As obras atuais do programa espacial no MA configuram invasão de terras quilombolas?

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A Folha de São Paulo perguntou para duas pessoas, com visões distintas, o que elas acham da questão das terras quilombolas próximas à Alcântara. Leia os argumentos abaixo de cada lado.

SIM

IMAGINADA pelos militares nos anos 1980 como um “vazio demográfico”, Alcântara torna-se um problema -jurídico e fundamentalmente social- a partir da Constituição de 1988, que garantiu aos chamados remanescentes de quilombos o direito a titulação de seus territórios.
Em 2000, a Fundação Palmares reconheceu o território étnico de Alcântara, integrado por mais de 150 comunidades, onde residem e trabalham cerca de 17 mil pessoas. Vivem da pesca, da agricultura, do extrativismo. Sua economia se baseia no uso comum dos recursos, de acordo com o que a legislação nacional e a internacional reconhecem como populações tradicionais. São grupos protegidos por lei pelo fato de sua dinâmica interna representar um patrimônio social e cultural contemplado na Constituição Federal (artigos 215 e 216 e artigo 68 do ADCT – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias) e na Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), da qual o Brasil é signatário.
Nos anos 1980, 312 dessas famílias foram retiradas compulsoriamente dos seus lugares, à beira do oceano, e instaladas nas agrovilas, onde não podem se reproduzir material e socialmente, pois tais áreas são distantes do mar e constituídas de solos arenosos. Ainda hoje não têm títulos das terras e das casas a elas entregues pela Aeronáutica e os jovens casais são proibidos de aí edificar novas residências. Tal situação conforma um processo de limpeza étnica, pois os jovens são obrigados a migrar para as periferias de Alcântara e de São Luís, proibidos de viver nos territórios de ancestrais.
O Brasil responde hoje na Câmara Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) pelo fato de ter tratado esses brasileiros como cidadãos de segunda categoria, além de ter provocado uma grave desestruturação ambiental e social no município como um todo. Há também uma ação interposta na OIT no mesmo sentido. Atualmente, as famílias que permaneceram no litoral do município são atingidas pela ação de empresas ligadas à Alcântara Cyclone Space, binacional brasileiro-ucraniana. Em 2008, passados oito anos da instauração de uma ação civil pública no âmbito da qual se cobra do Estado Brasileiro a titulação do território quilombola de Alcântara, empresas contratadas pela ACS invadiram os povoados do litoral onde pretendiam implantar três sítios de lançamento.
Ali realizaram inúmeras perfurações, suprimiram vegetação sem licença do Ibama e destruíram caminhos, roçados e margem de rios. Ameaçadas em suas condições de existência, as famílias reagiram instalando barreiras e obrigando a empresa a se retirar. No final de 2008 foi homologado judicialmente um acordo acerca da titulação do território. As empresas não realizariam obras no território quilombola, recuando para dentro dos 8.700 hectares já detidos pelos militares. As partes se comprometiam a não recorrer da decisão. Agora, o Gabinete de Segurança Institucional solicita a instauração de uma câmara de conciliação perante a AGU (Advocacia Geral da União), desrespeitando aquela decisão judicial.
Toda e qualquer reação dessas comunidades à entrada das empresas em seus povoados hoje deve ser entendida à luz de acontecimentos que atravessam três décadas -e não pode ser qualificada simplesmente de intransigência. São quase 30 anos de violência, de descumprimento da legislação, de desrespeito a acordos lavrados em cartório ou estabelecidos judicialmente. Nesses lugares, a luz elétrica e o telefone chegaram há apenas dois anos. Nas agrovilas, famílias foram separadas, sua soberania alimentar foi duramente atingida, a realização de festas e rituais foi seriamente comprometida e foi suprimido o contato com os cemitérios antigos.
Após tanta violência, o governo deve estabelecer diálogo pautado no respeito a esses grupos. Assim sugeriram os quilombolas, propondo reunião que seria realizada no último dia 18, em São Luís, na Federação dos Trabalhadores na Agricultura, mas a ACS, segundo informações de Samuel Moraes, presidente do STTR (Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais) de Alcântara, recuou.

MARISTELA DE PAULA ANDRADE , 60, historiadora, com doutorado em antropologia social pela FFLCH-USP, foi assessora especial da Presidência do Incra (1985-1986). É professora da UFMA e autora de “Terra de Índio – Identidade Étnica e Conflito em Terras de Uso Comum”.

