Mais uma unidade do EC725 – helicóptero militar que a Helibras vai produzir para as Forças Armadas brasileiras – chegou esta semana ao país. Produzido em Marignane, na França, veio de navio até o porto de Sepetiba, RJ.
Trata-se da quarta unidade dentre as 50 contratadas pela Marinha, Exército e Aeronáutica para entrega até 2020, com produção local e 50% de nacionalização.

As três primeiras, produzidas na França, foram entregues em dezembro de 2010. Este quarto helicóptero, produzido, testado e voado na França, será utilizado como plataforma de integração de sistemas e desenvolvimento das versões operacionais, de responsabilidade da Helibras.

Também já está no país o conjunto de partes e peças daquela que será a primeira unidade a inaugurar a linha de produção brasileira do modelo EC725, em Itajubá (MG), e a 17ª a ser entregue para as Forças Armadas.

Outras partes, componentes e sistemas para esta mesma aeronave serão produzidos por fornecedores brasileiros, e permitirão a adequação dos processos para o pleno funcionamento da linha de montagem da nova fábrica.

“Embora seja uma operação de alta complexidade, estamos cumprindo cada etapa do contrato com o Ministério da Defesa rigorosamente dentro dos prazos estabelecidos. Com isso, vamos avançando, a cada dia, com a transferência de tecnologia e no desenvolvimento de fornecedores e mão-de-obra brasileiros, tornando realidade o sonho de produzir uma aeronave de grande porte no Brasil”, afirma Eduardo Marson Ferreira, presidente da Helibras.

Ao mesmo tempo em que a estrutura necessária à produção dos EC725 com 50% de conteúdo nacional vai sendo implantada, a Helibras segue com o cronograma de entrega das demais unidades.

Em 2012 outros quatro helicópteros serão entregues para o Governo brasileiro, sendo um para cada uma das Forças e outro para uso da Presidência da República.

“Estes helicópteros continuam chegando já prontos para cumprirmos os prazos contratuais estabelecidos com as Forças Armadas. Além disso, a produção dessas unidades está sendo utilizada também para o treinamento “on the job training” de 96 técnicos e engenheiros brasileiros, que depois compartilharão o conhecimento adquirido com a equipe local para a produção dos helicópteros aqui no Brasil”, esclarece Marson.

“Com o helicóptero que acaba de chegar ao país avançamos na implantação e desenvolvimento dos conteúdos nacionais, que farão parte de todas as unidades a serem entregues a partir de 2014. Sempre, vale destacar, com o acompanhamento e treinamento por parte dos clientes militares, o que garante o domínio e o conhecimento das tecnologias utilizadas nas aeronaves pelo Governo brasileiro”, completa Eduardo Marson.

Construção da nova fábrica entra na reta final

Com mais de 200 operários trabalhando em dois turnos, já está concluída a construção das novas instalações para a fabricação dos helicópteros militares EC725, na cidade de Itajubá (MG), distribuídas por 12.700 m² da área principal e 14.400 m² de área de piso externo.

Foram 10 meses de obras e consumidas 175 toneladas de cimento, 1.000 toneladas de aço na fundação, superestrutura e estrutura metálica e 19.000 toneladas de concreto – levados por 1.142 viagens de caminhões.
Também foram servidas 50.000 refeições nos restaurantes da região para atender aos trabalhadores envolvidos com desta obra.

“Neste momento, estamos fechando as novas instalações e já iniciando a fase de acabamento. A expectativa é que em fevereiro a empreiteira nos entregue os prédios para que em março possamos iniciar as operações”, explica Carlos Moraes, gerente de infraestrutura da Helibras.

Os demais prédios de apoio também estão em estágio avançado de construção. A instalação que vai acomodar os produtos inflamáveis está concluída e os prédios de TI e de pintura estarão concluídos ao longo do primeiro semestre de 2012.
O prédio do banco de testes, um dos principais para o início das operações do novo complexo também está pronto. E já foi homologado pela Eurocopter.

O banco de testes também entrará em operação em março de 2012 com o teste da caixa de transmissão principal dos primeiros equipamentos que irão ser fabricados no Brasil.

Outras obras auxiliares desenvolvidas, como ampliação da área de restaurante para abrigar os mais de 600 empregados da Helibras em 2012 também já estão concluídas. Elas já foram desenvolvidas prevendo a movimentação de mais de 1.000 pessoas por dia, que é o número estimado de trabalhadores até 2015.

