Segundo reportagem do jornal indiano Business Standard, a queda da Rúpia no câmbio e a demora do Ministério da Defesa pode custar 15.000 crore extras na compra de 126 aviões de combate multitarefa de médio porte (MMRCA). Em 31 de outubro de 2010, três meses após a Força Aérea Indiana submeter seu relatório de testes de voo ao Ministério (que poderia ser o tempo necessário para avaliar as ofertas, negociar um custo final e conceder um contrato) a rúpia atingiu seu ponto mais alto, com Rs 43.71 por dólar. Se o contrato fosse assinado à época, o custo estimado de 15 bilhões de dólares equivaleria a Rs 65,565 crore. Com mais 2% de forex hedging (utilizado para minimizar os riscos do câmbio durante as negociações), seriam Rs 66,876 crore.

Hoje, com um câmbio de  Rs 53 por dólar, aqueles US$15 bilhões equivalem a Rs 79,500 crore. Os 2% de forex hedging (Rs 1,590 crore) elevariam a conta para  Rs 81,090 crore, ou Rs 15,525 crore mais do que em outubro passado.  O Ministério da Defesa vai pagar quase o dobro dos Rs 42,000 crore originariamente destinados ao MMRCA.

Se não se acrescentar os 2% do forex hedging e o dólar chegar a Rs 58, o custo do MMRCA poderia subir para estonteantes Rs 87,000 crore.

Essa exposição desastrosa à queda da rúpia é culpa do próprio Ministério da Defesa. Em 2003, um comitê encabeçado por Shashanka Bhide do “National Council of Applied Economic Research” (NCAER) examinou uma proposta de colocar o  hedge do forex risk em contratos de defesa, e a recomendação de que isso fosse feito em contratos de defesa permanece ignorada até hoje.

Não colocar esses 2% no contrato leva ao risco de, muitas vezes, chegar-se a uma variação de 4 a 5% do valor na duração de um contrato de defesa, e essa variação é naturalmente maior em períodos negativos para a rúpia, como hoje.

FONTE: Business Standard (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

FOTOS: Eurofighter e Armée de l’air (Força Aérea Francesa)

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Vader

Tenho a forte impressão de que a demora pra sair o MMRCA tem a ver basicamente com o susto que o MinDef e o governo deve ter tomado quando abriu as propostas dos dois deltas europeus.

Mas o governo indiano merece. Quem seleciona caça sem perguntar o preço merece mesmo ser escorchado até a pleura na hora de meter a mão no bolso.