NÃO

FAZ ALGUM tempo, vi ilustre cientista brasileiro descrever, com orgulho profissional, como conseguira atrasar, em dois anos, o início das obras das hidrelétricas do rio Madeira. A explicação era técnica: as obras da barragem inverteriam o curso habitual dos bagres e isso poderia prejudicar a reprodução daqueles peixes peruano-amazônicos. Hoje, assisto, estarrecido, a situação semelhante em Alcântara, no Maranhão.
É indiscutível a importância de um programa espacial para o Brasil, que tem 8,5 milhões de quilômetros quadrados de área, litoral de cerca de 10 mil quilômetros, fronteiras com nove países independentes e a Guiana Francesa e população de cerca de 200 milhões de habitantes. Não me estou referindo a justas questões de segurança nacional, “stricto sensu”, mas, para além delas, à segurança de nosso espaço aéreo e de nossa aviação comercial, ao monitoramento ambiental de nosso território e às telecomunicações em geral. Desde os anos 60 do século passado, o Brasil vem, com a inconstância típica com a qual nossos governos cuidam das questões estratégicas, tentando montar seu programa espacial, que se constitui de três elementos insubstituíveis: base de lançamento, foguete lançador e satélite.
Naqueles anos, tratava-se de iniciativa pioneira, pois, depois da ex-União Soviética e dos Estados Unidos, éramos dos primeiros a tentar explorar o espaço, antevendo a importância que, nas décadas seguintes e neste século, alcançariam as telecomunicações. Hoje, fomos ultrapassados pela Coreia, pela Índia, por Israel, pela China e, mais recentemente, pelo Irã. Nos anos 1980, estávamos à frente de todos esses países. Quem responderá perante as gerações futuras por esse crime? Aos obstáculos, a alternativa parecia ser a ACS (Alcântara Cyclone Space), empresa binacional resultante de tratado firmado entre o Brasil e a Ucrânia. Um salutar encontro de interesses. A Ucrânia possui uma das mais testadas linhas de foguete, o Cyclone, mas não possui bases de lançamento. Nós não possuímos tecnologia nem de fabricação de foguetes nem de plataforma de lançamento.
Entraríamos com nosso sítio. Seria na península de Alcântara, onde já se encontra o CLA (Centro de Lançamento de Alcântara), a 2,2 graus do Equador, o que nos possibilita, em face dos concorrentes, maior capacidade de lançar para órbitas equatoriais. Pois é exatamente essa vantagem que nos querem tomar. A área anteriormente destinada à ACS foi perdida pela ação de “representantes” de comunidades quilombolas que bloquearam, em fevereiro de 2008, o acesso de nossos técnicos ao sítio, ao qual viemos a renunciar nos autos de ação corrente na Justiça Federal maranhense. Graças à cooperação do Ministério da Defesa, novo sítio foi concedido, desta feita dentro dos limites do CLA, exatamente por ser esta uma área não questionada.
Mas, para nela operarmos, o Ibama nos exige a realização de pesquisas em área quilombola, trabalho que, desde novembro passado, nos é impedido por “líderes” locais. Não temos nenhuma sorte de conflito com quilombolas. Queremos, apenas, que nos deixem trabalhar dentro do CLA. Estamos parados há mais de um ano. Não é possível recuperar o tempo perdido. Quem pagará a conta de nosso atraso? Somente em fluxo de caixa, o Brasil deixa de ganhar US$ 300 milhões por ano de atraso.
A quem interessa o atraso? Decerto não interessa à ACS, ao Brasil e às comunidades quilombolas de Alcântara, que vivem do extrativismo e da agricultura de subsistência, mantidas criminosamente longe da civilização. Talvez interesse às chamadas “lideranças” das comunidades, aos advogados do “museu antropológico” e aos agentes financiadores internacionais. Finalmente, todo o esforço de instalação de um programa espacial completo no Brasil foi destruído pela decisão de burocratas do Incra. A destinação de 781 km2 da península para o “Território da Comunidade Quilombola de Alcântara” reduziu o espaço para atividades espaciais brasileiras ao atual CLA, impossibilitado de crescer para cumprir novas missões.
Isso torna inútil uma localização privilegiada e condena o Brasil a conviver com sérias vulnerabilidades estratégicas e de defesa nacional. De quem é a responsabilidade?

ROBERTO AMARAL , 68, advogado e cientista político, é diretor-geral brasileiro da Alcântara Cyclone Space. Foi ministro da Ciência e Tecnologia (2003-2004).