“Estamos cumprindo integralmente o cronograma de obras para início da fabricação de mais um modelo de helicóptero em Itajubá. Isso está permitindo avançarmos, ao mesmo tempo, com os demais programas de capacitação tecnológica da Helibras, para que, até 2020, sejamos um dos pilares de produção da Eurocopter e capazes de conceber e projetar um helicóptero aqui no Brasil”, afirma Eduardo Marson Ferreira, presidente da empresa.

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Corsario137

Gostei do novo trem de pouso kkkk…

luizblower

🙂 no melhor estilo Wasp!

Mauricio R.

Prá quem pensa que sabe de tdo:

A Embraer, através de uma de sua subsidiárias é parceira de risco da Sikorsky no projeto do S-92.

Edgar

Minha geladeira veio numa embalagem parecida 😀

Brincadeiras à parte, quando em operação é uma bela aeronave.

Augusto

O caso do Esquilo não tem semelhança com o dos EC 725. Neste, há previsão contratual de nacionalização de 50% do conteúdo do helicóptero. Naquele havia simplesmente expectativa, sem nenhuma obrigação contratual. Os EC 725 são helicópteros tão ruins que o México decidiu agora mesmo ampliar suas encomendas, de 6 para 12: http://planobrasil.com/2012/01/02/deu-no-cavok-mexico-encomenda-seis-helicopteros-eurocopter-ec725-adicionais/ Agora, então, além de França, Brasil, Arábia Saudita, Japão, China e Cingapura, México investe no EC 725 com mais ênfase ainda. O chororô é livre.

Corsario137

Não entendi. Alguém disse que o helicóptero é ruim? Operamos o EC 225 há 2 anos, versão civil do 725 e a aeronave tem cumprido de forma exemplar sua missão. É a única capaz de nos levar as plataformas mais distantes com a segurança que o S92 e o AW139 ainda não conseguem nos dar. Desse último então nem se fala. O PT6 é tão potente que você consegue decolar mono da plataforma e nem percebe. No entanto a estrutura física do cone, ou a falta dela (longarinas), bem como componentes mecânicos do rotor de cauda não suportam a vibração… Read more »

Grifo

Não entendi. Alguém disse que o helicóptero é ruim? Caro Corsario137, não sei se o helicóptero é ruim. Pelo preço que estamos pagando, espero que seja muito bom. As minhas críticas a este programa são em relação a forma criminosa como o helicóptero foi escolhido, o preço altíssimo que estamos pagando por eles (consequência do processo de escolha), e o fato de que as nossas Forças Armadas não precisavam destes helicópteros. Agora que fomos “entubados”, espero que venha algo de útil de tudo isto. Quando ao índice de nacionalização de 50% e o helicóptero “concebido e desenvolvido no Brasil”, o… Read more »

Corsario137

Caro Grifo, Concordo e discordo 😉 Concordo quanto ao fato de que se eu, você ou a minha vózinha formos lá na Eurocopter comprar um EC725, nós iremos pagar menos do que o MD pagou. Eles alegam ter pago mais por conta da transferência de tecnologia, da Eurocopter para a Helibras, ou Eurocopter Brasil! É uma transferência da França pra ela mesma. Enfim… Discordo quanto a necessidade. Qualquer marinha do mundo, e em especial a nossa, precisa de um grande porte, seja para resgate, transporte a longas distâncias ou antisubmarino. O 725, ou o S92 ou o EH 101 chegam… Read more »

juarezmartinez

Bem , chegar mais longo que o SH e o Linx ele chega, mas com que custo operacional, com que configura, com que perfil de vôo. Não dá tão simplório da silva assim. Os testes realizados pela ensaio de vôo tanto da FAB. quanto da MB, os números não são estas maravilhas apregoadas a quatro ventos. lembrando que a versão militar desta aeronave será mais pesada e utilizará o mesmo powertrain da civil, aí coisas começam a mudar. Na verdade ele não tem um dsempenho melhor do que os SP na configuração atual, ent~]ao penso queestamos pagando USS45.000.000,00 para ter… Read more »

Grifo

Qualquer marinha do mundo, e em especial a nossa, precisa de um grande porte, seja para resgate, transporte a longas distâncias ou antisubmarino. O 725, ou o S92 ou o EH 101 chegam em lugares onde um Lynx ou um SeaHawk não chegam. Caro Corsario137, desculpe mas eu não compro essa afirmação. Se a MB precisava de helicópteros desta categoria, porque eles não estavam no seu planejamento? E mesmo que houvesse a necessidade deste tipo de helicóptero, como é que ela é atendida pelo EC-725 que não é usado em nenhum lugar do mundo como ASW? Aliás na verdade não… Read more »

Antonio M

“…lugares onde um Lynx ou um SeaHawk não chegam …”

O Lynx talvez mas, o SeaHawk pode até levar tanques externos para aumentar ainda mais sua autonomia.

