O novo X-51 no velho B-52: ‘scramjet’ hipersônico a caminho

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B-52 com X-51 - foto USAF

A USAF (Força Aérea dos EUA) informou que o X-51A “Waverider” foi carregado em voo no dia 9 de dezembro, pela primeira vez, sob um B-52H.  O teste, que foi realizado a partir da Base Aérea de Edwards, é uma preparação para o X-51 acender seu estato-reator “scramjet” no início do ano que vem, esperando-se que atinja velocidades hipersônicas por aproximadamente 5 minutos. Após o voo, o x-51 deverá cair no Oceano Pacífico, não havendo planos para recuperá-lo. Quatro X-51 já foram construídos.

O teste compreendeu uma subida até 50.000 pés e verificação de diversos dados com o X-51A preso ao B-52, como performance, qualidades de manobrabilidade, funcionamento dos displays da área de comando e a integração dos softwares. O X-51A demonstrou, segundo a USAF, que pode se comunicar com o B-52H utilizando uma interface modificada da Joint Direct Attack Munition – trata-se de uma forma de aproveitar tecnologias já existentes para baixar os custos.

Para antes do voo hipersônico, programado para meados de fevereiro de 2010, está agendado um ensaio completo em meados de janeiro, sobre o Oceano Pacífico. Para o voo hipersônico, que será iniciado a aproximadamente 50.000 pés, um foguete de combustível sólido (booster) deverá levar o X-51 a Mach 4,5. Com o descarte do foguete, o sistema de propulsão, com combustão supersônica ramjet (supersonic combustion ramjet propulsion system, ou scramjet) será ligado para funcionar por 300 segundos, esperando-se que faça o X-51A atingir seis vezes a velocidade do som.

O motor scramjet do modelo foi construído pela Pratt & Whitney Rocketdyne. No início do funcionamento, queima uma mistura de elileno com combustível JP-7, passando a utilizar, na sequência, apenas este último, capturando o oxigênio da atmosfera rarefeita para a queima. Segundo o informe, o motor é “resfriado” pelo próprio JP-7,  de tal forma que, ao mesmo tempo em que o combustível é aquecido até uma temperatura ótima de combustão, ajuda o motor a suportar as altas temperaturas de operação.

FONTE / FOTO: USAF

SAIBA MAIS (sobre o X-51A e outros projetos avançados de propulsão):

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Bosco

Estamos vendo o início de uma nova Era, a Era da velocidade hipersônica. Com os testes bem sucedidos do sistema de propulsão SRamjets se abrirá uma nova tecnologia que terá desdobramentos inusitados tanto na área militar quanto na civil.

Ivan

Boscão,

Vc falando vou pesquisar um pouco, que é para, no mínimo, entender suas futuras conversas com o Welington, Chicão AMX e Mauro. He he he.

Ivan.

Bosco

Desconsiderem as iniciais maiúsculas de “era” . Não sei onde estava com a cabeça quando escrevi “era” com “E” maiúsculo.

Bosco

Esse programa deverá gerar, entre outros subprodutos, um míssil hipersônico (acima de Mach 6.0) com um alcance em torno de uns 1000 km, mantendo-se a massa por volta de uma tonelada.
Ele seria usado contra “alvos de tempo crítico”, como por exemplo lançadores móveis de mísseis balísticos, que tão logo fossem detectados e identificados por radares de abertura sintética seriam destruídos antes de poderem lançar seus mísseis.

Bosco

Outra linha de pesquisa que visa um futuro míssil supersônico de cruzeiro de longo alcance é o RATTLRS.
Ao contrário da tecnologia do X-51, esse é baseado em um microturbofan com pós-combustor que proverá a grande velocidade e o grande alcance, com a vantagem de poder variar a velociade de subsônica (Mach 0,5) para supersônica (Mach 4,5) à vontade.
Isso traz algumas vantagens, como por exemplo o longo alcance em velocidades subsônicas (que permite que o míssil fique “orbitando” até receber a designação de um alvo crítico) e um alcance menor, mas em altíssima velocidade supersônica.

Welington

Dalhe 14-X!!!
O 14-X Tem previsão de vôo em 2012, mas se realmente ocorrerá nesta data é uma incógnita!!!
Este é o futuro dos UCAVS!!!

Um grande abraço a todos…

Welington

O Lockheed Martin RATTLRS (Revolutionary Approach to Time Critical Strike Long Range) é um míssil de Cruzeiro experimental que visa substituir o BGM-109 Tomahawk, por sua alta velocidade que varia de Mach 3 a Mach 4 sua letalidade será elevada em muito, apesar do mesmo ter voar em grande altitude e não rente ao solo como no Tomahawk….
Um grande abraço Bosco…

Bosco

A tecnologia hipersônica trará uma série de inovações tanto na esfera civil quanto na militar passando pela exploração espacial.
Aeronaves de passageiro hipersônicas poderão estar voando dentro de 20 anos reduzindo o tempo de viagem em seis vezes.
Também se busca um bombardeiro hipersônico para além de 2030 que possa atacar qualquer ponto do Globo três horas após decolar do continente americano. Muito provavelmente será não tripulado.
Da tecnologia oriunda do X-51 também poderá brotar um lançador orbital de estágio único totalmente reutilizável que poderá decolar e pousar horizontalmente de uma pista comum.

Hornet

um off-topic:

“Brasil desenvolve sistema de navegação de satélites e foguetes”

http://moraisvinna.blogspot.com/2009/12/brasil-desenvolve-sistema-de-navegacao.html

abraços a todos

Hornet

um segundo off-topic:

“Brasil pesquisa propulsão líquida para foguetes”

http://pbrasil.wordpress.com/2009/12/14/brasil-pesquisa-propulsao-liquida-para-foguetes/

abraços novamente