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Jorge

Cada vez que fatos desse tipo acontecem, só reforçam em mim a convicção que o Sr. Lula (nefasto II) foi “educado” para ser presidente nos moldes parlamentaristas europeus. Ou seja, não decide nada. Só faz figuração. É óbvio que a parcela marxista-stalinista-trotkista-castrista-chavista-etc, continua tendo poder no governo atual. Não consigo ver de outra forma. Duvido que a maioria dos SITIANTES (no vocabulário dos traidores marxistas: quilombola) nascidos e residentes nas cercanias da Base de Alcântara, não aceitariam receber propriedades rurais decentes e produtivas em outro lugar. Mas quem SE APOSSOU da função de porta-voz desses SITIANTES, só quer impedir o… Read more »

Abrivio

A caríssima antropóloga pode estar fascinada pela cultura local, mas se esquece do interesse da sociedade e dos próprios moradores. É fácil falar de cultura de barriga cheia. Com certeza se a doutora estivesse passando fome, trocaria a cultura por um bom pedaço de terra de onde pudesse tirar o seu sustento. Mesmo que realmente estas comunidades sejam remanescentes quilombolas e tenham direito a propriedade da terra, qualquer propriedade privada é passível de desapropriação, pagando-se ao proprietário o equivalente em dinheiro, muito pouco no caso daquelas terras improdutivas. O interesse público se sobrepõe a propriedade privada, como tb a qualquer… Read more »

André

Muito bem colocado, Abrivio e Jorge.
Sds a todos.

Hornet

É…mais ou menos…patrimônio histórico e cultural são de interesse público também…e de interesse do Brasil como Estado e como Nação.

A situação é complicada mesmo.

abraços a todos

Francoorp

Sou de acordo senhores, ma vejo que com o poder mediatrico que as “ONGs” possuem em nosso Brasil, creio que a unica soluçao para defender a nossa soberania nacional esteja em limitar a propaganda contra o interesse coletivo nacional.Ou seja se um jornal publica uma noticia a favor das ONGs o estado impoe duas noticias no mesmo jornal com os proprios pontos de vista. Nos U.S.A é assim que fazem para conquistar as mentes e os coraçoes das pessoas afim de manipular as massas em prol do interesse “Nacional”. Aqui colocaria em grande dificuldade as nossas caras “ONGs”, e facilitaria… Read more »

Cinquini

Eu acho que tem que passar com trator em cima dessas culturas primitivas mesmo!!! Nós temos que fazer valer a nossa força da cultura contemporânea 😉

João

Muito me admira tamanha ignorância todos esses comentários acima. Vamos por partes: 1)Sr.Jorge: “É óbvio que a parcela marxista-stalinista-trotkista-castrista-chavista-etc, continua tendo poder no governo atual”: Se tal fração tem esse poder, como você diz, ESSE não é o caso de Alcantara. Se você fosse um pouco mais informado saberia que os quilombolas de Alcantara lutam para amanhã não serem obrigados a migrarem para a periferia de São Luís, que JÁ está inchada, superinflada – E SABEM POR QUEM? – por moradores de Alcantara que na década de 80 foram obrigados a migrar por perderem as condições de acesso a terra… Read more »

João

PARA Cinquini: CARA EU TENHO UMA IDÉIA MELHOR: QUE TAL “passar com trator em cima” DA SUA CASA. VOCÊ GOSTARIA? EU CHAMARIA A SUA ATITUDE DE PASSAR POR CIMA DAS PESSOAS DE PRIMITIVA E NÃO DE CONTEMPORÂNEA. CUIDADO COM OS CONCEITOS MAL COLOCADOS, POIS GERAM INTERPRETAÇÕES CONTRADITÓRIAS….VALEU?

João

PARA Hornet : MEU QUERIDO, É DO INTERESSE DE QUEM VIVE LÁ E TEM FAMÍLIA PRA SUSTENTAR, QUE ALÉM DISSO TEM DIREITOS ASSEGURADOS PELA CONSTITUIÇÃO. JÁ OUVIU FALAR EM DÍVIDA SOCIAL?

João

SÓ MAIS UMA COISINHA JORGE, SABE O QUE SÃO “propriedades rurais decentes e produtivas” AQUI NO MARANHÃO? SÃO O QUE CHAMAMOS DE AGROVILAS, QUE É UM PEQUENO LOTE DE TERRA ARENOSO E DISTANTE DO MAR.SABIA QUE SOLO ARENOSO NÃO SERVE PARA LAVOURA E QUE LOCAIS DISTANTES DO MAR NÃO TEM PEIXE. ASSIM FICA DIFÍCIL ESSES QUILOMBOLAS VIVEREM COM O MÍNIMO DE DIGNIDADE VOCÊ NÃO ACHA? O GOVERNO JA NÃO DÁ A DEVIDA ASSISTÊNCIA, E AINDA QUER TIRAR DA BOCA A UNICA FONTE DE SUSTENTO DESSE POVO. O GOVERNO NÃO DÁ EDUCAÇÃO, NÃO DÁ SAÚDE E AINDA QUER TIRAR A TERRA…SABIA… Read more »