Não sei se o EC725 tem essa capacidade…..

Ivan

Corsario,

Vc escreveu:
“O 725, ou o S92 ou o EH 101 chegam em lugares onde um Lynx ou um SeaHawk não chegam.”

Em uma rápida pesquisa na internet encontrei os seguintes dados para alcance / range:
– EC-725 Caracal com 463 milhas náuticas ou 857 km;
– SH60B Sea Hawk com 450 milhas náuticas ou 834 km.

São valores muito semelhantes.

Quem tem um diferencial neste assunto é o helicóptero ‘ingles’ da AgustaWestland criado para ter longo alcance:
– Merlin HM1 com 863 milhas náuticas ou 1.389 km.

Sds,
Ivan, do Recife.

Corsario137

Grifo, Quanto a compra, estava sim no planejamento da Marinha. Eles precisavam de um vetor que substituisse os Sea King. Os SeaHawk os substituiram no ASW mas não no transporte pesado a distância, outra função desta aeronave. Além disso a MB já operava o AS 332 L1 com cauda dobrável que já estava velhinho e precisado se retirar. Sobre usar o 725 no ASW, eu achei uma boa sacada da marinha. Já que compraram, utilizarão o helicóptero de todas as formas possíveis. Não há muito mistério, já que a equipagem é conhecida. É um Ctrl C + Ctrl V na… Read more »

Corsario137

Caríssimo Ivan, Acho então que me expressei errado. Estou calculando distância levando em consideração a carga, conta irraizada na mente que fazemos no off-shore. Usando dados da wikipedia: SH 60: Useful load –> 6,684 lb (3,031 kg). EC 725: Useful load –> 12,500 lb (5,670 kg). Ou seja, o 725 leva quase o dobro de carga no mesmo vôo, sendo o alcance dele maior por fazer em uma só viagem o que o SH 60 vai precisar fazer em duas. Resumindo, as contas de range são feitas levando-se em conta o peso da aeronave com sua configuração full. De forma… Read more »

Mauricio R.

Mais um kit prá montar, industrializado na França.
Interessante que as ffaa francesas (ALAT e Aeronavale) não vão usar essa “maravilha”, mas sim o NH-90.
E pro favor, não force a barra dessa maneira, do que o Merlin é capaz de fazer, o Caracal foge correndo.
Aliás como visto no Afeganistão, só voa desequipado e quase vazio.

Corsario137

Não entendi de novo. Alguém disse que o EC 725 é melhor do que o EH 101?

Não só é inferior, como que pelo que o MD pagou pelo 725, um operador normal (não o governo brasileiro que paga mais caro) compraria quase dois, eu disse 2! EH 101.

Mais uma vez a prova de que compra de prateleira é, na maioria das vezes, melhor do que “um desenvolvimento local”. Tudo pago em dobro só pra criar x empregos na Helibras e dizer que o helicóptero é Made in Brazil. Piada!

Ivan

Corsário, Vamos por partes. Primeiramente eu gosto do PUMA, mas seu desenho está ultrapassado, principalmente por não dispor de uma porta traseira como outros de sua categoria, como p. ex.: Mi-8, Mi17 e o Eurocopter NH-90. Porém ficaria sem a 3ª porta, por um preço justo. ‘Segundamente’ devemos comparar o “useful load” das versões de uso geral, ou seja: “SH 60: Useful load –> 6,684 lb (3,031 kg).” “EC 725: Useful load –> 12,500 lb (5,670 kg).” com: S-70i ou UH-60 Black Hawk com useful load de 4.650Kg ou 10.300lbs, conforme a mesma Wikipédia. Ainda assim a proposta do Black… Read more »

FLIGHTER

Certíssimo Ivan,
Agora vamos por partes foi òtimo, me lembrou o famigerado “Jack The Ripper”, kkkkkkkkkkkkkkkk

