassault (que foi entregue ao Legislativo, não para o Executivo), é uma espécie de BAFO do BAFO com “after taste”. Ou seja, deve ser um bafo muito fedido no cangote dos parlamentares que apoiam a escolha que o executivo fez! Basicamente é pressão política. Lembrando que o contrato do Gripen pra Suíça está em negociação, então não quis dizer que vão aceitar a oferta da Dassault. Vão tentar, na negociação do contrato com os suecos, tentar torná-lo mais politicamente aceitável, podendo dizer: “Olha, negociamos e conseguimos mais… Read more »
Já vi isso.
Na verdade você manda um preço lá em baixo, onde você sabe que não vão aceitar a sua proposta porque o tempo expirou. E você sabe que vão usar o teu preço para negociar com o outro. O objetivo é: já que não ganhei, vamos fazer com que o outro pelo menos não tenha lucro, ou tenha o lucro reduzido.
Ehehehe. Talvez eu não iria tão longe, Marcos. Coloquei o ponto de vista do comprador, mas para o vendedor derrotado creio que a estratégia é mais para criar confusão mesmo, para que o processo se torne inviável politicamente e tenha que começar de novo. É o jogo e, com o anúncio da vitória na Índia, a Dassault ganha força nessa capacidade de tentar melar a coisa na Suíça. Em compensação, vira alvo na Índia para quem quer usar o mesmo artifício para melar as coisas por lá para o seu produto. E assim segue a divertida e emocionante rotina dos… Read more »
Amigos, boa noite. Sobre o assunto, minha opinião: 1. O processo formal provavelmente foi encerrado, com o anúncio de um vencedor. Com isso, não vejo problema se qualquer empresa vier apresentar uma “oferta não-solicitada”. Poderia ser do Rafale, do Typhoon, do F-18, F-16, não importa. 2. O Governo suíço, pode fazer várias coisas com essa oferta: – não receber; – receber por educação e jogar no lixo sem ler; – analisar e usar o conhecimento durante a negociação com os suecos; – analisar e considerar a necessidade/conveniência de reabrir o processo; 3. Creio que a iniciativa francesa deveu-se a vários… Read more »
Justin e Grifo,
Como vocês concordaram (o que não é tão comum assim), creio que estamos combinados – sugiro mandarmos então uma oferta nossa aos Suíços, na forma de um conselho de atitude ética, basicamente enviando pra eles o link abaixo pra que se inspirem e resistam a tentações (se é que eles vão entender essa zona…)
Saudações!
http://www.youtube.com/watch?v=L0wk04Xt_rE
Nunão, bom dia.
A questão é que muita gente por lá deve achar que o processo tem que ser repensado, pois também houve vazamento de um “relatório da Armassuisse” segundo o qual o Gripen não atenderia aos requisitos do Projeto.
Abraço,
Justin
Justin
Como bons suiços, eles recebem , agradecem, e reciclam com envelope, selo e lacre…..
De fato, Justin, não faltam alusões na imprensa suíça a respeito desse relatório vazado – que refere-se à versão C/D do caça. Mas também não faltam alusões de que a versão escolhida foi outra, a E/F (e por parte do próprio governo). Se a oferta do E/F foi feita de forma a atender aos requisitos de envio de ofertas da própria concorrência eu não sei dizer, mas foi feita aparentemente durante o processo, levando a alteração em arquivos pdf disponibilizados pelo Depto de Defesa Suíço quando do anúncio da escolha do Gripen: http://www.aereo.jor.br/2011/12/02/documento-mais-antigo-do-tte-suico-mostra-versao-anterior-do-gripen/ Mas não consegui encontrar até hoje, nas… Read more »
Nunão, bom dia.
Li diferentes interpretações para o documento vazado. Muitas delas concluem que a segunda avaliação (em vermelho, citada como Fase II) refere-se já à proposta com o Gripen NG (ou talvez a um E/F, só com as modificações aviônicas).
Não há como saber, a não ser por informações diretas de quem gerencia o processo.
Abraço,
Justin
Justin, bom dia pra você também (esqueci de responder ao cumprimento na resposta anterior…) Quanto a interpretações há muitas. Mas, ao menos pra mim, está muito claro que os dados de avaliações em voo das aeronaves são de 2008, a única que pelo menos eu vi os Suíços fazerem referência em suas notas à mídia – o link abaixo é de 2010, quando o processo entrou em banho-maria para só ser retomado em 2011, após uma possibilidade aventada de acabar com o processo e modernizar os F-5: http://www.lw.admin.ch/internet/luftwaffe/de/home/dokumentation/assets/beschaffungen_vorhaben/tigerteilersatz/tte_mm/mm25082010.html http://www.lw.admin.ch/internet/luftwaffe/de/home/dokumentation/assets/beschaffungen_vorhaben/tigerteilersatz/tte_mm/mm20042011.html O que interpreto é que a fase II de avaliação usou… Read more »
Prezados Justin e Nunao, O link to Justin (rafale Blog-Basler jornal) diz: “The most limiting factors of the Gripen design were the operating time, the flight performance and the maximum weapon load” Isto claramente indica que tratava-se do Gripen D. O Gripen E/F ainda tem menor carga paga, mas a diferenca diminui. O Gripen E/F tem maior alcance, novo motor com potencia bem maior, mais piloes, super-cruise, meteor, IRIS-T, etc. Mas o ponto aqui eh realmente o que jah foi discutido no passado: – Pode-se misturar na mesma avaliacao cacas, por exemplo, biturbinas com monoturbinas? ou se quiserem, cacas “prontos”,… Read more »