Roberto

O Brasil já quase perdeu a sua base para os EUA,no governo FHC. Com o objetivo de controlar estrategicamente a floresta amazônica. Com suas bases na Bolívia, Colômbia e Equador, eles já monitoram toda a parte oeste e sudoeste da Amazônia. Se eles controlassem Alcântara, teriam monitoramento total” da nossa floresta. Em Manta, no Equador, pleno coração da floresta,se não me engano, os EUA estão construindo o maior aeroporto da América do Sul. Para desalojar nações indígenas daquela região, despejam agrotóxicos altamente nocivos à saúde (um fungo transgênico produzido pela Monsanto, chamado “gás verde”). Está em curso a ocupação da… Read more »

Luís Fernando

Vou emitir uma opinião que a maioria dos antropólogos consideraria uma verdadeira lástima. Respeito profundamente os laços históricos que envolvem certas culturas, principalmente os que as ligam aos lugares em que as mesmas se desenvolveram. É bem verdade que aqueles que não conhecem a história, acabam por repetir os erros nela registrados… Respeito profundamente as tradições quilombolas e as indígenas… Todavia o caminho da humanidade é o do desenvolvimento e do aperfeiçoamento de suas instituições e por conseguinte de sua cultura. Não entrando no aspecto histórico de como foram formadas as comunidades ali existentes, o fato é: o que é… Read more »

joao terba

Ainda querem que o nosso país seja de primeiro mundo,perdi á esperança.um abraço.

Rodrigo Marques

Sei lá, às vezes nós discutimos aqui o supercruise do Gripen, o RCS do Rafale, os códigos fonte do F-18, etc… Aí vem uma notícia dessas, que nem é tão nova, e sinto que somos arremessados de volta à realidade proferida pelo Charles de Gaulle ( não o porta-aviões..rs) “O Brasil não é um país sério”

Abraços

João

CARO Abrivio, É EXATAMENTE O CONTRÁRIO, A ANTROPOLOGA NÃO ESTÁ FASCINADA COM A CULTURA LOCAL… ELA É UMA ESTUDIOSA E CONHECE A CONCRETA REALIDADE DA CULTURA LOCAL. AO MESMO TEMPO É UMA PORTA VOZ DOS INTERESSES DESSES MORADORES QUE NÃO SÃO OUVIDOS POR NÓS, NÃO TEM SUA OPINIÃO LEVADA EM CONTA POR PURO PRECONCEITO SOCIAL TANTA DESSA SOCIEDADE ELITISTA E AINDA DE CIDADÃOS COMO VOCÊ QUE ACREDITA EM TUDO QUE A CAROCHINHA DO GOVERNO DIZ – MUITO DRAMÁTICA A FALA DO SR. AMARAL, ELE SE PREOCUPA COM A TECNOLOGIA E DESPREZA AS PESSOAS QUE VIVEM EM ALCANTARA. MEU CARO A… Read more »

Luís Fernando

A frase embora marcante não é do Presidente Francês e sim de um diplomata brasileiro que prestava serviço na França no mesmo período.

Luís Fernando

Aliás: * “O Brasil não é um país sério.”

– Popularmente atribuída a Charles de Gaulle.
A frase teria sido dita em 1963, no auge da Guerra da Lagosta – conforme livro do Embaixador: Um embaixador em tempos de crise – 1979, Editora Francisco Alves, Rio de Janeiro.
Na época, Carlos Alves era o embaixador brasileiro na França

Skyrider

Um judiciário sensato concederia a área para a ACS, com plenos direitos de exploração e avanço do programa espacial, estratégico ao desenvolvimento nacional e afirmação da soberania do país, estipulando que esta (ACS) se responsabilizaria de proporcionar meios de integrar social e econômica as comunidades “atingidas” por esta sessão. A ACS se comprometeria em oferecer educação, saúde e meios de sustentabilidade para as “quilombolas”, reduzindo ou eliminando o “impacto” desta decisão. A partir daí, saberíamos as reais intenções das “lideranças” destas comunidades.

Thiago

Bom vejamos o que é importante manter uma cultura que com o passar dos tempos como outras mais vai ser extinguir ou fazer com que o pais cresça e outra pra quê tanta terra de o necessário para eles e maior parte fica com o governo e isso deveria acontecer em outras areas.

