FAB cria esquadrão de aeronaves remotamente pilotadas

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Esquadrão Hórus, sediado em Santa Maria (RS), inaugura nova era na aviação militar brasileira

Na mitologia egípcia, Hórus é uma divindade com cabeça de falcão com dois olhos que representam o sol e a lua. Com esse poder, é o deus dos céus, vencedor na batalha contra o deus do caos e por isso o rei dos vivos. Desdeo dia 26 de abril, Hórus também é o nome da mais nova unidade da Força Aérea Brasileira, o 1°/12° GAV, sediado na Base Aérea de Santa Maria e equipado com as Aeronaves Remotamente Pilotadas
(ARP), como também são chamados os Veículos Aéreos Não-Tripulados (VANT) no Brasil.

O 1°/12° GAV é a primeira unidade aérea do país a operar este tipo de aeronave. O Esquadrão Hórus conta hoje com dois modelos Hermes 450, com capacidade de voar a mais de cinco mil metros de altitude e levar uma carga útil de 150 kg. O equipamento pode cumprir missões de busca, controle aéreo avançado e reconhecimento, com a vantagem de voar por longos períodos com revezamento de tripulações que não ficam expostas ao fogo hostil.

Como o deus egípcio Hórus, a principal faceta do Hermes 450 é a sua capacidade de observar seus objetivos de forma privilegiada. “A ARP Hermes 450 tem um vídeo em tempo real. Você vê a ação acontecendo”, explica o Tenente Coronel Aviador Paulo Ricardo Laux, comandante da unidade. A novidade é que os dados agora são gerados e transmiti dos na mesma hora. “Antes a gente planejava, decolava, voava e depois processava os dados. Hoje temos que gerenciar simultaneamente a coleta, análise e difusão da informação. O processo se funde”, afirma o comandante da unidade.

As aeronaves remotamente pilotadas irão trabalhar de forma conjunta com os outros aviões de reconhecimento, como R-99, R-35 e RA-1. “Cada um tem o seu próprio nicho. O grande gol da ARP é a capacidade de permanecer no acompanhamento dos alvos por mais tempo. Com duas aeronaves, podemos nos manter 24 horas sobre a área de interesse”, afirma o comandante do 1°/12° GAV.

Com sistemas eletro-óticos capazes de localizar e acompanhar alvos tanto de dia quanto de noite, o Hermes 450 poderá ser utilizado também em tempos de paz, para realizar buscas e apoiar missões de Garanti a da Lei e da Ordem.

O Esquadrão Hórus foi criado como resultado do Grupo de Trabalho Victor, que durante um ano operou os Hermes 450 experimentalmente para estudar o emprego das ARP na Força Aérea Brasileira.

Além de Santa Maria, há o planejamento para que novas unidades sejam criadas nos próximos anos em bases da Força Aérea nas regiões Norte e Centro-Oeste.

FICHA TÉCNICA
Peso de decolagem 450 quilos
Comprimento 6 metros
Envergadura 10 metros
Carga Útil 150 quilos
Autonomia Até 16h
Teto Operacional 18.000 pés
Velocidade máxima 170 km/h

 

Pilotar sem sair do chão

Os pilotos que compõem o efetivo do Esquadrão Hórus vivem uma situação inédita na Força Aérea: cumprem missões no solo, sem efetivamente guarnecer aviões. Isso não quer dizer que eles não pilotem. O termo Aeronave Remotamente Pilotada (ARP), criado como uma categoria de Veículo Aéreo Não-Tripulado, ressalta exatamente o papel do controle do piloto em solo.

Para o Tenente Coronel Paulo Ricardo Laux, o voo da ARP é um desafio a mais para os aviadores. “O primeiro aspecto é em relação à consciência situacional. Você precisa estar focado nos sensores. É um voo por instrumentos. A execução da missão dá outra dimensão, é estimulante”, afirma. Além da aeronave em si, uma ARP inclui também sistemas em solo que permitem o controle, a telemetria e recepção das imagens. Por este motivo, é também chamada de Sistema ARP, que envolve o aparato necessário para manter o controle da missão. Todo o conjunto também pode ser transportado a bordo de aviões, o que permite ao Esquadrão Hórus deslocar-se para qualquer região do país.

FONTE: FAB

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Mauricio R.

Mas e a regulamentação p/ operação de UAV’s em espaço aéreo compartilhado???

Mauricio R.

Do X-45 ao Phantom Ray, ou como desenvolver tecnologia inovadora e ser roubado, pelo próprio cliente.

(http://www.wired.com/dangerroom/2011/06/killer-drone-secret-history/)

“Stung by the Boeing’s and Northrop’s UCAS spats and other weapons-buying disasters, the Pentagon wants more companies to pay for their own prototypes, rather than relying on the military bureaucracy to lead and fund every effort. That could have the effect of producing better weapons, faster.”

O parágrafo acima se aplica ao nosso complexo militar-industrial, ávido pelas benesses governamentais.

Grifo

Que beleza, parabéns ao grupo pelo excelente trabalho feito, colocando a FAB no século XXI.

Vader

Legal, parabéns à FAB. Mas duas aeronaves é muito pouco.

edcreek

Olá, Somente boas noticias, parabens a FAB, noticia exelente, um trabalho bem feito sem muito alarde, como deve ser. Só um pitaco, futuramente devemos integrar algum armamento na UAV’s, só patrulhar não adianta tem que ter poder de dissuação mesmo que teorico. Os Israelenses adpatarão misseis locais e gringos nos Hernes deles. Para nos misseis acho muito, imagino que para facilitar a reposição e compra de munição o ideal seria uma 12,7 mm(Igual a do ALX, ou similar com menor peso) embaixo da aeronave em uma especie de baia movel, os Traficantes de drogas, armas e muamba pensariam duas vezes… Read more »

Mauricio R.

Nenhum UAV/UAS opera metralhadora ou canhão, somente mísseis ou armamento c/ guiagem terminal.
Melhor seguir c/ a maré e desenvolver armamento guiado de baixo efaito colateral, como a Brimstone e alguns armamentos americanos.

Mauricio R.

Alguém conhece essa turma??? A-20 UNMANNED AIRSHIP Space Airships Ltd. XMobots Apoena LALE (low-altitude long-endurance) (2009) Carcara UAV Santos Lab Comercio e Industria Aerospacial Ltda. FS-01 Watchdog Brazilian medium range tactical UAV by Flight Technologies FS-02 Brazilian mini UAV by Flight Technologies UAV VTOL FS-03 VTOL-UAV with 150 km range by Flight Technologies. 14X Brazilian Hypersonic UAV, used to put satellites on orbit.[in development] Dumont UAV – New Technologies,[ De acordo c/ o Google, estes são os UAV’s do Brasil!!! Reparem que na lista não constam o Falcão e nem o Acauã da Avibrás. Segue outro link, c/ mais alguns… Read more »