Corsario137

Caríssimo Ivan, Concordo em gênero, número e grau! O que não questiono é a necessidade da MB ter um grande porte, ainda que o EC725 seja o “mais light dentre os heavy”. Defendo apenas a aeronave do escárnio publico porque operamos ela no offshore e esta mostrou-se bastante robusta e sem problemas de manutenção graves. O problema não está na máquina, mas no preço absurdo que o MD pagou por elas. É como pagar 50 mil num Gol. O carro não é ruim mas por 50 mil se compra algo muito melhor. Na minha opinião o melhor do mundo nesta… Read more »

GHz

Sei não, mas para mim teremos uma dupla padronização (=despadronização) de helicópteros nas Forças Armadas:

– S-70, procurado individualmente por cada Força (emprego em transporte, SAR, C-SAR, ASW e ASuW); e

– EC725, recebido “por ordem” (emprego em transporte, transporte VIP, SAR, C-SAR, ASuW e “ToT”)…

Dupla padronização (=despadronização) lembra o exemplo hindu, — fornecedores de diferentes procedências para o dia em que um apresentar problemas — só que com menos verba para equipamento.

Ivan

“…Gol com preço de Golf.”

Talvez seja a melhor metáfora do negócio entre o MD e a Eurocopter.

O Gol que é um veículo robusto e muito útil já vai na geração 5 ou 6.
Mudou carroceria e motor, ganhou vidro elétrico e ar-condicionado, ficou um mais confortável, mas continua sendo um Gol.
Não vale o preço de um Golf.

Em tempo:
Também gosto muito do Gol, mas não pagaria preço de Golf.

Sds,
Ivan.

Ivan

Mas a Eurocopter sabe repassar tecnologia quando o comprador sabe negociar e exigir o que é necessário para um projeto nacional.

E o PUMA, mesmo sendo um desenho antigo, pode ser uma base para um projeto verdadeiramente nacional, de capital nacional, deixando os lucros das encomendas das forças armadas no país.

Basta ver o exemplo coreano do KAI Surion:
http://www.forte.jor.br/2010/08/29/kai-surion/

É sem dúvida descendente do bom e velho Puma, com motorização de BlackHawk e aviônica (em parte israelense) integrada na Coreia do Sul.

Vale a pena dar uma olhadinha no link do FORTE.

Sds,
Ivan.

Corsario137

Caríssimo Ivan, Pois é, tento escapar das metáforas mas elas me perseguem como inquietas sombras. Herança dos 8 anos de Lula, será? Quanto a Eurocopter, os investimentos que estão sendo feitos na fábrica da Helibras são grandiosos (estive lá em Itajubá a pouquíssimo tempo) e seria um disperdício não utilizar toda aquela estrutura para a fabricação de outras aeronaves no futuro. A cidade tem uma faculdade de politécnica de engenharia e a transferência de alguns projetos da Europa para o Brasil seria um caminho mais do que natural dados os custos de mão de obra / câmbio. Além disso vejo… Read more »

Mauricio R.

“…os investimentos que estão sendo feitos na fábrica da Helibras são grandiosos…” “…e seria um disperdício não utilizar toda aquela estrutura para a fabricação de outras aeronaves no futuro.” Fabricar o que??? Conta outra piada, que essa é velha e sem graça. Se o kit CKD não vier de Marignane completo, não tem o que montar, até o que estiver faltando chegar. “…e a transferência de alguns projetos da Europa para o Brasil seria um caminho mais do que natural…” Não estamos vendo essa “naturalidade” tda no Brasil, mas lá na China PRC. “Aí sim, com a base industrial completa… Read more »

Corsario137

Caro Mauricio R., Acho que você está encarando a coisa por uma ótica errada, levando em conta somente o mercado militar. O que a Eurocopter está fazendo no Brasil (com nosso dinheiro, diga-se de passagem) é ampliar e repotencializar uma fábrica DELES mesmos. De forma que se a Helibras ficar parada, o prejuízo não é só nosso,mas deles também. Partindo desse pressuposto, pontuo os mercados em que a Helibras poderá se beneficiar através do seu portifólio: 1. Mercado Offshore Nacional (incluíndo pré-sal): Seguindo o mapa das concessões de petróleo no Brasil veremos que as plataformas estão cada vez mais distantes,… Read more »