João

DESCULPAS QUE NÃO CONVENCEM: DIZ O SR. ROBERTO: “O Brasil já quase perdeu a sua base para os EUA,no governo FHC.Com o objetivo de controlar estrategicamente a floresta amazônica. Com suas bases na Bolívia, Colômbia e Equador, eles já monitoram toda a parte oeste e sudoeste da Amazônia. Se eles controlassem Alcântara, teriam monitoramento total” da nossa floresta”. 1) QUER DIZER QUE PRA VOCÊ AS COISAS FUNCIONAM ASSIM: “SALVEMOS A AMAZONIA ÀS CUSTAS DA DESGRAÇA SOCIAL E ECONOMICA DE ALCANTARA”… É ASSIM QUE RESOLVEREMOS NOSSOS PROBLEMAS NACIONAIS? SE VOCÊ QUER SALVAR A AMAZONIA, HÁ TAMBÉM QUEM QUEIRA SALVAR ALCANTARA, QUE… Read more »

João

CARO SR. LUIS FERNANDO:
PRA QUE MESMO QUE SERVE UMA HIDRELÉTRICA?NÃO, POR QUE DA FORMA COMO VOCÊ DEFENDE O DESENVLOVIMENTO TECNOLÓGICO, PARECE QUE O OBJETIVO DE UMA TECNOLOGIA COMO ESTA É SERVIR PARA OUTROS PAISES ONDE HAJA “GENTE” QUE DE ALGUMA FORMA POSSA CONSUMI-LA. POR QUE AQUI NO BRASIL, DA FORMA COMO VOCE PENSA, NÃO HÁ GENTE NÉ? QUER DIZER, A SUA LÓGICA É A SEGUINTE: VAMOS EXTERMINAR TODO MUNDO E CONSTRUIR MIL HIDRELÉTRICAS NO BRASIL, POR QUE ESTAS SÃO MAIS IMPORTANTES QUE OS PROPRIOS SERES HUMANOS QUE AQUI VIVEM….SÓ POR CURIOSIDADE, QUAL A SUA CONCEPÇÃO DE SER HUMANO MESMO?

João

TIAGO SABIA QUE A CULTURA QUILOMBOLA DE ALCANTARA JA PERDURA MAIS DE TRES SECULOS, DESDE O PERIODO COLONIAL?É POUCO TEMPO PRA VOCÊ?É MUITA PREPOTENCIA QURER AGORA DETERMINAR O PRAZO DE VALIDADE DE UMA CULTURA.UMA CULTURA SOME, MEU CARO, SE VOCÊ A DESTRÓI.

João

Skyride, VOCÊ JA OUVIU AQUELA VELHA TEORIA DA FÍSICA, QUE DIZ: DOIS CORPOS NÃO PODEM OCUPAR O MESMO LUGAR NO ESPAÇO? ENTENDAM QUE A ÁREA JA APROPRIADA PELO CLA, CERCA DE 8.700 HA, É O SUFICIENTE PARA O EMPREENDIMENTO QUE O ESTADO ACORDOU COM PAISES INTERNACIONAIS!!!ISSO CUSTOU UM INAFIANÇÁVEL DESASTRE SOCIOCULTURAL, UM ETNOCÍDIO. PARA QUE REPETIR ISSO-LEMBREMOS QUE TAL ETNOCÍDIO ACONTECEU NO CONTEXTO DA DITADURA MILITAR. SABIA QUE ÁS VEZES TENHO DÚVIDAS SE VIVEMOS NUMA DEMOCRACIA REAL?

João

LUIS FERNANDO DESENVOLVIMENTO, TECNOLOGIA, ENFIM,MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA, SEM INCLUSÃO NÃO TEM SENTIDO, É DIFICIL ENTENDER ISSO?
VOCÊ FALA QUE É UM CONHECEDOR DA HISTÓRIA MAS EU VEJO QUE VOCÊ SÓ CONHECE UMA VERSÃO DELA.QUE LIMITAÇÃO.VOCÊ SE CONTENTA COM A HISTÓRIA OFICIAL, COM A HISTÓRIA DE QUEM TEM O “DISCURSO AUTORIZADO”, DOS DONOS DO PODER…NÃO MENOSPREZE AS HISTÓRIAS DO MUNDO, POR QUE HÁ QUEM LHES DÊ MUITO VALOR…HÁ QUEM OUÇA OUTRAS FALAS, OUTRAS VOZES…

Cinquini

João,
Tu que não me entendeu, eu fui irônico no meu comentário, meu pensamento é mais ou menos como o do Hornet, precisamos preservar a cultura e precisamos manter a base, é uma decição difícil, mas fico com a preservação da cultura pois a perda dela é irreparável.

