‘F-X suíço’: promessa de presente de Natal para Dassault, Eurofighter ou Saab

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“A seleção é simples… O primeiro que perder seu pedaço de pão (no fundi) está eliminado”

Escolha do novo caça suíço entre Dassault Rafale, Eurofighter Typhoon e Saab Gripen* deverá ser feita antes deste Natal

Segundo o site “Ailes volantes et ailes anciennes”,  o Departamento Federal da Defesa, Proteção Civil e Esporte (DDPS) da Suíça  apresentará ao Conselho Federal, até o final deste ano, a proposta para a decisão sobre os novos aviões de combate.

A fase final da escolha da nova aeronave de combate está apenas começando, com o pedido do Departamento Federal da Defesa (DDPS) para que os fabricantes de aviões, a EADS/CASSIDIAN (Eurofighter), a Dassault Aviation (Rafale) e a SAAB (Gripen) atualizassem suas propostas para o governo suíço, até o final de outubro passado, para que este pudesse fazer a escolha para a compra de novos caças. Esta atualização previa uma atualização tecnológica e de preço para 22 aeronaves de combate com seu equipamento associado.

Em sequida, a escolha da DDPS será submetida, no final do ano, ao Conselho Federal para ser aprovada e depois ratificada pelo Parlamento. O avião escolhido deve ser encomendado como parte do programa de armas em 2012 ou 2013.

A DDPS e seus requisitos:

Os três fabricantes europeus necessitam muito vender seus caças, e se deparam com uma demanda clara da Suíça: 22 aeronaves para um orçamento máximo de 5 bilhões de francos suíços, com avanços específicos na tecnologia, em um cenário de parceria no que diz respeito à industrialização e treinamento.

Não há qualquer discussão em paralelo, como ocorre em outras competições, pois os três concorrentes conhecem perfeitamente as necessidades e limitações para a oferta. Portanto, é essencial, em todos os aspectos, atender às especificações com uma aeronave moderna, capaz de realizar superioridade aérea, ataque tático e com capacidade de reconhecimento (avião omnirole) até 2040. É buscada uma parceria industrial completa, de valor superior ao total da compra, além da parceria para o treinamento conjunto.

Parceria industrial – uma oportunidade:

A Armasuisse, que é o centro de competência da Confederação Helvética para a compra de armas, espera que os fornecedores estrangeiros ofereçam contrapartidas, na Suíça, de 100% do valor dos contratos.

As operações de compensação são as participações industriais de qualquer natureza em conexão com a compra de armas no exterior para as forças armadas. Essas transações também são chamadas “offset”. É através delas que as despesas com a aquisição de armas são equilibradas. Os “offsets” têm um grande impacto econômico, pois permitem continuidade da competitividade internacional da indústria suíça e contribuem para a manutenção do parque industrial na Suíça, permitindo a manutenção dos postos de trabalho.

Compensações diretas são as contrapartidas relacionadas à participação das empresas suíças na produção de bens militares encomendados no exterior. Habilidades e conhecimentos são adquiridos, o que garante autonomia para a manutenção dos equipamentos, permitindo manter a sua capacidade operacional. O objetivo é permitir melhorias futuras e manter o potencial industrial essencial para a defesa nacional.

“Offsets” indiretos são as compensações do fornecedor estrangeiro, os contratos com a indústria civil suíça, o acesso às tecnologias de ponta, os desenvolvimentos conjuntos relacionados à transferência de tecnologia, o acesso a novos mercados e assim por diante. As universidades suíças também podem se beneficiar, bem como seus alunos, com a transferência de know-how e com as oportunidades de estágio.

As operações de compensação são possíveis em doze áreas, incluindo máquinas industriais, metalurgia, eletrônica, relojoaria, automóveis, aviação leve e média, tecnologia da informação, bem como a cooperação com universidades e institutos de pesquisa.

Na fase de avaliação de uma aquisição de armas, os primeiros projetos de “offsets” são apresentados na oferta do fornecedor estrangeiro. Essas carteiras de “offsets” são então transmitidas para empresas suíças, complementados pela Armasuisse com respeito às regras de segurança e à política de aquisições.

Os programas de compensação envolvem mais de 300 empresas em todos os cantões suíços. Não beneficiarão apenas as indústrias de defesa, aeronáutica e espacial, mas também as empresas de muitos outros setores, inclusive na área civil.

Estas perspectivas vão também para os principais intervenientes no processo de inovação que estão à montante da fase de industrialização: institutos de pesquisa suíços, como o ETH Zurich, o EPF Lausanne e as universidades cantonais. A estrutura proposta contribuirá para reforçar o “Polo de Excelência Aeronáutica”, uma rede de empresas industriais e centros de pesquisa com nossos vizinhos; e irá reforçar os laços já existentes em matéria de desenvolvimento aeronáutico.

A importância da escolha – o valor do investimento:

Um avião de caça é caro, mas considerar essa aquisição como uma despesa desnecessária é um erro grave de julgamento. Um avião de caça é investimento sob vários aspectos: na segurança, para preencher a aposentadoria do venerável F-5; operando conjuntamente com os F/A-18; e para assegurar o futuro da Força Aérea, quando estes últimos se tornarem obsoletos.

É também uma oportunidade, graças a uma parceria excepcional em matéria de industrialização, no desenvolvimento da  indústria suíça; e isso precisamente porque estamos em tempos de incerteza. O país nunca teve, como hoje, a oportunidade de uma tão ampla parceria em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Tecnologia da Informação, optoeletrônica, comunicações, materiais compostos e mecânica são apenas a ponta do iceberg que esse contrato pode render, não apenas na área militar, mas também civil. Devemos nos lembrar que as patentes resultantes abrirão o caminho para novas tecnologias em variada gama de áreas.

A escolha dos aviões de combate será determinante para a segurança no futuro, mas também no que concerne à indústria e aos postos de trabalho na Suíça. O avião deverá ser tecnicamente o melhor, e a oferta do fabricante deve responder de maneira completa e abrangente aos requisitos de “offset”.

O DDPS e o Conselho Federal devem estar conscientes da responsabilidade de suas decisões e devem capacitar a Suíça para avançar.

FONTE (e charge de abertura): Ailes volantes et ailes anciennes

TRADUÇÃO E COLABORAÇÃO: Justin Case (adaptação e edição: Poder Aéreo)

*Os concorrentes foram colocados em ordem alfabética do fabricante, no título, subtítulo e imagens

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Mauricio R.

Interessante a charge, são tdos bipostos, o balão pink de Le Jaca está cheio, o balão azul do Typhoon vazio e o Gripen nem balão tem.
Será alguma mensagem subliminar???