João

NÃO SEJAM TÃO ETNOCÊNTRICOS, AMPLIEM O ALCANCE DOS SEUS OLHARES…SEJAM CAPAZES DE ENXERGAR PARA ALÉM DO NARIZ…VEJAM O OUTRO, A ALTERIDADE. RELATIVIZEM O UNILATERALISMO DO PONTO DE VISTA DE UMA ÚNICA RAZÃO…SEJAM MAIS HUMANOS…CASO CONTRARIO, CONTINUAREMOS A TER COMPORTAMENTO PRIMITIVO E PRE-HISTÓRICO, ANIMAIS IRRACIONAIS EM ÚLTIMA INSTANCIA. ATITUDES ETNOCÊNTRICAS ASSIM É UM TIPO DE ANTROPOFAGIA(A QUALQUER CUSTO SE QUER ENGOLIR, DEVORAR, DESTRUIR A CULTURA RURAL, A CULTURA DO OUTRO) INCRUSTADA NO PENSAMENTO URBANO, CITADINO…É ISSO EXEMPLO DE SER CIVILIZADO?
A QUE PONTO A CHAMADA HUMANIDADE CHEGOU? MAIS ANIMALESCA E MENOS RACIONAL…ISSO TEM QUE MUDAR!!!

João

DESCULPA, ENTÃO, AMIGO Cinquini , NÃO TER ATENTADO PARA AS ENTRELINHAS DE SUAS PALAVRAS, É QUE A PARADA AQUI TÁ DE TIRAR QUALQUER UM DO SÉRIO!!!

Jorge

Sr. João, “velhaca” essa sua técnica de janízaro marxista. Sem argumentos, GRITA, AMEAÇA, TERGIVERSA, INTIMIDA, CHANTAGEIA e afirma como meus, pensamentos ou propostas que não escrevi. Por acaso o Sr. tem uma dessas “profissões” artificiais que dependem da desgraça alheia para existir e das benesses dos marxistas para obter salário? Isso aparentemente explica sua VERBORRAGIA. É o que parece, camarada. Mas não esqueça de imprimir a sua GRITARIA aqui no Blog e mostra-la na próxima reunião do partidão. Quem sabe você não vira um comissário do povo. Mas por respeito aos amigos foristas, vou ser breve e relembrar que o… Read more »

Luís Fernando

João: Como não lhe conheço, vou dirigir a você algumas linhas de esclarecimento. Não tenho o hábito de afirmar seja eu conhecedor do que quer que seja, acho muito pedante fazê-lo e tenho como uma clara diretriz na vida que quanto mais aprendo menos sei (mesmo porque mais me reconheço ignorante) Com base na minha pouca experiência de vida descobri que toda vez que tivesse que ler o que quer que fosse, deveria fazê-lo ao menos umas três vezes. A primeira vez me dá sempre um apanhado geral, a segunda vez me capacita a enxergar as especificidades e a terceira… Read more »

Flamenguista

Temos que ter cautela com tudo isso…Lembrem-se dos índios americanos e suas respectivas culturas.

Agora uma verdade incontestável… TEMOS UMA AGÊNCIA DE INTELIGÊNCIA DE M____, que só serve para descobrir possíveis máculas no passado de pessoas nomeáveis pelo governo. Se a tal da ABIN fosse uma agência competente, teríamos o discernimento das coisas com relação à algumas ONGs que atuam no país.
Abraços.

Dalton

Flamenguista…

Se vc citou indios americanos como sendo todos do continente americano – norte, central e sul – vc está corretissimo.

Se vc citou ” americanos ” como sendo apenas os da america do norte,
lembro que nós, brasileiros e portugueses os aniquilamos tambem, apenas tais fatos normalmente nao sao ensinados nas aulas de Historia.

Um pequeno exemplo disso, é que poucos de nossos indios foram homenageados historicamente, e talvez o caso mais conhecido, foi o de Arariboia, que , ironicamente tornou-se conhecido por ter combatido outros indios a serviço dos portugueses, portanto um traidor dos povos indigenas.

abraços

Rodrigo Marques

Luis Fernando, Eu já tinha ouvido falar que a frase tinha sido atribuída a ele, mas no fim das contas, de fato, não somos sérios… ************************************************************ E sobre ler respostas esquerdistas pré-fabricadas em caixa alta ( que todos sabemos significa gritar) em um domingo pela manhã é dose! Tática bolchevista rastaqueira, a mesma que o PT usou no Congresso para barrar todas as tentativas dos governos anteriores de fazer o que ELES fazem agora. ***************************************************************** E parece evidente que precisamos abrir mão imensa vantagem geográfica da região pelo Centro de Lançamento, mas sem esquecer dos povos que lá vivem. Planejamento… Read more »

Luís Fernando

Rodrigo, você disse tudo, planejamento não faz mal a ninguém.
Abraços.

Flavio Santana

A todos aqueles que soltaram comentários sobre passar o trator sobre a propriedade dos quilombolas, ou destruir esses grupos culturais “primitivos” pensem: – Você ficaria satisfeito se a prefeitura de sua cidade construisse uma avenida no local onde fica sua casa e em vez de te indenizar em dinheiro, te mudasse pro bairro mais perférico e sem condições da sua cidade, numa casa pior e ainda se metendo no seu modo de vida? Ningém aqui espera em colocarem a base de alcantara abaixo e devolverem o terreno aos quilombolas, mas uma mudança pra um local equivalente ao que eles deixaram,… Read more »

Luís Fernando

Se forem removidos de lá, bem entendido;
Se não tiverem que conviver lá em uma área próxima, bem entendido!
E, na minha opinião, em ambas as situações, com indenização sim, mas desde que comprovada a legitimidade de suas alegações e, isto, exige análise criteriosa e não passionalismos.

Flávio Santana: Não me parece que os quilombolas não estão sendo defendidos. Ou já já se bateu o martelo contra eles?
Concordo com seu último parágrafo, mas pode ser que não sejam retirados de lá e mesmo assim poderiam, dependendo da situação, virem a ser indenizados.

adelmo

Amigos,acho que os quilombolas deveem ser retirados de Alcântara e deveria ser paga uma justa indenização pelas suas terras, o progresso do nosso país não pode ficar atrelado a essas idéias românticas se for assim teremos que devolver o Brasil para os índios.
Abraços.

Carlos Augusto

Sr. João, se esse pessoal da Quilombolas querem preservar os costumes dos seus ancestrais, porque eles não voltam para a África? Ou o melhor para o Brasil que se esqueça de qualquer avanço tecnológico e se sinta alegre com estes remanescentes. João existe um interesse muito grande em que essa comunidade permaneça ali, a pouco tempo átraz eu li sobre: “Estudantes norte-americanos pesquisam quilombolas”. Estava no site da Fundação Cultural Palmares, mas hoje eu não consigo ver mais essa noticia, sempre da erro de página. “http://www.palmares.gov.br/003/00301009.jsp?ttCD_CHAVE=1033” Sr. João na condição de Pastor eu me preocupo com essas pessoas, e por… Read more »

Hornet

Pessoal,

o “trator” em questão foi só uma ironia…vamos com calma.

É evidente que o Cinquini não concorda com isso, foi só uma ironia dele…e certamente ele escreveu isso em função de outros comentários anteriores mais, digamos, “linha dura” (hehe)…enfim…

Meu Caro João,

O Cinquini já comentou o que eu comentaria…mas acho que vc não leu direito o que eu escrevi…volta e dá uma olhada lá…

um forte abraço a todos

JOÃO

INTERESSANTE, A HISTÓRIA CAMINHA E OS GRITOS SEMPRE INCOMODAM..KKKKKKK…BOM, ENTENDI QUE VOCÊS QUEREM QUE EU ME COMPORTE, FALE BAIXO, E ME CALE AOS INTERESSES DO (RE)PROGRESSO, OU MELHOR, DO PROGRESSO PESSOAL DE UMA PEQUENA PARCELA DE BRASILEIROS.ESTE SIM, É O INTERESSE DE VOCÊS, SEJAMOS FRANCOS, CHEGA DE DEMAGOGIA E TANTA HIPOCRISIA. EU NÃO VOU DEIXAR DE GRITAR…PODEM CONTINUAR A FALAR EM caixa baixa…rsrsrsrsrsrsrsrsrrs…eu tô aqui rindo em caixa baixa…rsrsrsrsrsrsrs…olha, por favor melhorem seus argumentos, muito vazios!!!

Hornet

Caro Carlos,

“…. se esse pessoal da Quilombolas querem preservar os costumes dos seus ancestrais, porque eles não voltam para a África?”

Vc tem certeza que tu é um pastor?!!! Pastor de igreja eu suponho?!!! Uma pessoa que trabalha diretamente com a preservação de tradições, afinal, que igreja pode se erguer sem a tradição?

Vivendo e aprendendo…Que coisa!

Mas tá bão, segue o enterro…

abraços

Brasileiro

A impressão que passa é que o Sr. João também não conhece bulhufas dos quilombolas e quer mais é politizar uma pseudo cultura que aposto que tem televisão e está usando as entidades governamentais para arrumar dinheiro em forma de indenizações e o pior de tudo sendo manipulados por interesses espulios, enquanto isso o Brasil vai ficando cada vez mais para traz, uma pena.

Roberto

João Eu sei da onde são suas raízes.Quilombolas eram os escravos refugiados em quilombos, ou descendentes de escravos negros cujos antepassados no período da escravidão fugiram dos engenhos de cana-de-açúcar, fazendas e pequenas propriedades onde executavam diversos trabalhos braçais para formar pequenos vilarejos chamados de quilombos. Vcs estão espalhados por vários Estados do território brasileiro.Pará,Maranhão,Bahia,Pernambuco,Minas Gerais,São Paulo,Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Mantêm-se vivas e atuantes, lutando pelo direito de propriedade de suas terras. No Brasil existem mais de duas mil comunidades quilombolas identificadas pelo estudo realizado pelo Centro de Cartografia Aplicada e Informação Geográfica (Ciga), da Universidade… Read more »

Luís Fernando

Hornet, pelo visto, em razão de suas postagens mais recentes, tenho certeza que o Hornet que escreveu aquele texto brilhante sobre a Petrobrás no blog do defesaBr foi você. Meus sinceros parabéns.
Sei que o tópico não tem muita relação com o fato, mas não queria deixar passar em branco.

Luís Fernando

Muito bem colocada a questão por você Roberto. Você foi extremamente feliz.

Hornet

Luís Fernando,

que bom que vc tenha gostado do texto. Thanks.

abraços

Rodrigo Marques

Caixa baixa é apenas uma questão de educação, outra coisa que falta muito ao brasileiro, e mais especificamente a quem quer aparecer ou fazer prevalecer argumentos fajutos, produto típico da esquerda no mundo.

E há uma errata no meu texto: onde lê-se que precisamos abrir mão…

O correto é: Não podemos abrir mão.

Roberto L.

Srs, por mais que ler-mos e pesquisar-mos, jamais estaremos a par, realmente, da situação que lá se encontra. Os quilombolas tem os seus direitos, os indios tem os seus, nós os nossos mas, acima destes, o Brasil tem seus deveres. Dever de se desenvolver tecnologicamente, de criar condições de se auto sustentar em diversas áreas, inclusive espacial. Não podemos perder a oportunidade logistica de Alcantara, pois isso trará divisas ao pais e a todos os seus cidadãos. Obviamente não podemos nos esquecer dos quilombolas, mas estes não podem atrapalhar o progresso de nosso pais… eu falo com conhecimento, minha casa… Read more »

Carlos Brandão

Sou daqui do MA e é um absurdo o que estão fazendo com a base aérea de alcântara. Essa senhora Maristela não tem compromisso com a nacionalidade. De fato, os antropólogos em geral (menos o grandioso e nacionalista Darcy Ribeiro), são multiculturalistas, pós modernos que, se deixando levar pelo conto de sereia do ‘fim das nações’ e da ‘história’, se entregam a um relativismo cínico e por vezes oportunista. Não se discute os direitos dos cidadãos brasileiros que vivem na penúria de uma comunidade isolada, sem médicos, escolas, saneamento, educação etc. Mas é um crime de lesa-pátria deixá-los como estão… Read more »

João Curitiba

Menor IDH do Brasil, periferia de São Luiz em extrema pobreza, atraso em todas as áreas, problemas e mais problemas. E culpar a pendenga Alcântara X Quilombolas por isso é simplificar demais a questão. O Câncer que acomete o Maranhão chama-se família Ribamar. Mais conhecida como Sarney. Ali é que devem ser arremessadas as pedras.

Zero Uno

Pessoal. Alcântara pertence ao POVO BRASILEIRO. Se comunidades Quilombolas estão atrapalhando o progresso do país na área de lançamento de foguetes, que essas pessoas sejam DEVIDAMENTE indenizadas. Se caso tiverem que ser removidas que as enviem para um lugar onde possam estar mais próximos daquilo que todo cidadão merece ter: Saúde, Educação, Segurança e Trabalho. É SIMPLES!!! O que temos que resolver é se o Brasil quer ficar na idade da pedra ou avançar, ir atrás do seu futuro. Um país desenvolvido tecnológicamente sempre será um país com um povo desenvolvido também. E é isso que mais importa. Será que… Read more »